São Paulo, segunda-feira, 01 de julho de 2002

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Para Teixeira, título foi resposta às CPIs

DOS ENVIADOS A YOKOHAMA

Para a CBF, a vitória da seleção sobre a Alemanha na final da Copa foi a resposta de Ricardo Teixeira, presidente da entidade, às duas CPIs do Congresso que o investigaram em 2000 e 2001.
"Quem não acreditou na seleção brasileira perdeu. A resposta do presidente é a vitória", afirmou Marco Antonio Teixeira, secretário-geral da entidade e tio do homem-forte da CBF.
Teixeira, por sua vez, evitou dar declarações sobre as CPIs. "Estou exausto. Agora, quero apenas descansar um pouco e comemorar a vitória do Brasil, que é a vitória do povo", disse Teixeira à Folha, ontem, por telefone.
A CPI do Futebol, encerrada no Senado em dezembro, aprovou por unanimidade relatório que condenou a gestão do dirigente na CBF. Com base do texto, o governo pediu a renúncia de Teixeira, alegando, entre outras coisas, que, no cargo, poderia atrapalhar o desempenho do time na Ásia.
Na Câmara, a CPI da CBF/Nike terminou sem aprovar um relatório final, mas representou um dos maiores ataques ao cartola desde o início de sua gestão, em 1989.
O título do Mundial da Coréia e do Japão foi o segundo de Teixeira. Em 1994, a seleção triunfou nos EUA. Assim, em quatro Copas disputadas, o dirigente foi a três finais e venceu duas.
Em número de títulos, está à frente de Teixeira apenas João Havelange, ex-presidente da antiga CBD (Confederação Brasileira de Desportes), vencedor das Copas em 1958, 1962 e 1970.
Em 1974, ele passou a comandar a Fifa, onde ficou até 1988. Teixeira é ex-genro de Havelange e seu sucessor direto no comando do futebol brasileiro.
Além do título da Copa, o presidente da CBF também encerra o torneio fortalecido pela reeleição de Joseph Blatter na Fifa, para quem ele trabalhou intensamente durante o processo sucessório.
Ciente de que somente o título da Copa amenizaria o desgaste de sua imagem, Teixeira se aproximou do dia-a-dia da seleção e atuou nos bastidores durante o torneio, em que o Brasil teve em seus jogos árbitros de países de pouca tradição no futebol.
"O título é também do Ricardo, que trabalhou muito por ele. Foi quem deu todo o apoio ao [Luiz Felipe" Scolari", disse Weber Magalhães, chefe da delegação.
Em meio às CPIs, o presidente da CBF prometeu deixar o cargo no final de 2003, pouco antes do final de seu atual mandato. Mas aliados do dirigente, principalmente presidentes de federações, afirmam que trabalharão pela manutenção de Teixeira no cargo. (FV, FM, JCA, JAB, PC, RD, RBU E SR)


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