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Rei do toque de 1ª, Brasil desafia a cadência francesa
Com Ronaldinho, seleção é a que mais joga de bate-pronto, ao contrário do adversário, que segue ritmo de Zidane
Camisas 10 ditam jogadas de suas seleções, de um lado com velocidade e de outro centrado nas assistências
para os homens de ataque
DOS ENVIADOS A FRANKFURT
Será um jogo em que cada time vai na cadência de seus camisas 10. O Brasil do lépido Ronaldinho é o rei do toque de primeira. Na França de Zidane
-com seu jeito "garça", como
disse Zagallo-, a ordem é
"enrolar" para entregar a bola.
Levantamento do Datafolha
tabulou o tipo de jogada que
muito provavelmente é a mais
ensaiada por nove de cada dez
treinadores. Passar a bola de
primeira é motivo de treinos e
mais treinos. E o Brasil parece
que aprendeu a lição. Ninguém
toca mais, com sucesso, a bola
de bate-pronto do que o time de
Carlos Alberto Parreira -o
treinador enfatizou isso desde
o início da preparação da equipe para a competição, na Suíça.
Em quatro jogos, foram 64
passes desse tipo no ataque. O
oposto acontece com os franceses. Entre os quadrifinalistas, o
time francês é o que menos usa
esse recurso -foram apenas 11.
Quem puxa a fila brasileira é
Ronaldinho. Foram 16 toques
de bate-pronto, ou cinco a mais
do que todo o time francês. Já
Zidane, com um estilo mais para os anos 60 do que o atual, não
tocou a bola de primeira no ataque uma vez sequer.
Um dia antes do confronto,
Parreira apontou para essa característica dos europeus.
"A França é um time escaldado pela experiência. Tem uma
cadência aparentemente calma
e, de repente, eles explodem em
uma jogada de velocidade com
o Henry. Se você estiver desatento, eles surpreendem. A
gente não pode se iludir com isso", disse Parreira, que foi o último treinador brasileiro a ganhar da França -em 1992, na
sua segunda passagem pelo
cargo no time nacional.
Ele tem razão. Apesar de demorar para tocar a bola, a França tem dois atletas com médias
de assistências maiores do que
qualquer brasileiro -o veterano Zidane e a revelação Ribéry.
Em média, eles deixam os colegas em condições de marcar
mais de quatro vezes por jogo.
Protagonista do estilo toca
rápido do Brasil, Ronaldinho
prevê a parada mais dura do
Brasil. "É um jogo que terá todos os toques de dificuldades. E
será decidido em detalhes."
Além de diferentes na velocidade do jogo, Brasil e França
são díspares em outros fundamentos. Os brasileiros fazem
menos faltas, finalizam mais e
apostam mais em lançamentos.
Os franceses são melhores em
assistências e cruzamentos.
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(EDUARDO ARRUDA, PAULO COBOS, RICARDO PERRONE E SÉRGIO RANGEL)
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