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FUTEBOL
Foz ganha força como concentração do Brasil; sócio de técnico tem agência especializada em pacotes para a região
Luxemburgo faz do PR "capital da seleção"
DO ENVIADO A CURITIBA
Com a chegada de Luxemburgo
ao comando da seleção de futebol,
em agosto de 1998, o Estado do
Paraná saiu do "esquecimento"
para virar um dos principais palcos para a equipe brasileira.
Para a disputa da Copa América, no Paraguai, o Brasil se concentrou em Foz do Iguaçu durante cinco semanas, entre junho e
julho de 1999. Preparando-se para
a competição, realizou amistoso
em Curitiba, contra a Letônia,
inaugurando a Arena da Baixada,
estádio do Atlético-PR.
Em janeiro, voltou para o Estado, escolhido pela CBF para abrigar o Pré-Olímpico. Em Londrina, onde a seleção se sagraria
campeã e obteria a vaga para a
Olimpíada, o time passou cerca
de um mês.
Em julho, depois de reclamar da
neblina e do frio de Teresópolis,
decidiu, contrariando a direção
da CBF, levar a seleção principal
novamente para Foz.
Na fronteira com o Paraguai, a
equipe treinou para os jogos contra o vizinho, que foi realizado em
Assunção, e, em seguida, contra a
Argentina, disputado em São
Paulo.
Sérgio Malucelli, o sócio de Luxemburgo, mantém uma agência
de viagens conhecida pelos pacotes a Foz do Iguaçu.
Funcionando no andar de cima
da Auto News, a revendedora de
automóveis do empresário, ela
costuma hospedar suas clientes
no Bourbon, o mesmo hotel ocupado pela seleção na cidade.
Malucelli, no entanto, nega interferência na escolha feita pela
comissão técnica da seleção e da
CBF por Foz e Londrina. Diz ainda que nunca se envolveu em assuntos internos da seleção. Lembra também que já se sabia que a
Copa América seria no Paraguai
antes mesmo de Luxemburgo ter
sido escolhido para treinar o Brasil. E ""não teria lógica deixar o time em Ciudad del Este, se dava
para ficar em Foz".
Além da agência de turismo e da
revendedora de automóveis, Malucelli tem investimentos em bingo. Como Luxemburgo, diz que
adora jogar. Costuma afirmar, inclusive, que foi na Golden Bingo
Portão, casa de jogos que mantém
em Curitiba, que conheceu o treinador.
Pela Golden, estreitou relações
com Onaireves Moura, presidente da Federação Paranaense de
Futebol, preso no primeiro semestre após condenação pela Justiça Federal do Paraná por crime
de sonegação fiscal.
Na casa de jogos de Malucelli, o
filho de Onaireves -o empresário Guilherme Moura- chegou a
vender material de sua loja esportiva, a Football-Mania, durante os
jogos do Brasil pela Copa América e pelo Pré-Olímpico.
Chefe da delegação brasileira
durante a Copa América e um dos
responsáveis pela escolha do Paraná para sede das seletivas olímpicas do futebol na América do
Sul, Onaireves não quis comentar
o caso.
No ano passado, quando a
Football-Mania foi pega vendendo camisas piratas da Nike em
Foz do Iguaçu durante o período
em que o Brasil ficou concentrado
na cidade, o ex-deputado federal,
cassado por falta de decoro parlamentar em 1993, adotou a mesma
postura.
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