São Paulo, quarta-feira, 01 de junho de 2011

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mutante

Muricy desconstrói DNA santista, faz de sistema defensivo o maior trunfo do time e irá à decisão da Libertadores se sua equipe não tomar gols hoje

LEONARDO LOURENÇO
ENVIADO ESPECIAL A ASSUNÇÃO

O sistema defensivo sempre foi o principal alvo de críticas desta geração de santistas comandada pelos jovens Neymar, 19, e Ganso, 21.
Os gols sofridos só não eram problemas maiores graças ao poderio ofensivo da equipe, mas incomodavam.
Hoje, porém, contra o Cerro Porteño, em Assunção, no jogo de volta das semifinais da Libertadores, os protagonistas mudaram de posição.
Com a vantagem do empate conquistada com o 1 a 0 há uma semana no Pacaembu, o Santos só depende de uma atuação invicta de sua retaguarda para chegar à final da competição continental.
Essa mutação no alarmado e ofensivo DNA santista é obra do técnico Muricy Ramalho, no clube há 15 jogos -dez deles sem tomar gols.
Antes de Muricy, a média de tentos sofridos era de 1,19 por jogo, sob a direção de Adilson Batista e Marcelo Martelotte. Agora, em seu comando, a defesa é vazada apenas 0,4 vezes por partida.
No Paraguai, o Santos deve repetir a fórmula que funcionou nos dois mata-matas anteriores da Libertadores, ante América e Once Caldas.
Nesses confrontos, assim como contra o Cerro, venceu o duelo de ida pelo placar mínimo. Classificou-se ao segurar um empate na volta.
"Espero que a defesa possa manter a regularidade dos últimos jogos. É só não tomar gols que estamos classificados. Mas, se acontecer, torço para que nosso ataque possa fazer também", disse o defensor Durval, titular ao lado de Edu Dracena no miolo da zaga santista.
Ele não esconde que as orientações de Muricy, consagrado pela consistência defensiva de suas equipes, foram fundamentais para transformar o setor.
"Ele pede para todo mundo marcar, manter o posicionamento, e acho que a compreensão de todos sem a bola é importante para a equipe não sofrer tantos gols."
O volante Arouca, que sem a companhia de Ganso, lesionado, tem atuado com um pouco mais de liberdade, concorda com o Durval.
"No ano passado, muitos criticavam, mas agora têm que exaltar essa sequência de vitórias e valorizar a parte defensiva", cobrou.
"Não damos show nem goleamos [como em 2010], mas fazemos o suficiente para vencer as partidas."
A vantagem de jogar por um empate, porém, não pode tirar o apetite dos jogadores de frente do time na partida desta noite, acredita o lateral Alex Sandro, que hoje ocu- pará a vaga de Léo, com o tornozelo contundido.
"Nunca fomos de esperar o adversário para sair no contra-ataque", afirmou.
"Até porque, se marcamos um gol, eles precisarão de três", completou Arouca.


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