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Fifa tem 1ª final 100% asiática e comunista
Anton Denisov/Reuters
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A brasileira Maurine disputa jogada pelo alto contra a norte-coreana Ri Jin Ok em semifinal do Mundial sub-20, em Moscou |
China e Coréia do Norte vão decidir Mundial feminino
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma final 100% asiática, continente onde mora muita gente,
mas também uma decisão
100% comunista, regime em
extinção. Essas combinações,
ambas inéditas em uma competição organizada pela Fifa,
vão dar o tom no Mundial sub-20 feminino da Rússia.
China e Coréia do Norte jogam pela taça no próximo domingo. As chinesas ganharam
dos Estados Unidos, maior força do futebol entre as mulheres, nos pênaltis, depois de um
empate sem gols.
As jogadoras norte-coreanas
garantiram vaga na final com
vitória sobre o Brasil por 1 a 0.
Dessa forma, a maior força da
bola no masculino segue sem
uma decisão em um Campeonato Mundial feminino.
O sucesso de chinesas e coreanas, que estão invictas na
competição russa, é influenciado pelo forte apoio estatal.
No caso do mais populoso
país do mundo, isso passa pelo
plano de fortalecer a nação no
maior número de modalidades
possíveis para os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008.
O caso norte-coreano, entretanto, é muito mais inusitado.
O futebol caiu no gosto de
Kim Jong II, o ditador que toma conta do país com mão-de-ferro e virou inimigo prioritário do governo dos EUA.
Ele costuma ir aos jogos das
seleções, especialmente aos das
equipes femininas, e oferece
mimos aos atletas. Como faziam os países comunistas da
Europa no auge da Guerra Fria,
os futebolistas norte-coreanos
têm direito a casas maiores.
Também como faz Fidel Castro em Cuba, Kim Jong II cuida
melhor da alimentação das
suas jogadoras de futebol.
Em um país onde a fome é
um grande problema, jogadores e jogadoras das seleções
norte-coreanas têm direito a
receber 1,5 kg de carne por dia.
E essa alimentação especial
se mostrou decisiva para o time
sub-20 ter sucesso na terceira
edição do Mundial sub-20.
Na semifinal contra as brasileiras, as coreanas mostraram
maior vigor físico, marcando o
gol no fim do jogo, aos 42min
do 2º tempo, com Ri Un-hyang.
"Elas foram rivais muito duras. Na maior parte do tempo,
tivemos que nos concentrar na
defesa. Acabamos não tendo
muitas chances", disse o técnico Jorge Barcellos, do Brasil,
que disputa o terceiro lugar
também no domingo.
Para chegar à decisão, a Coréia superou na primeira fase
Alemanha (2 a 0), Suíça (4 a 0) e
México (4 a 0), despachando a
França (2 a 1) nas quartas-de-final e o Brasil nas semifinais.
Já a China bateu Finlândia (2 a
1), Nigéria (3 a 0) e Canadá (1 a
0), eliminando a anfitriã Rússia
(4 a 0) nas quartas e, depois, os
EUA.0
(PAULO COBOS)
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