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China aumenta repressão sobre críticos do sistema
RAUL JUSTE LORES
DE PEQUIM
Um professor que colocou
fotos na internet das escolas
que desabaram no terremoto
de Sichuan e que protestava pela má qualidade das mesmas foi
preso e enviado para um campo
de "reeducação".
A denúncia foi feita pela organização Human Rights in
China (HRC). Às vésperas da
Olimpíada, a ditadura chinesa
tem aumentado a repressão a
críticos do regime e quer calar a
qualquer custo manifestações
que signifiquem tensão social.
O professor Liu Shaokun foi
para um campo de trabalhos
forçados. Presos nesses campos não passam por julgamento, acusação formal, nem podem apelar à Justiça. Ele é a
terceira pessoa presa por questionar por que tantas escolas
foram destruídas pelo terremoto que ocorreu em maio.
Em Sichuan, escolas foram
reduzidas a pó enquanto prédios comerciais ao redor ficaram em pé, o que provocou
uma discussão inicial sobre
corrupção e a utilização de materiais baratos na construção
das mesmas. Cerca de 10 mil
crianças que estavam em sala
de aula morreram na tragédia.
Houve denúncias de censura,
pois a imprensa chinesa deixou
de falar do assunto. Em junho, a
polícia dispersou protestos de
pais que queriam homenagear
seus filhos mortos e protestar
pela qualidade das construções.
A mulher do professor relatou à HRC que ele foi levado para um campo de trabalho forçado e que tem sido impedida de
entrar em contato com ele.
Nas últimas semanas, as famílias das vítimas têm sido
pressionadas a aceitar indenizações, mas assinando compromissos de que não vão protestar ou processar as autoridades.
"Em vez de investigar a construção de escolas, as autoridades preferem a reeducação para silenciar cidadãos críticos
como o professor Liu Shaokun", comenta Sharon Hom,
diretora da ONG HRC.
Outro ativista de Sichuan,
Huang Qi, foi preso em julho
depois de publicar em seu blog
artigos sobre problemas estruturais nas escolas que desabaram no terremoto. O blog foi
desativado de imediato.
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