São Paulo, segunda, 1 de junho de 1998

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Que venha Andorra!

JUCA KFOURI

Mais uma vez o bando entrou em campo. Pegou o time do Athletic Bilbao sem seus quatro principais jogadores. Taffarel falhou para variar, Doriva deu trombadas e passes errados, o Roberto Carlos do Real Madrid continua ausente, Ronaldinho jogou de freio de mão puxado, Giovanni desapareceu e Bebeto, bem o Bebeto... O empate ficou bem diante da pressão basca no final. Os bascos, aliás, suspenderam suas férias para jogar o amistoso e praticamente pararam em campo a partir da metade do segundo tempo, retomando o ritmo só no fim. Mas contra a seleção de Andorra...

A Copa do Brasil teve uma decisão à européia.
A disciplina tática falou mais alto que a técnica, embora Zinho (que desencantou novamente), Rogério e Ricardinho tenham jogado corretamente em todos os sentidos.
A taça ficou bem pela primeira vez no Parque Antarctica, como teria ficado pela terceira na Toca da Raposa.
Será inevitável que os cruzeirenses guardem de Paulo César a mesma recordação que os palmeirenses têm de Velloso na decisão de 1996.
Mais justo seria, porém, não esquecerem do que este mesmo Paulo César jogou em São Januário diante do Vasco.
Porque em terreno molhado até Dida poderia ter sido vítima da mesma infelicidade no derradeiro minuto.
Depois de três anos, eis que o futebol paulista volta a ganhar um título nacional.
O Palmeiras que não só venceu a competição mais importante da primeira metade da temporada, como, de quebra, acabou com a hegemonia corintiana entre os paulistas na Copa do Brasil, festeja uma conquista muito mais relevante que a do campeonato estadual.
E, ainda por cima, pode voltar a sonhar com o título da Libertadores e com Tóquio.
Para não falar da afirmação de Luís Felipe Scolari no futebol de São Paulo, um cala boca que dói muito mais em alguns que o destempero de uma tarde infeliz.
E tanto o Palmeiras quanto o Cruzeiro mostraram mais que o bando de Zagallo.



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