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TÊNIS
Brasileiro sente câimbras e cansaço durante partida que durou 3 horas e 18 minutos no Aberto da França
Muster derrota Meligeni em jogo longo
FERNANDA PAPA
enviada especial a Paris
Fernando Meligeni, 26, encerrou
ontem a participação brasileira na
chave principal do Aberto da
França, em Paris, com um jogo
muito disputado em que o austríaco Thomas Muster, 30, venceu.
Depois de 3 horas e 18 minutos
de correria, Muster ganhou com
placar de 6/4, 6/7 (8/10), 6/3, 3/6 e
6/3, garantindo sua classificação
para as quartas-de-final do torneio, em que foi campeão em 1995.
Foi sua quarta vitória sobre o
brasileiro que, jogando pela primeira vez no estádio de Roland
Garros, recebeu mais aplausos e
deu mais autógrafos do que o vencedor, ao deixar a quadra lotada.
"Fiz um dos melhores jogos
da minha vida. Estou contente pela maneira com que joguei, dei o
máximo", afirmou Meligeni, a
quem faltou condição física para
complicar o jogo contra Muster no
quinto e decisivo set.
"Comecei a sentir câimbras
no fim do quarto set. No início do
quinto, chamei o fisioterapeuta na
quadra e já não estava conseguindo correr como antes", disse o
brasileiro. Muster também demostrou cansaço, mas não teve
problemas físicos como Meligeni.
"Foi como em um 12º round
em boxe, em que o primeiro a dar
a porrada maior, ganha por nocaute. Parecia uma maratona, no
Havaí, a 50º C", continuou.
Ele abriu a partida de ontem,
tendo seu serviço quebrado nas
duas primeiras vezes em que sacou. Com uma quebra do serviço
do austríaco, o jogo seguiu equilibrado. Mas sua vantagem das quebras iniciais o garantiram a primeira série, com 6/4.
A segunda, depois de uma quebra de cada lado, foi decidida no
tie-break. Os dois tenistas tiveram
set-points, Meligeni levou a melhor, fazendo 10/8. Sacando, Muster abriu o terceiro set e conseguiu
a única quebra da série, para vencê-la em 6/3.
O mesmo aconteceu no quarto
set, mas com Meligeni. "A diferença, no quinto, foi eu não ter
sentido tanto cansaço", comentou
Muster.
"Foi certamente o melhor jogo que já fizemos. O forehand
(golpe de direita executado pelo
brasileiro com a esquerda, pois ele
é canhoto) do Meligeni melhorou,
ele variou os golpes, errou pouco e
lutou muito", afirmou.
De acordo com as estatísticas da
partida, o austríaco soube aproveitar melhor as chances de quebra de serviço. Foram 6 em 12
break-points. Já o brasileiro, aproveitou 4 das 13 oportunidades.
Por ter chegado às oitavas-de-final, Meligeni, 58º do ranking, tem
chances de aparecer entre os 50
primeiros do mundo. Se conseguir, o que segundo a ATP (Associação dos Tenistas Profissionais)
é praticamente certo, o tenista terá
superado a melhor colocação de
sua carreira, que foi 54º, em 95.
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