São Paulo, segunda-feira, 01 de julho de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Melhor jogador da Copa para Scolari sai consagrado

Rivaldo joga com dor e dedica vitória ao pai

DOS ENVIADOS A YOKOHAMA

Rivaldo joga bem também na seleção. Das tantas "verdades absolutas" sepultadas pelo time brasileiro nesta Copa do Mundo, uma das preferidas do torcedor foi a que dizia que o meia-atacante só era craque no Barcelona.
Na decisão, Rivaldo não foi tão constante quanto nos outros seis jogos, mas teve papel decisivo na vitória sobre a Alemanha, dando o chute que Kahn largou para Ronaldo marcar o primeiro e fazendo o desconcertante corta-luz que facilitou a marcação do segundo.
O que não constitui novidade é que Rivaldo, apesar de mais regular que Ronaldo durante o Mundial, acabou ofuscado pelo estelar colega no momento crucial.
Mesmo assim, o maior "patinho feio" da história recente da seleção deixa o torneio consagrado. Concorre ao título de melhor jogador e foi o vice-artilheiro ao lado de Klose, com cinco gols.
Na opinião de Luiz Felipe Scolari, foi o craque da Copa-2002.
Para não perder o melhor da festa e coroar a sua ótima Copa, Rivaldo jogou no sacrifício, com dores no tornozelo esquerdo durante quase toda a final.
"Joguei com o pé enfaixado no primeiro tempo, fiz uma bota. No segundo, apertei ainda mais a faixa. Na primeira chance, pensei: "Vou chutar com o pé machucado mesmo, seja o que Deus quiser". O goleiro soltou, e Ronaldo fez o gol", contou ele, que esteve ameaçado de não jogar a Copa por causa de uma lesão no joelho.
"Não quis falar porque dava para suportar. Só quando o jogo começou é que senti a dor."
Tímido, Rivaldo foi um dos mais contidos na comemoração. Nem tirou a camisa, uma marca sua nas comemorações dos gols.
Ao final do jogo, criticou o presidente Fernando Henrique Cardoso (leia na pág. D18) e dedicou o título ao falecido pai, Romildo.
"Ele sempre acreditou em mim. Onde ele estiver, estará feliz comigo." (FÁBIO VICTOR, FERNANDO MELLO, JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO, JOSÉ ALBERTO BOMBIG, PAULO COBOS, ROBERTO DIAS, RODRIGO BUENO E SÉRGIO RANGEL)


Texto Anterior: "Hino" da Copa é de Zeca Pagodinho
Próximo Texto: Memória: "Erres" fizeram 16 dos 18 gols da seleção no Mundial
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.