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FUTEBOL
Eleições olímpicas
JOSÉ ROBERTO TORERO
COLUNISTA DA FOLHA
Duas das mais importantes
competições estão chegando:
a Olimpíada e as eleições municipais. Elas têm várias coisas em comum. Em ambas gasta-se muito
dinheiro para preparar os combatentes, às vezes os atletas recorrem a golpes baixos, são disputadas de quatro em quatro anos e
seus vencedores recebem os louros
da vitória, títulos, honrarias e, às
vezes, dinheiro.
Mas há também diferenças. A
principal é que o atleta, se for
muito, mas muito bom, leva para
casa uma medalha. Já o político,
se não for nada bom, é que vai reforçar seu patrimônio com barras
e mais barras de ouro.
A proximidade das duas competições me faz pensar que talvez
devêssemos mandar políticos, em
vez de atletas, para Sydney. É claro que cada um participaria de
um esporte conforme as suas características.
Pensemos no longilíneo Marco
Maciel, por exemplo. Ele não reúne as qualidades de um corredor
dos 10.000 m? É persistente, gosta
de longos percursos e sabe manter
a concentração de uma maneira
tal que está sempre nas primeiras
posições. Para a maratona poderíamos convocar Lula, que, mesmo sofrendo seguidos tropeços,
consegue fôlego para continuar
correndo.
Já Itamar Franco é o tipo que
gosta de vencer, mas não acha
graça na vitória se não houver escaramuças e obstáculos. Seria o
nosso homem perfeito para os 400
m com barreiras.
Francisco Rossi, o rei de Osasco,
iria nos representar no salto com
vara, uma modalidade em que o
atleta corre muito no começo,
atinge um pico e depois vem de
encontro ao chão em queda livre.
Enéas, que faz tudo rapidinho,
seria uma esperança de medalha
nos 100 m rasos. No tiro, nossos
melhores representantes seriam
Covas e Serra. Mas não como atiradores e sim como alvos.
Ciro Gomes, com sua prática
em ataques certeiros e esquivas
rápidas, daria um perfeito esgrimista. E mesmo que não desse, teríamos que arranjar um jeito de
colocá-lo na delegação, porque a
presença da Patrícia Pillar infundiria grande ânimo nos atletas.
Com sua aerodinâmica calvície,
Espiridião Amim é um nome certo na natação. E muitos o confundiriam com Fernando Scherer.
Eduardo Suplicy, se chegasse a
tempo, seria uma boa indicação
para o pugilismo, assim como
ACM e Jáder Barbalho, que só
não se integram à equipe porque
não vêem graça em brigar com
lutadores de outros países.
EJ, o magistrado Lalau e Luiz
Estevão parecem nascidos para o
revezamento 4x100 m, só faltando
um quarto corredor para completar o time, de preferência alguém
que os conheça há bastante tempo, para que haja confiança, entrosamento e um possa se beneficiar do esforço do outro.
Enfim, feitas as comparações, só
resta esperar que o caro eleitor,
que nas últimas vezes não alcançou o índice olímpico, dessa vez
nos presenteie com medalhas.
Os irmãos Maurício e Josué da
Cunha, com a ajuda da turma de
Guaianazes, elaboraram uma seleção com jogadores-personagens
da literatura. O goleiro seria Sérgio, do Palmeiras e de "O Ateneu", na lateral direita entraria
Rodrigo, do Cruzeiro e de "O
Tempo e o Vento", para a zaga foram escalados Narciso, do Santos
e da "Teogonia", e Escobar, da seleção colombiana e de "Dom Casmurro". Completando a defesa,
Pedrinho, do Palmeiras e do "Sítio do Pica-Pau Amarelo".
O meio-campo seria composto
por Fabiano, do São Paulo e de
"Vidas Secas", Teodoro, do São
Paulo e de "Dona Flor e seus dois
maridos", e Bentinho, da Lusa e
de "Dom Casmurro".
O ataque ficaria com Basílio, do
Palmeiras e de "O Primo Basílio",
Enéas, da Lusa e de "Eneida", e
Romeu, do Corinthians e de "Romeu e Julieta".
Sem dúvida, uma seleção sobre
a qual seriam escritas muitas linhas.
Vários leitores pedem a inclusão
do São Paulo e do Internacional
na Taça Penetra citada no texto
de 29 de agosto, já que os dois clubes se beneficiaram de maracutaias no último campeonato. Vosso pedido é uma ordem.
E-mail torero@uol.com.br
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