São Paulo, domingo, 01 de julho de 2001

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Técnico, enfim, motiva Uruguai

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DO PAINEL FC

Ao jogar em casa, o Uruguai tem passado por momentos parecidos com os do Brasil quando atua no Rio ou em São Paulo.
Na maioria das partidas, é vaiado. Em duas ocasiões, mais do que isso. Revoltada com a atuação do time, a torcida jogou as bandeiras azuis e brancas no gramado. Um sinal de protesto semelhante ao que torcedores brasileiros fizeram no Morumbi quando a seleção enfrentou Equador, Colômbia e Peru.
Hoje, em Montevidéu, tudo indica que será diferente. Primeiro, porque o adversário é o Brasil. Segundo, porque o jogo está sendo considerado de ""vida ou morte", se não pela comissão técnica, pelo menos pela opinião pública uruguaia. E terceiro, porque o país, como acontece com o Brasil, está vivendo um período de lua-de-mel com sua seleção.
Pesquisa do jornal ""El Observador" apontou que o técnico Victor Púa, que assumiu o comando do time uruguaio após a saída de Daniel Passarella, tem aprovação de 71% dos torcedores.
À Folha, Púa disse que o objetivo é ""transformar definitivamente as vaias em aplausos". ""A mística da arquibancada é um fator de desequilíbrio. O torcedor vai nos incentivar como nunca, mas cabe a nós fazer o incentivo e a confiança durarem até o final [do jogo"."
Para a partida de hoje, ele teve problemas parecidos com os de Scolari com o Brasil. Não faltaram jogadores contundidos nas duas semanas de preparação, feita em Punta del Este. O pior caso foi o de Nicolás Olivera, atleta conhecido como Nico, no Uruguai, que sofreu duas convulsões e um desmaio e foi afastado do grupo.
Só quinta-feira Púa pôde contar com o zagueiro Alejandro Lembo e anteontem com o atacante Darío Silva, que passaram a semana se recuperando de contusões. O primeiro deve jogar -possivelmente improvisado na lateral, com Guigou atuando como volante- e o segundo formará o ataque com Federico Magallanes.
Com um meio-campo conhecido pela lentidão, mas também pela forte marcação, o treinador aposta nas jogadas aéreas. Nas eliminatórias, os cruzamentos para a área têm representado a principal arma da equipe uruguaia.
Como tem dito Púa, o que importa, no momento, não é jogar bonito, mas conseguir um bom resultado. ""Contra o Chile [último jogo do time nas eliminatórias", não jogamos bem, mas vencemos por 1 a 0", lembrou o técnico, que terá, entre os titulares, oito jogadores que atuam fora do país, dos quais cinco são reservas de times europeus.
Sobre a arbitragem de Hugh Dallas, diz que ""ele tem boas credenciais", mas ressalva não entender ""o motivo de não terem chamado um juiz sul-americano e optado por um europeu".
Mas completa: ""Mesmo se a arbitragem nos prejudicar, teremos a torcida do nosso lado." Com ela, de fato, ele parece contar.



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