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FUTEBOL
Técnico comanda seleção pela primeira vez com apoio de dois terços dos brasileiros, segundo pesquisa do Datafolha
Scolari estréia amparado por torcedores
DO ENVIADO A MONTEVIDÉU
E DO ENVIADO A TERESÓPOLIS
O técnico Luiz Felipe Scolari estréia hoje no comando da seleção
amparado pelos torcedores brasileiros, os mesmos que perderam a
paciência em um jogo e vaiaram o
início do trabalho dos últimos
ocupantes do cargo, Emerson
Leão e Wanderley Luxemburgo.
O Brasil enfrentará o Uruguai às
16h, em Montevidéu, pelas eliminatórias da Copa de 2002.
Pesquisa do Datafolha realizada
com 12.600 pessoas em 348 municípios de todo o país entre os dias
25 e 28 de junho revela que dois
terços dos brasileiros têm uma expectativa positiva em relação ao
trabalho de Scolari na seleção.
Para 66% dos entrevistados, ele
fará uma gestão ótima ou boa, enquanto 14% projetam um desempenho regular e 3% ruim ou péssimo -17% não opinaram.
A margem de erro é de um ponto percentual, para mais ou para
menos, dentro de um intervalo de
confiança de 95%.
Apesar do apoio popular, a
maioria dos jogadores comemorou o fato de um jogo tão importante (os dois times são concorrentes diretos por uma vaga na
Copa) ser disputado fora do país.
A reação é compreensível: na
estréia de Luxemburgo, em 98,
em um amistoso contra a Iugoslávia, a seleção deixou o campo
vaiada em São Luís. O mesmo
ocorreu no jogo de estréia de
Leão, uma vitória apertada por 1 a
0 sobre a Colômbia no Morumbi.
Ciente da paciência curta do
torcedor nacional, Scolari não se
ilude. "Se o Brasil ganhar, a pesquisa vai continuar inchada; se
perder, a pressão será a mesma
sofrida pelos outros técnicos."
É no seu Estado natal que Scolari atinge os melhores índices. A
expectativa de ótimo/bom quanto
ao trabalho dele é de 79% no Rio
Grande do Sul, chegando a 81%
em Porto Alegre. Os menos empolgados estão em Pernambuco,
onde a taxa atingiu 56%.
Os homens (76% de ótimo/
bom) estão bem mais otimistas
que as mulheres (57%).
Escaldado com a série de vexames da seleção nas gestões de Luxemburgo e Leão e respaldado
pelo currículo vencedor de Scolari, o torcedor passou a ter mais
confiança na classificação do Brasil para a Copa de 2002.
Para 75%, a seleção vai ao Mundial. Os incrédulos são 14%, e 11%
não souberam responder. A confiança na vaga atinge 89% entre os
entrevistados que afirmaram ter
muito interesse por futebol.
Mais uma vez, o Rio Grande do
Sul é o Estado mais otimista (79%
dos gaúchos crêem na classificação), e Pernambuco, o mais pessimista (67% confiam na classificação e 20% não confiam).
A expectativa em relação a Scolari é parecida com a que o torcedor nutriu logo após a nomeação
de Luxemburgo. Pesquisa nacional do Datafolha com 10.289 pessoas constatou que 69% aprovavam a contratação e 9% eram
contrários. A maior rejeição de
Luxemburgo, desafeto de Scolari,
foi exatamente no RS (15%).
A empolgação dos gaúchos é
tão grande hoje que ultrapassa a
rivalidade entre os maiores clubes
do Estado, o Grêmio e o Inter.
Scolari é gremista declarado e
começou a se destacar no cenário
nacional como técnico do clube
do Olímpico. Ironicamente, um
dos maiores índices de bom/ótimo em expectativa quanto ao seu
trabalho aparece entre os que torcem para o arqui-rival Inter (87%,
contra 86% do Grêmio).
(FÁBIO VICTOR E SÉRGIO RANGEL)
NA TV - Bandeirantes, Globo e
PSN, ao vivo, às 16h
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