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Tostão
Jogo de craques
O maior perigo são lançamentos para Henry entre os zagueiros
A ALEMANHA está em
festa. Até os carros
da polícia estão enfeitados com a bandeira
do país. Mesmo jogando
mal, a Alemanha eliminou
a Argentina nos pênaltis,
contando com a ajuda do
técnico Pekerman, que tirou seu melhor jogador
(Riquelme).
A Itália venceu e ainda
jogou bem na vitória sobre
a Ucrânia por 3 a 0. O time
italiano reforçou a marcação, atuou só com um atacante fixo, fez um gol, segurou o placar graças ao
excepcional goleiro Buffon e, depois, ainda fez
mais dois gols. Desta vez, o
técnico colocou Totti,
maior talento da equipe.
Ontem, caminhei pelas
ruas de Frankfurt e tive a
impressão de que cresceu
bastante o número de brasileiros na Copa. Todos estão confiantes. Eu também. Quando aponto falhas no time, não significa
que estou pessimista. Os
problemas das outras seleções são ainda maiores.
A razão principal de os
adversários tocarem a bola com facilidade desde a
defesa até próximo à área
do Brasil e criarem muitas
chances de gols não é só
pelo recuo de Emerson ou
Gilberto Silva, mas também de toda a defesa.
A única vantagem de
marcar mais atrás é não
deixar espaços nas costas
dos defensores. Nos quatro jogos, os adversários finalizaram muito da entrada da área, mas chegaram
pouco na cara de Dida.
Mesmo assim, não se
pode dar tantas chances
de finalização aos bons
atacantes. O Brasil tem tido também pouca posse
de bola, como reclamou
Parreira, porque não desarma. Além disso, por recuperar a bola muito atrás,
a defesa e o meio-campo
ficam muito longe dos atacantes. O time não precisa
marcar por pressão nem
tão recuado.
A França deve jogar com
quatro defensores, dois
volantes, um meia de cada
lado com funções defensivas e ofensivas e Zidane livre, próximo de Henry, o
único atacante. Nesse esquema, o sistema defensivo fica fortalecido, porém
há poucas alternativas de
ataque. O maior perigo são
os lançamentos entre os
zagueiros para Henry.
Os craques costumam
crescer nos jogos importantes. Como há craques
dos dois lados, um pouco
mais do Brasil, deve ser
uma partida sensacional.
tostao.folha@uol.com.br
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