São Paulo, sexta-feira, 01 de setembro de 2006

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Fifa tem 1ª final 100% asiática e comunista

Anton Denisov/Reuters
A brasileira Maurine disputa jogada pelo alto contra a norte-coreana Ri Jin Ok em semifinal do Mundial sub-20, em Moscou


China e Coréia do Norte vão decidir Mundial feminino

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma final 100% asiática, continente onde mora muita gente, mas também uma decisão 100% comunista, regime em extinção. Essas combinações, ambas inéditas em uma competição organizada pela Fifa, vão dar o tom no Mundial sub-20 feminino da Rússia.
China e Coréia do Norte jogam pela taça no próximo domingo. As chinesas ganharam dos Estados Unidos, maior força do futebol entre as mulheres, nos pênaltis, depois de um empate sem gols.
As jogadoras norte-coreanas garantiram vaga na final com vitória sobre o Brasil por 1 a 0. Dessa forma, a maior força da bola no masculino segue sem uma decisão em um Campeonato Mundial feminino.
O sucesso de chinesas e coreanas, que estão invictas na competição russa, é influenciado pelo forte apoio estatal.
No caso do mais populoso país do mundo, isso passa pelo plano de fortalecer a nação no maior número de modalidades possíveis para os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008.
O caso norte-coreano, entretanto, é muito mais inusitado.
O futebol caiu no gosto de Kim Jong II, o ditador que toma conta do país com mão-de-ferro e virou inimigo prioritário do governo dos EUA.
Ele costuma ir aos jogos das seleções, especialmente aos das equipes femininas, e oferece mimos aos atletas. Como faziam os países comunistas da Europa no auge da Guerra Fria, os futebolistas norte-coreanos têm direito a casas maiores.
Também como faz Fidel Castro em Cuba, Kim Jong II cuida melhor da alimentação das suas jogadoras de futebol.
Em um país onde a fome é um grande problema, jogadores e jogadoras das seleções norte-coreanas têm direito a receber 1,5 kg de carne por dia.
E essa alimentação especial se mostrou decisiva para o time sub-20 ter sucesso na terceira edição do Mundial sub-20.
Na semifinal contra as brasileiras, as coreanas mostraram maior vigor físico, marcando o gol no fim do jogo, aos 42min do 2º tempo, com Ri Un-hyang.
"Elas foram rivais muito duras. Na maior parte do tempo, tivemos que nos concentrar na defesa. Acabamos não tendo muitas chances", disse o técnico Jorge Barcellos, do Brasil, que disputa o terceiro lugar também no domingo.
Para chegar à decisão, a Coréia superou na primeira fase Alemanha (2 a 0), Suíça (4 a 0) e México (4 a 0), despachando a França (2 a 1) nas quartas-de-final e o Brasil nas semifinais. Já a China bateu Finlândia (2 a 1), Nigéria (3 a 0) e Canadá (1 a 0), eliminando a anfitriã Rússia (4 a 0) nas quartas e, depois, os EUA.0 (PAULO COBOS)


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