São Paulo, segunda, 1 de junho de 1998

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TÊNIS
Brasileiro sente câimbras e cansaço durante partida que durou 3 horas e 18 minutos no Aberto da França
Muster derrota Meligeni em jogo longo

FERNANDA PAPA
enviada especial a Paris

Fernando Meligeni, 26, encerrou ontem a participação brasileira na chave principal do Aberto da França, em Paris, com um jogo muito disputado em que o austríaco Thomas Muster, 30, venceu.
Depois de 3 horas e 18 minutos de correria, Muster ganhou com placar de 6/4, 6/7 (8/10), 6/3, 3/6 e 6/3, garantindo sua classificação para as quartas-de-final do torneio, em que foi campeão em 1995.
Foi sua quarta vitória sobre o brasileiro que, jogando pela primeira vez no estádio de Roland Garros, recebeu mais aplausos e deu mais autógrafos do que o vencedor, ao deixar a quadra lotada.
"Fiz um dos melhores jogos da minha vida. Estou contente pela maneira com que joguei, dei o máximo", afirmou Meligeni, a quem faltou condição física para complicar o jogo contra Muster no quinto e decisivo set.
"Comecei a sentir câimbras no fim do quarto set. No início do quinto, chamei o fisioterapeuta na quadra e já não estava conseguindo correr como antes", disse o brasileiro. Muster também demostrou cansaço, mas não teve problemas físicos como Meligeni.
"Foi como em um 12º round em boxe, em que o primeiro a dar a porrada maior, ganha por nocaute. Parecia uma maratona, no Havaí, a 50º C", continuou.
Ele abriu a partida de ontem, tendo seu serviço quebrado nas duas primeiras vezes em que sacou. Com uma quebra do serviço do austríaco, o jogo seguiu equilibrado. Mas sua vantagem das quebras iniciais o garantiram a primeira série, com 6/4.
A segunda, depois de uma quebra de cada lado, foi decidida no tie-break. Os dois tenistas tiveram set-points, Meligeni levou a melhor, fazendo 10/8. Sacando, Muster abriu o terceiro set e conseguiu a única quebra da série, para vencê-la em 6/3.
O mesmo aconteceu no quarto set, mas com Meligeni. "A diferença, no quinto, foi eu não ter sentido tanto cansaço", comentou Muster.
"Foi certamente o melhor jogo que já fizemos. O forehand (golpe de direita executado pelo brasileiro com a esquerda, pois ele é canhoto) do Meligeni melhorou, ele variou os golpes, errou pouco e lutou muito", afirmou.
De acordo com as estatísticas da partida, o austríaco soube aproveitar melhor as chances de quebra de serviço. Foram 6 em 12 break-points. Já o brasileiro, aproveitou 4 das 13 oportunidades.
Por ter chegado às oitavas-de-final, Meligeni, 58º do ranking, tem chances de aparecer entre os 50 primeiros do mundo. Se conseguir, o que segundo a ATP (Associação dos Tenistas Profissionais) é praticamente certo, o tenista terá superado a melhor colocação de sua carreira, que foi 54º, em 95.



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