São Paulo, sexta-feira, 01 de setembro de 2000

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Para médico, COI prepara surpresa em exames

DOS ENVIADOS A CANBERRA


O COI (Comitê Olímpico Internacional) mente quando diz que não fará exame de hormônio de crescimento e de insulina durante os Jogos Olímpicos de Sydney, que começarão no dia 15.
Quem diz isso é o chefe médico da delegação olímpica brasileira, João Alves Grangeiro Neto.
"Está certo o comitê em fazer isso. Faz parte do jogo. Eles não podem chegar e dizer que estão atentos para isso", afirma ele.
As duas substâncias são as mais importantes entre as que não podem ser detectadas pelos métodos antidoping que serão utilizados na Olimpíada de Sydney, segundo a posição oficial do comitê.
Utilizado em diversos esportes, o hormônio de crescimento humano permite ganho de massa muscular.
Já a insulina produz o efeito antes alcançado pelos anabolizantes, classe de produtos fora de moda hoje entre os atletas, por serem de fácil detecção.
A identificação das substâncias pode ser feita por meio de exames de sangue, cuja utilização na Olimpíada foi aprovada na última segunda-feira.
O COI, porém, diz que retirará sangue dos atletas apenas para detectar o doping pelo hormônio EPO (eritropoietina), vedete entre esportes de resistência.
"Se pegarem alguém nos Jogos com hormônio de crescimento ou insulina, vai servir de exemplo. Por isso, eles não vão avisar", afirma Grangeiro.
Produzido artificialmente, o EPO tem como efeito a melhora da oxigenação no organismo, aumentando a força e a resistência do atleta. É difundido entre ciclistas e competidores de provas de resistência.
O uso de EPO foi responsável por manchar a reputação de um dos maiores eventos esportivos da Europa.
Em 1998, logo da primeira etapa da Volta da França, a prova ciclística de estrada mais famosa do mundo, o massagista do francês Richard Virenque, o maior competidor de seu país, foi preso com 400 frascos da substância na fronteira com a Bélgica. (EA E RD)


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