São Paulo, sexta-feira, 01 de setembro de 2000

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FUTEBOL
Foz ganha força como concentração do Brasil; sócio de técnico tem agência especializada em pacotes para a região
Luxemburgo faz do PR "capital da seleção"

DO ENVIADO A CURITIBA

Com a chegada de Luxemburgo ao comando da seleção de futebol, em agosto de 1998, o Estado do Paraná saiu do "esquecimento" para virar um dos principais palcos para a equipe brasileira.
Para a disputa da Copa América, no Paraguai, o Brasil se concentrou em Foz do Iguaçu durante cinco semanas, entre junho e julho de 1999. Preparando-se para a competição, realizou amistoso em Curitiba, contra a Letônia, inaugurando a Arena da Baixada, estádio do Atlético-PR.
Em janeiro, voltou para o Estado, escolhido pela CBF para abrigar o Pré-Olímpico. Em Londrina, onde a seleção se sagraria campeã e obteria a vaga para a Olimpíada, o time passou cerca de um mês.
Em julho, depois de reclamar da neblina e do frio de Teresópolis, decidiu, contrariando a direção da CBF, levar a seleção principal novamente para Foz.
Na fronteira com o Paraguai, a equipe treinou para os jogos contra o vizinho, que foi realizado em Assunção, e, em seguida, contra a Argentina, disputado em São Paulo.
Sérgio Malucelli, o sócio de Luxemburgo, mantém uma agência de viagens conhecida pelos pacotes a Foz do Iguaçu.
Funcionando no andar de cima da Auto News, a revendedora de automóveis do empresário, ela costuma hospedar suas clientes no Bourbon, o mesmo hotel ocupado pela seleção na cidade.
Malucelli, no entanto, nega interferência na escolha feita pela comissão técnica da seleção e da CBF por Foz e Londrina. Diz ainda que nunca se envolveu em assuntos internos da seleção. Lembra também que já se sabia que a Copa América seria no Paraguai antes mesmo de Luxemburgo ter sido escolhido para treinar o Brasil. E ""não teria lógica deixar o time em Ciudad del Este, se dava para ficar em Foz".
Além da agência de turismo e da revendedora de automóveis, Malucelli tem investimentos em bingo. Como Luxemburgo, diz que adora jogar. Costuma afirmar, inclusive, que foi na Golden Bingo Portão, casa de jogos que mantém em Curitiba, que conheceu o treinador.
Pela Golden, estreitou relações com Onaireves Moura, presidente da Federação Paranaense de Futebol, preso no primeiro semestre após condenação pela Justiça Federal do Paraná por crime de sonegação fiscal.
Na casa de jogos de Malucelli, o filho de Onaireves -o empresário Guilherme Moura- chegou a vender material de sua loja esportiva, a Football-Mania, durante os jogos do Brasil pela Copa América e pelo Pré-Olímpico.
Chefe da delegação brasileira durante a Copa América e um dos responsáveis pela escolha do Paraná para sede das seletivas olímpicas do futebol na América do Sul, Onaireves não quis comentar o caso.
No ano passado, quando a Football-Mania foi pega vendendo camisas piratas da Nike em Foz do Iguaçu durante o período em que o Brasil ficou concentrado na cidade, o ex-deputado federal, cassado por falta de decoro parlamentar em 1993, adotou a mesma postura.


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