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GINÁSTICA
Peça publicitária com a campeã mundial de solo terá que ter autorização da Justiça para ir ao ar
Queda-de-braço por Daiane põe "censura" em anúncios de TV
CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL
Quem quiser veicular um anúncio com a ginasta Daiane dos Santos, 21, terá agora que ter prévia
autorização da Justiça.
A determinação do juiz Luiz
Fernando de Andrade Pinto, da
10ª Vara Cível do Rio, consta no
processo movido pela Brasil Telecom contra a Coca-Cola, que vinha utilizando a campeã mundial
de solo em peças publicitárias.
Após ter que suspender, por determinação judicial, a veiculação
de um comercial em que a ginasta
levava a tocha olímpica (foi ao ar
em 18 de maio e deixou de ser exibido no dia 29 do mesmo mês), a
multinacional de refrigerantes sofreu novo revés no último mês.
E, segundo noticiou "O Globo",
não só ela: a determinação de Andrade Pinto diz que as emissoras
de TV terão que obter autorização
prévia da Justiça para exibir comerciais com a atleta, que assinou
contrato de exclusividade com a
Brasil Telecom no início de 2002.
O juiz, que falou por meio da assessoria de imprensa do Tribunal
de Justiça, disse que não comentaria a decisão e que a ação corre em
segredo de Justiça porque as duas
empresas pediram. Alegou ainda
que não foi por meio do cartório
em que está o processo que o caso
chegou à imprensa.
Ouvida pela Folha, a Globo disse que não sente confortável para
opinar sobre a determinação da
Justiça. Já o presidente do Conar
(Conselho de Auto-Regulamentação Publicitária), Gilberto Leifert, chegou a afirmar que o órgão
deplora a decisão por abrir um
precedente de "censura prévia".
A decisão do juiz, assinada no
dia 18, motivou a retirada do ar de
outro comercial da Coca-Cola, referente à Olimpíada, do qual
Daiane participou e que começou
a ser exibido no último dia 11.
Quando retirou de veiculação o
segundo comercial, no dia 18, a
multinacional afirmou à Folha
que isso fazia parte de uma estratégia e que havia outras peças publicitárias para serem exibidas.
Coca-Cola e Brasil Telecom não
comentam o caso, alegando que o
processo está sob segredo de Justiça. No TJ do Rio, a informação é
que a multinacional entrou com
recursos para ampliar o segredo.
Daiane, que compete no Brasileiro no final de semana, e seu advogado, Cristian do Carmo Rios,
tampouco emitem opinião.
Já o Comitê Olímpico Brasileiro,
que tem a Coca-Cola entre seus
patrocinadores, informou que lamenta o impasse e pede às partes
que cheguem a um acordo para
dar a Daiane tranqüilidade na reta
final de preparação para os Jogos.
Se isso afetará a atleta, o Brasileiro mostrará a partir de sábado.
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