São Paulo, segunda, 1 de junho de 1998

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Com dois volantes recuados, seleção brasileira precisou se esforçar para alcançar o empate contra equipe mista do Athletic Bilbao
Meio-campo murcha teste tático

dos enviados especiais a Bilbao

No penúltimo amistoso antes da estréia na Copa do Mundo, a seleção brasileira teve que se esforçar para empatar em 1 a 1 com o time misto do Athletic Bilbao, ontem, no País Basco.
Com uma nova formação tática, com os dois volantes, César Sampaio e Doriva, recuados, os brasileiros mostraram erros em todos os setores, mas melhoraram em relação ao jogo-treino de sexta-feira, contra o Racing de Paris, em Ozoir-la-Ferrière (França).
O Athletic posicionou sua defesa em seu próprio campo, de modo diferente do que a seleção brasileira deve encontrar contra as seleções européias na Copa.
Os brasileiros tinham liberdade para conduzir a bola até o meio-campo, mas lá pouco sabiam o que fazer com ela, porque, com Rivaldo e Giovanni marcados, cabia a César Sampaio e Doriva fazer a armação.
No início, Ronaldinho ainda tentou repetir o que tem feito nos treinos: voltar para pegar a bola e iniciar a armação das jogadas.
Aos 9min, ele deu um lançamento para Rivaldo, que só não resultou em gol porque Giovanni estava em impedimento ao finalizar.
Mas, novamente, Ronaldinho não se entendeu com Bebeto. O substituto de Romário movia-se sempre em desacordo com seu colega de ataque.
Se conseguia parar bem o Brasil, o Athletic ia ainda melhor quando tinha a bola. Aproveitando-se dos erros de colocação do lateral-direito Cafu, o meia Jorge Perez e o atacante Ziganda penetraram várias vezes por esse setor.
No banco de reservas, o técnico Zagallo mostrava um nervosismo pouco condizente com o discurso de que o jogo era um teste e o resultado não importava.
Aos 12min, por exemplo, a marcação de um lateral que prejudicou um ataque do Brasil o fez levantar do banco aos berros contra a marcação.
O time espanhol marcou aos 19min. Javi González bateu uma falta indireta para a área. Taffarel rebateu para o chão, os zagueiros titubearam, e o líbero Carlos Garcia, um dos quatro titulares da equipe em campo, marcou na pequena área.
Depois do jogo, Taffarel disse que Roberto Carlos desviou a bola que ia para as suas mãos.
Os brasileiros só reagiram aos 24min, quando a torcida do Athletic gritou "olés" seguidos porque Alkiza driblava quatro brasileiros, um atrás do outro.
Dali para o final do primeiro tempo, os brasileiros mostraram empenho ainda maior, prejudicado por erros de passe de todos os jogadores, menos de Rivaldo, que estragava as jogadas porque não passava a bola a ninguém.
Apesar da vitória parcial de seu time, o técnico Luis Fernández mostrava-se irritado, com um pirulito na boca. Aos 33min, por exemplo, ele virou-se de costas para o campo quando um jogador seu recuou a bola para o goleiro.
No segundo tempo, o Brasil marcou logo aos 3min. Após toques de Cafu, Giovanni e Ronaldinho, Rivaldo recebeu na entrada da área e chutou no canto.
Em seguida, Fernández começou a substituir vários jogadores e o Athletic caiu um pouco.
Zagallo substituiu Cafu aos 11min, após ele ter levado um cartão amarelo por falta violenta.
O Brasil conseguiu seu melhor equilíbrio quando Leonardo e Edmundo substituíram César Sampaio e Bebeto, aos 21min.
Mas, nove minutos depois, Zagallo trocou Giovanni por Denílson, e a equipe despencou. No fim, cada equipe teve duas chances, desperdiçadas. (MD e AGz)



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