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França atual é mais negra que a de 98
ADALBERTO LEISTER FILHO
MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Para a irritação de ean-Marie Le Pen, político da
ultradireita francesa, a
seleção que entra em
campo hoje para enfrentar o Brasil é ainda mais
multirracial do que a que
se sagrou campeã em 98.
Dos 11 titulares que entrarão em campo hoje,
além de Zidane, com ascendência argelina, há sete negros. Desses, quatro
não nasceram na França.
Thuram (Guadalupe) e
Malouda (Guiana Francesa) vieram de colônias
do país. Makelele (Congo) e Vieira (Senegal) são
de famílias de imigrantes.
O time que iniciou a final da Copa contra o Brasil em 1998 contava com
só três negros: Thuram,
Desailly e Karembeu.
Isso irritou Le Pen, líder xenófobo que chegou
ao segundo turno das
eleições presidenciais de
2002. Ele disse que "a
França não se reconhece
totalmente neste time".
Parte da população
apóia as idéias defendidas
pelo político. Em 2000,
uma pesquisa revelou
que 36% da população
acreditava que havia muitos jogadores de origem
estrangeira na seleção.
A xenofobia voltou a se
manifestar no Campeonato Francês deste ano.
Torcedores do PSG chegaram a ser punidos por
racismo. Apesar disso,
Juninho, do Lyon, diz que
o problema não é tão grave. "Tenho cinco anos de
França e vi muito pouco
preconceito racial. Nada
se comparado a outros
países europeus", afirmou à Folha o jogador.
Independentemente
disso, tensões sociais graves eclodiram em 2005,
quando houve distúrbios
nos subúrbios de Paris
em 19 noites seguidas. Os
motins, em sua maioria,
foram feitos por imigrantes africanos, que sempre
tiveram dificuldade de
conseguir uma integração efetiva ao país.
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