São Paulo, sábado, 01 de julho de 2006

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Rei do toque de 1ª, Brasil desafia a cadência francesa

Com Ronaldinho, seleção é a que mais joga de bate-pronto, ao contrário do adversário, que segue ritmo de Zidane

Camisas 10 ditam jogadas de suas seleções, de um lado com velocidade e de outro centrado nas assistências para os homens de ataque


DOS ENVIADOS A FRANKFURT

Será um jogo em que cada time vai na cadência de seus camisas 10. O Brasil do lépido Ronaldinho é o rei do toque de primeira. Na França de Zidane -com seu jeito "garça", como disse Zagallo-, a ordem é "enrolar" para entregar a bola.
Levantamento do Datafolha tabulou o tipo de jogada que muito provavelmente é a mais ensaiada por nove de cada dez treinadores. Passar a bola de primeira é motivo de treinos e mais treinos. E o Brasil parece que aprendeu a lição. Ninguém toca mais, com sucesso, a bola de bate-pronto do que o time de Carlos Alberto Parreira -o treinador enfatizou isso desde o início da preparação da equipe para a competição, na Suíça.
Em quatro jogos, foram 64 passes desse tipo no ataque. O oposto acontece com os franceses. Entre os quadrifinalistas, o time francês é o que menos usa esse recurso -foram apenas 11.
Quem puxa a fila brasileira é Ronaldinho. Foram 16 toques de bate-pronto, ou cinco a mais do que todo o time francês. Já Zidane, com um estilo mais para os anos 60 do que o atual, não tocou a bola de primeira no ataque uma vez sequer.
Um dia antes do confronto, Parreira apontou para essa característica dos europeus.
"A França é um time escaldado pela experiência. Tem uma cadência aparentemente calma e, de repente, eles explodem em uma jogada de velocidade com o Henry. Se você estiver desatento, eles surpreendem. A gente não pode se iludir com isso", disse Parreira, que foi o último treinador brasileiro a ganhar da França -em 1992, na sua segunda passagem pelo cargo no time nacional.
Ele tem razão. Apesar de demorar para tocar a bola, a França tem dois atletas com médias de assistências maiores do que qualquer brasileiro -o veterano Zidane e a revelação Ribéry. Em média, eles deixam os colegas em condições de marcar mais de quatro vezes por jogo.
Protagonista do estilo toca rápido do Brasil, Ronaldinho prevê a parada mais dura do Brasil. "É um jogo que terá todos os toques de dificuldades. E será decidido em detalhes."
Além de diferentes na velocidade do jogo, Brasil e França são díspares em outros fundamentos. Os brasileiros fazem menos faltas, finalizam mais e apostam mais em lançamentos. Os franceses são melhores em assistências e cruzamentos. 0 (EDUARDO ARRUDA, PAULO COBOS, RICARDO PERRONE E SÉRGIO RANGEL)

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