São Paulo, quinta-feira, 01 de julho de 2004

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GINÁSTICA

Peça publicitária com a campeã mundial de solo terá que ter autorização da Justiça para ir ao ar

Queda-de-braço por Daiane põe "censura" em anúncios de TV

CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL

Quem quiser veicular um anúncio com a ginasta Daiane dos Santos, 21, terá agora que ter prévia autorização da Justiça.
A determinação do juiz Luiz Fernando de Andrade Pinto, da 10ª Vara Cível do Rio, consta no processo movido pela Brasil Telecom contra a Coca-Cola, que vinha utilizando a campeã mundial de solo em peças publicitárias.
Após ter que suspender, por determinação judicial, a veiculação de um comercial em que a ginasta levava a tocha olímpica (foi ao ar em 18 de maio e deixou de ser exibido no dia 29 do mesmo mês), a multinacional de refrigerantes sofreu novo revés no último mês.
E, segundo noticiou "O Globo", não só ela: a determinação de Andrade Pinto diz que as emissoras de TV terão que obter autorização prévia da Justiça para exibir comerciais com a atleta, que assinou contrato de exclusividade com a Brasil Telecom no início de 2002.
O juiz, que falou por meio da assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça, disse que não comentaria a decisão e que a ação corre em segredo de Justiça porque as duas empresas pediram. Alegou ainda que não foi por meio do cartório em que está o processo que o caso chegou à imprensa.
Ouvida pela Folha, a Globo disse que não sente confortável para opinar sobre a determinação da Justiça. Já o presidente do Conar (Conselho de Auto-Regulamentação Publicitária), Gilberto Leifert, chegou a afirmar que o órgão deplora a decisão por abrir um precedente de "censura prévia".
A decisão do juiz, assinada no dia 18, motivou a retirada do ar de outro comercial da Coca-Cola, referente à Olimpíada, do qual Daiane participou e que começou a ser exibido no último dia 11.
Quando retirou de veiculação o segundo comercial, no dia 18, a multinacional afirmou à Folha que isso fazia parte de uma estratégia e que havia outras peças publicitárias para serem exibidas.
Coca-Cola e Brasil Telecom não comentam o caso, alegando que o processo está sob segredo de Justiça. No TJ do Rio, a informação é que a multinacional entrou com recursos para ampliar o segredo.
Daiane, que compete no Brasileiro no final de semana, e seu advogado, Cristian do Carmo Rios, tampouco emitem opinião.
Já o Comitê Olímpico Brasileiro, que tem a Coca-Cola entre seus patrocinadores, informou que lamenta o impasse e pede às partes que cheguem a um acordo para dar a Daiane tranqüilidade na reta final de preparação para os Jogos.
Se isso afetará a atleta, o Brasileiro mostrará a partir de sábado.


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