São Paulo, segunda-feira, 01 de julho de 2002

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Único jogador a jogar três finais de Mundial, lateral "arruma" um pedestal na premiação

Cafu estabelece recorde e improvisa ao levantar a taça

DOS ENVIADOS A YOKOHAMA

Cafu pediu ajuda a Pelé para quebrar o protocolo e inovar no gesto que o imortalizaria na seleção brasileira.
Capitão após o corte do volante Emerson na véspera da estréia no Mundial, o lateral subiu de improviso em um púlpito imobilizado por Pelé e ergueu a Taça Fifa. Em pé, do alto do pedestal, ele repetiu o ritual histórico criado em 1958 por Bellini.
Debaixo de uma chuva fina, o sorriso de Marcos Evangelista de Moraes, 32, nunca foi tão fotografado. Com o troféu em mãos, o único jogador da história a entrar em campo em três finais de Copa do Mundo gritou "Regina, eu te amo", numa homenagem à sua mulher.
Sobre a camisa 2, número que vestiu na maioria das 120 vezes que defendeu a "amarelinha", estava escrito: "100% Jardim Irene", uma menção ao bairro pobre da zona sul paulistana em que nasceu e onde mantém uma fundação que leva seu nome.
Em Yokohama, o mais vitorioso jogador da seleção fechou o Mundial em que entrou para um restrito grupo de atletas quatro vezes campeões mundiais -duas com a seleção brasileira (1994 e 2002) e duas com o São Paulo (1992 e 1993).
Nos vestiários, Cafu comemorava sua melhor Copa -em que se tornou o jogador que mais defendeu a seleção na história, superando Taffarel (114 partidas).
"Foi uma vitória pessoal. O Brasil mereceu. Um título incontestável porque ganhamos tudo, batemos todos os recordes que poderíamos bater. Somos a melhor seleção de todos os tempos, e isso é que importante", disse Cafu, que defendeu a seleção pela primeira vez em 12 de setembro de 1990, na derrota para a Espanha por 3 a 0.
Campeão por onde passou, Cafu, que hoje atua pela Roma (Itália), tem em seu currículo um título brasileiro (91), dois da Taça Libertadores da América (92 e 93) e um do Italiano (pela Roma, na temporada 2000/2001).
Mas Cafu não pensa em parar. Quer, aos 36 anos, estar na Alemanha. Para aumentar seus recordes e ser o único capitão da seleção a erguer a taça de campeão mundial por duas vezes. (FÁBIO VICTOR, FERNANDO MELLO, JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO, JOSÉ ALBERTO BOMBIG, PAULO COBOS, ROBERTO DIAS, RODRIGO BUENO E SÉRGIO RANGEL)


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