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Para Teixeira, título foi resposta às CPIs
DOS ENVIADOS A YOKOHAMA
Para a CBF, a vitória da seleção
sobre a Alemanha na final da Copa foi a resposta de Ricardo Teixeira, presidente da entidade, às
duas CPIs do Congresso que o investigaram em 2000 e 2001.
"Quem não acreditou na seleção brasileira perdeu. A resposta
do presidente é a vitória", afirmou
Marco Antonio Teixeira, secretário-geral da entidade e tio do homem-forte da CBF.
Teixeira, por sua vez, evitou dar
declarações sobre as CPIs. "Estou
exausto. Agora, quero apenas
descansar um pouco e comemorar a vitória do Brasil, que é a vitória do povo", disse Teixeira à Folha, ontem, por telefone.
A CPI do Futebol, encerrada no
Senado em dezembro, aprovou
por unanimidade relatório que
condenou a gestão do dirigente
na CBF. Com base do texto, o governo pediu a renúncia de Teixeira, alegando, entre outras coisas,
que, no cargo, poderia atrapalhar
o desempenho do time na Ásia.
Na Câmara, a CPI da CBF/Nike
terminou sem aprovar um relatório final, mas representou um dos
maiores ataques ao cartola desde
o início de sua gestão, em 1989.
O título do Mundial da Coréia e
do Japão foi o segundo de Teixeira. Em 1994, a seleção triunfou
nos EUA. Assim, em quatro Copas disputadas, o dirigente foi a
três finais e venceu duas.
Em número de títulos, está à
frente de Teixeira apenas João
Havelange, ex-presidente da antiga CBD (Confederação Brasileira
de Desportes), vencedor das Copas em 1958, 1962 e 1970.
Em 1974, ele passou a comandar
a Fifa, onde ficou até 1988. Teixeira é ex-genro de Havelange e seu
sucessor direto no comando do
futebol brasileiro.
Além do título da Copa, o presidente da CBF também encerra o
torneio fortalecido pela reeleição
de Joseph Blatter na Fifa, para
quem ele trabalhou intensamente
durante o processo sucessório.
Ciente de que somente o título
da Copa amenizaria o desgaste de
sua imagem, Teixeira se aproximou do dia-a-dia da seleção e
atuou nos bastidores durante o
torneio, em que o Brasil teve em
seus jogos árbitros de países de
pouca tradição no futebol.
"O título é também do Ricardo,
que trabalhou muito por ele. Foi
quem deu todo o apoio ao [Luiz
Felipe" Scolari", disse Weber Magalhães, chefe da delegação.
Em meio às CPIs, o presidente
da CBF prometeu deixar o cargo
no final de 2003, pouco antes do
final de seu atual mandato. Mas
aliados do dirigente, principalmente presidentes de federações,
afirmam que trabalharão pela
manutenção de Teixeira no cargo.
(FV, FM, JCA, JAB, PC, RD, RBU E SR)
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