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Único jogador a jogar três finais de Mundial, lateral "arruma" um pedestal na premiação
Cafu estabelece recorde e improvisa ao levantar a taça
DOS ENVIADOS A YOKOHAMA
Cafu pediu ajuda a Pelé para
quebrar o protocolo e inovar no
gesto que o imortalizaria na seleção brasileira.
Capitão após o corte do volante
Emerson na véspera da estréia no
Mundial, o lateral subiu de improviso em um púlpito imobilizado por Pelé e ergueu a Taça Fifa. Em pé, do alto do pedestal, ele
repetiu o ritual histórico criado
em 1958 por Bellini.
Debaixo de uma chuva fina, o
sorriso de Marcos Evangelista de
Moraes, 32, nunca foi tão fotografado. Com o troféu em mãos,
o único jogador da história a entrar em campo em três finais de
Copa do Mundo gritou "Regina,
eu te amo", numa homenagem à
sua mulher.
Sobre a camisa 2, número que
vestiu na maioria das 120 vezes
que defendeu a "amarelinha", estava escrito: "100% Jardim Irene", uma menção ao bairro pobre da zona sul paulistana em que
nasceu e onde mantém uma fundação que leva seu nome.
Em Yokohama, o mais vitorioso jogador da seleção fechou o
Mundial em que entrou para um
restrito grupo de atletas quatro
vezes campeões mundiais
-duas com a seleção brasileira
(1994 e 2002) e duas com o São
Paulo (1992 e 1993).
Nos vestiários, Cafu comemorava sua melhor Copa -em que
se tornou o jogador que mais defendeu a seleção na história, superando Taffarel (114 partidas).
"Foi uma vitória pessoal. O
Brasil mereceu. Um título incontestável porque ganhamos tudo,
batemos todos os recordes que
poderíamos bater. Somos a melhor seleção de todos os tempos, e
isso é que importante", disse Cafu, que defendeu a seleção pela
primeira vez em 12 de setembro
de 1990, na derrota para a Espanha por 3 a 0.
Campeão por onde passou, Cafu, que hoje atua pela Roma (Itália), tem em seu currículo um título brasileiro (91), dois da Taça
Libertadores da América (92 e
93) e um do Italiano (pela Roma,
na temporada 2000/2001).
Mas Cafu não pensa em parar.
Quer, aos 36 anos, estar na Alemanha. Para aumentar seus recordes e ser o único capitão da seleção a erguer a taça de campeão
mundial por duas vezes.
(FÁBIO VICTOR, FERNANDO MELLO, JOÃO CARLOS
ASSUMPÇÃO, JOSÉ ALBERTO BOMBIG,
PAULO COBOS, ROBERTO DIAS, RODRIGO
BUENO E SÉRGIO RANGEL)
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