São Paulo, domingo, 01 de julho de 2001

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FUTEBOL
Técnico comanda seleção pela primeira vez com apoio de dois terços dos brasileiros, segundo pesquisa do Datafolha
Scolari estréia amparado por torcedores

DO ENVIADO A MONTEVIDÉU

E DO ENVIADO A TERESÓPOLIS

O técnico Luiz Felipe Scolari estréia hoje no comando da seleção amparado pelos torcedores brasileiros, os mesmos que perderam a paciência em um jogo e vaiaram o início do trabalho dos últimos ocupantes do cargo, Emerson Leão e Wanderley Luxemburgo.
O Brasil enfrentará o Uruguai às 16h, em Montevidéu, pelas eliminatórias da Copa de 2002.
Pesquisa do Datafolha realizada com 12.600 pessoas em 348 municípios de todo o país entre os dias 25 e 28 de junho revela que dois terços dos brasileiros têm uma expectativa positiva em relação ao trabalho de Scolari na seleção.
Para 66% dos entrevistados, ele fará uma gestão ótima ou boa, enquanto 14% projetam um desempenho regular e 3% ruim ou péssimo -17% não opinaram.
A margem de erro é de um ponto percentual, para mais ou para menos, dentro de um intervalo de confiança de 95%.
Apesar do apoio popular, a maioria dos jogadores comemorou o fato de um jogo tão importante (os dois times são concorrentes diretos por uma vaga na Copa) ser disputado fora do país.
A reação é compreensível: na estréia de Luxemburgo, em 98, em um amistoso contra a Iugoslávia, a seleção deixou o campo vaiada em São Luís. O mesmo ocorreu no jogo de estréia de Leão, uma vitória apertada por 1 a 0 sobre a Colômbia no Morumbi.
Ciente da paciência curta do torcedor nacional, Scolari não se ilude. "Se o Brasil ganhar, a pesquisa vai continuar inchada; se perder, a pressão será a mesma sofrida pelos outros técnicos."
É no seu Estado natal que Scolari atinge os melhores índices. A expectativa de ótimo/bom quanto ao trabalho dele é de 79% no Rio Grande do Sul, chegando a 81% em Porto Alegre. Os menos empolgados estão em Pernambuco, onde a taxa atingiu 56%.
Os homens (76% de ótimo/ bom) estão bem mais otimistas que as mulheres (57%).
Escaldado com a série de vexames da seleção nas gestões de Luxemburgo e Leão e respaldado pelo currículo vencedor de Scolari, o torcedor passou a ter mais confiança na classificação do Brasil para a Copa de 2002.
Para 75%, a seleção vai ao Mundial. Os incrédulos são 14%, e 11% não souberam responder. A confiança na vaga atinge 89% entre os entrevistados que afirmaram ter muito interesse por futebol.
Mais uma vez, o Rio Grande do Sul é o Estado mais otimista (79% dos gaúchos crêem na classificação), e Pernambuco, o mais pessimista (67% confiam na classificação e 20% não confiam).
A expectativa em relação a Scolari é parecida com a que o torcedor nutriu logo após a nomeação de Luxemburgo. Pesquisa nacional do Datafolha com 10.289 pessoas constatou que 69% aprovavam a contratação e 9% eram contrários. A maior rejeição de Luxemburgo, desafeto de Scolari, foi exatamente no RS (15%).
A empolgação dos gaúchos é tão grande hoje que ultrapassa a rivalidade entre os maiores clubes do Estado, o Grêmio e o Inter.
Scolari é gremista declarado e começou a se destacar no cenário nacional como técnico do clube do Olímpico. Ironicamente, um dos maiores índices de bom/ótimo em expectativa quanto ao seu trabalho aparece entre os que torcem para o arqui-rival Inter (87%, contra 86% do Grêmio).
(FÁBIO VICTOR E SÉRGIO RANGEL)

NA TV - Bandeirantes, Globo e PSN, ao vivo, às 16h



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