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FUTEBOL
Presidente ignora turbulências e reúne time na véspera de jogo
Bastos Neto vai a campo
"dar força" ao São Paulo
FÁBIO VICTOR
da Reportagem Local
Em meio à pressão de torcedores, que pedem sua renúncia, e da
oposição, que exige mudanças no
Departamento de Futebol, o presidente do São Paulo, José Augusto Bastos Neto, foi ontem ao Centro de Treinamento do clube conversar com os jogadores que hoje
à noite enfrentam o Guarani, em
Campinas, buscando a reabilitação no Brasileiro-99.
O time, que perdeu para o Corinthians no último domingo por
1 a 0, está em décimo lugar.
Antes do início do treino da tarde, Bastos Neto reuniu os titulares
e o técnico Paulo César Carpegiani em um dos campos do CT.
Após cerca de dez minutos de
conversa, deixou o local sem falar
com a imprensa. Mais tarde, a Folha telefonou para o dirigente no
Morumbi, mas ele não estava e
nem retornou.
"Ele é meio excêntrico. A gente
pode esperar tudo dele, mas ele
hoje (ontem) só quis dar uma força", afirmou o zagueiro Márcio
Santos, que no Brasileiro do ano
passado foi um dos pivôs de uma
desastrosa "intervenção" do dirigente são-paulino na equipe.
Após o time sofrer goleada de 7
a 2 para a Lusa, o dirigente foi ao
CT "ensinar" aos zagueiros do time como cabecear.
"Naquela ocasião eu não o levei
a sério", disse Márcio Santos.
A ida de presidentes a treinos
não é prática usual entre os grandes clubes do futebol paulista. Os
presidentes de Palmeiras (Mustafá Contursi) e Corinthians (Alberto Dualib), por exemplo, jamais
foram ao gramado de um CT conversar com jogadores.
Alguns atletas são-paulinos, como o meia-atacante Marcelinho,
não quiseram falar sobre o teor da
reunião. "Pega outra pessoa. Eu
prefiro não comentar essas coisas", esquivou-se.
Como Márcio Santos, o meia
Carlos Miguel garantiu que a conversa foi só um incentivo.
"Ele não se meteu em nada.
Veio apenas dar uma força, porque está vendo que estamos no
caminho certo. Foi puro incentivo, não chegou a ter cobrança."
Para Carpegiani, "ele (Bastos
Neto) é o dono do clube, e a sua
presença é sempre importante".
A ida de Bastos Neto ao CT se
dá num momento político delicado para o dirigente.
Conselheiros da oposição estão
fazendo pressão para que o clube
nomeie um diretor de futebol,
cargo que hoje é acumulado pelo
diretor financeiro, Paulo Amaral.
Os maus resultados no Brasileiro vêm excitando os opositores e
antecipando a disputa pela sucessão. As eleições estão marcadas
para abril do próximo ano, e Bastos Neto deve concorrer ao segundo mandato. Embora negue,
o ex-presidente José Eduardo
Mesquita Pimenta deve ser o candidato da oposição.
Além disso, no início de agosto,
um grupo de torcedores lançou o
Movimento Fora Bastos Neto,
que pede a renúncia do dirigente
e a convocação de eleições já.
Carpegiani, que disse não comentar questões políticas do clube, deve mudar a equipe mais
uma vez no Brasileiro.
O atacante Sandro Hiroshi será
sacado para a entrada do lateral
Ânderson ou do meia Emerson.
O ala Jorginho, que passou um
mês contundido, foi relacionado,
mas deve ficar no banco.
NA TV - Globo e Bandeirantes,
ao vivo, às 21h40 (apenas
para a cidade de SP)
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