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Técnico, enfim, motiva Uruguai
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DO PAINEL FC
Ao jogar em casa, o Uruguai
tem passado por momentos parecidos com os do Brasil quando
atua no Rio ou em São Paulo.
Na maioria das partidas, é vaiado. Em duas ocasiões, mais do
que isso. Revoltada com a atuação
do time, a torcida jogou as bandeiras azuis e brancas no gramado. Um sinal de protesto semelhante ao que torcedores brasileiros fizeram no Morumbi quando
a seleção enfrentou Equador, Colômbia e Peru.
Hoje, em Montevidéu, tudo indica que será diferente. Primeiro,
porque o adversário é o Brasil. Segundo, porque o jogo está sendo
considerado de ""vida ou morte",
se não pela comissão técnica, pelo
menos pela opinião pública uruguaia. E terceiro, porque o país,
como acontece com o Brasil, está
vivendo um período de lua-de-mel com sua seleção.
Pesquisa do jornal ""El Observador" apontou que o técnico Victor Púa, que assumiu o comando
do time uruguaio após a saída de
Daniel Passarella, tem aprovação
de 71% dos torcedores.
À Folha, Púa disse que o objetivo é ""transformar definitivamente as vaias em aplausos". ""A mística da arquibancada é um fator de
desequilíbrio. O torcedor vai nos
incentivar como nunca, mas cabe
a nós fazer o incentivo e a confiança durarem até o final [do jogo"."
Para a partida de hoje, ele teve
problemas parecidos com os de
Scolari com o Brasil. Não faltaram
jogadores contundidos nas duas
semanas de preparação, feita em
Punta del Este. O pior caso foi o de
Nicolás Olivera, atleta conhecido
como Nico, no Uruguai, que sofreu duas convulsões e um desmaio e foi afastado do grupo.
Só quinta-feira Púa pôde contar
com o zagueiro Alejandro Lembo
e anteontem com o atacante Darío Silva, que passaram a semana
se recuperando de contusões. O
primeiro deve jogar -possivelmente improvisado na lateral,
com Guigou atuando como volante- e o segundo formará o
ataque com Federico Magallanes.
Com um meio-campo conhecido pela lentidão, mas também pela forte marcação, o treinador
aposta nas jogadas aéreas. Nas eliminatórias, os cruzamentos para
a área têm representado a principal arma da equipe uruguaia.
Como tem dito Púa, o que importa, no momento, não é jogar
bonito, mas conseguir um bom
resultado. ""Contra o Chile [último jogo do time nas eliminatórias", não jogamos bem, mas vencemos por 1 a 0", lembrou o técnico, que terá, entre os titulares,
oito jogadores que atuam fora do
país, dos quais cinco são reservas
de times europeus.
Sobre a arbitragem de Hugh
Dallas, diz que ""ele tem boas credenciais", mas ressalva não entender ""o motivo de não terem
chamado um juiz sul-americano
e optado por um europeu".
Mas completa: ""Mesmo se a arbitragem nos prejudicar, teremos
a torcida do nosso lado." Com
ela, de fato, ele parece contar.
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