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Zagallo vê progresso assustador
dos enviados especiais a Bilbao
O técnico Zagallo considerou
"excelente" o desempenho do
Brasil no amistoso de ontem em
Bilbao. A partida, segundo ele,
serviu para mostrar que a seleção
está "no caminho certo".
"Em relação ao jogo-treino de
sexta-feira, a evolução foi assustadora", afirmou o treinador.
Havia dois dias, os titulares tinham enfrentado o Racing, de Paris, 10º colocado da terceira divisão francesa, e só ganharam porque o preparador físico Marcos
Moura, que apitou o jogo, inventou um pênalti a favor dos brasileiros.
Zagallo elogiou o amistoso, especialmente porque o "Athletic
exigiu muito da seleção e ela soube
responder". Dos jogadores brasileiros, os que mais elogiou foram o
lateral-esquerdo Roberto Carlos e
o meia Giovanni por terem conseguido realizar jogadas de ataque.
"Falei para o Giovanni se despreocupar com a marcação. No
outro lado, o Roberto Carlos subiu
para o ataque um monte de vezes,
como eu pedi a ele."
Ele também elogiou muito Rivaldo. "Ele soube segurar a bola, foi ao ataque e ainda fechou espaços atrás."
Zagallo negou, contrariado com
a pergunta, que seja preocupante
o fato de o Brasil ter sido tão atacado por um time formado por reservas do vice-campeão espanhol
e que, segundo o lateral-esquerdo
Roberto Carlos, estava praticamente de férias havia 15 dias.
Para Zagallo, o Brasil não esteve
nunca vulnerável, exceto após a
saída de César Sampaio. "Nós
só treinamos, eles jogaram. Até o
juiz jogou."
Ele reclamou da arbitragem, reivindicando a legalidade de um gol
anulado (corretamente) e um suposto pênalti não marcado.
Zagallo se acalmou ao falar de
suas "experiências". A principal
foi colocar o meia Leonardo como
volante pela esquerda. Leonardo
entrou no lugar de César Sampaio
e Doriva foi para a direita.
"Dos jogadores que entraram,
o que mais me agradou foi o Leonardo. Com ele, ficamos apenas
com um volante, e ele mostrou
que sabe ser eficiente tanto na armação quanto na marcação."
Mas o desempenho dos reservas
não mudou a cabeça do treinador
sobre o time que vai jogar na abertura da Copa do Mundo.
Ele será o mesmo que iniciou a
partida de ontem, com Dunga no
lugar de Doriva e, talvez, Romário
no lugar de Bebeto. "O Dunga é
certeza; o Romário, não."
Ele minimizou a importância de
a equipe ter ficado mais um jogo
sem vencer. "Num amistoso como esse, o resultado é o que menos importa. O que valeu foi que
os jogadores se movimentaram
bem e mostraram empenho."
O treinador de goleiro Wendell
Ramalho defendeu Taffarel no
lance do primeiro gol. "Não
houve falha. A bola desviou na cabeça do Roberto Carlos. Ele não
tinha como tocar para escanteio.
Ele fez o que deu."
Segundo Ramalho, Taffarel não
está em má forma. "Goleiro
precisa de ritmo de jogo. E ele estava sem jogar desde a apresentação em Teresópolis, no dia 12 de
junho. Agora, com os amistosos,
ele pega esse ritmo."
Segundo Ramalho, Taffarel não
é melhor do que seus reservas,
Carlos Germano ou Dida, mas tem
mais experiência do que eles.
"Ele tem mais de cem jogos
pela seleção brasileira. Na Copa,
isso pesa muito. Por isso, ele é o
meu titular."
Cuidados
O treinador do Athletic, Luis
Fernández, minimizou a importância dos erros do Brasil.
"Já fui jogador de seleção e sei
que nesses jogos às vésperas da
Copa ninguém se arrisca com medo de se machucar."
Ele afirmou que a seleção brasileira mostrou só metade do empenho que deve mostrar na Copa.
"O que eu gostei da seleção foi a
parte física, que está muito bem. O
time começou andando em campo, mas quando sofreu o gol passou a correr e aguentou até o fim."
Por fim, falou em tom de brincadeira. "Fiquei contente, porque
posso continuar a dizer que de
mim o Brasil não ganha", disse o
francês que cobrou o pênalti que
eliminou a seleção brasileira da
Copa de 86.
(MD e AGz)
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