São Paulo, sexta-feira, 01 de setembro de 2000

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CRONOLOGIA


O inferno de Luxemburgo

22 de agosto
O diário carioca "O Dia" revela que o técnico da seleção teve o seu sigilo bancário quebrado pela Justiça Federal do Rio de Janeiro. Luxemburgo é suspeito de ter cometido crime de sonegação fiscal em meados dos anos 90. A empresária Renata Carla Moura Alves, que se diz ex-funcionária de Luxemburgo, afirma que adquiria bens, como carros, ônibus e jet-skis, em leilões a pedido do técnico. Pelas transações comerciais, Renata diz que recebia 20 salários mínimos, além das comissões -que poderiam chegar a R$ 20 mil. O técnico divulga nota oficial na qual diz que o "andamento do processo não alterará o exercício de sua profissão".

23 de agosto
A empresária Renata Alves afirma à Folha que o técnico da seleção brasileira ganhava comissão na compra e venda de jogadores no período em que ela trabalhou com o treinador, até 1997. Ela diz que apresentará provas documentais contra Luxemburgo.

24 de agosto
Luxemburgo admite que comprou imóveis com rendimentos omitidos ao Fisco, mas nega comissão recebida na venda de atletas de futebol. No Corinthians, clube que assumiu em 1997, ele recebia R$ 110 mil mensais, porém declarava "só" R$ 80 mil. "Não burlei o fisco de maneira proposital", afirmou o treinador da seleção brasileira. Luxemburgo diz ainda que está sendo vítima da fama e que foi "um otário".

26 de agosto
A Folha revela que o técnico da seleção deve R$ 1,3 milhão ao fisco. Essa é a quarta vez que ele é alvo de investigação da Receita Federal. Considerando o valor do débito apurado pelos fiscais, Luxemburgo teria omitido, no mínimo, R$ 2 milhões em rendimentos nos últimos seis anos.

27 de agosto
A Confederação Brasileira de Futebol tira força de Luxemburgo ao indicar um interventor para dar ordens para os jogadores da seleção brasileira. Marcos Moura Teixeira, coordenador técnico da seleção e primo de Ricardo Teixeira, passa a assumir as funções de chefe dos atletas e é encarregado de dizer a eles que, além de vencer a Bolívia, o grupo terá que fazer uma atuação convincente. Na Austrália, o auxiliar Candinho diz que 90% das acusações contra o treinador são falsas.

28 de agosto
O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, afirma que só tirará Luxemburgo do cargo de técnico da seleção se as denúncias sobre a participação dele na venda de jogadores forem comprovadas. O dirigente desdenha de problemas do treinador com fisco.


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