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TOSTÃO
Balanço do Brasileiro
De acordo com a média de
aproveitamento e os números
do Datafolha, o Atlético-MG e
o Grêmio foram os que mais
subiram na classificação nesta
semana. O Galo pulou do sexto
para o terceiro lugar. O time
gaúcho passou para o quarto.
Corinthians e Cruzeiro continuam bem na frente. Vasco,
Flamengo, Lusa e Paraná completam os oito primeiros colocados.
O Guarani e a
Ponte Preta caíram, mas se mantêm com mais de
50% de aproveitamento, percentual necessário
para um time ter
chance de classificação. O Botafogo-RJ é o lanterna, com aproveitamento de
8,3% dos pontos.
Os quatro times que tiverem
a pior média nos últimos dois
anos serão rebaixados. Gama,
Juventude, Botafogo-RJ e Botafogo-SP seriam, hoje, os que
cairiam. O time carioca, que
está em último lugar na tabela,
é o mais indisciplinado. Dos
cinco que receberam mais cartões amarelos e vermelhos, somente a Lusa de Zagallo -que
reclamou do número absurdo
de faltas que seu time sofreu no
último jogo- está entre os oito
primeiros colocados.
A média de faltas caiu de 58,4
para 57 por partida. Para que
ela continue descendo, é preciso o retorno da suspensão automática com três amarelos, e
que os técnicos protestem e
ajam contra esse número excessivo. A solução definitiva para
diminuir o número
de faltas é colocar um
limite individual e coletivo. Acima de certo
número, as penalizações seriam progressivamente mais severas.
Corinthians e Flamengo fazem hoje o
mais importante jogo da rodada. Se o time paulista vencer,
igualar-se-á ao recorde do
Atlético-MG, que, em 1977,
conquistou oito vitórias seguidas no início do campeonato.
As sete primeiras rodadas foram de ajustes técnicos, táticos
e de escolha do elenco. Como
no ano passado, somente nas
rodadas finais será definida a
maioria dos classificados.
Clássico Mundial
As duas partidas contra a Argentina serão grandes testes
para a seleção brasileira. Os
dois times jogarão quase completos, e qualquer resultado,
que não seja uma goleada, é
previsível.
A filosofia de jogo da seleção
no amistoso de sábado será
muito mais importante do que
seu desenho tático. O Brasil
provavelmente vai jogar mais
atrás, defendendo em seu campo, sem deixar espaço em sua
defesa e usando o contra-ataque -o que é mais comum nas
equipes visitantes em um clássico. Luxemburgo pode surpreender e pôr o time marcando por pressão, no campo do
adversário, ou ainda optar por
uma solução intermediária.
A Argentina certamente vai
pressionar e tentar tomar a bola para chegar rapidamente ao
gol, como fez com sucesso em
suas duas últimas partidas.
Luxemburgo talvez repita a
eficiente tática que adotou
contra o México na Copa América, quando colocou o Zé Roberto de ponta-esquerda, nas
costas do defensor que marcava individualmente o lateral
Roberto Carlos.
Muito mais importante do
que o resultado da partida será
o comportamento individual e
do conjunto da equipe brasileira atuando fora de casa, contra
um adversário da mesma qualidade técnica.
Levir Culpi
Levir Culpi completou no último jogo 200 partidas no comando do Cruzeiro. Dificilmente um treinador do futebol
brasileiro tem a oportunidade
de dirigir uma grande equipe
por tão longo tempo.
O técnico tem as qualidades
necessárias a sua profissão: experiência de jogador, seriedade, disciplina, capacidade teórica e conhecimento técnico.
Levir Culpi é prático, intuitivo
e científico.
Nos últimos anos, o Cruzeiro
conquistou vários títulos, mas
recentemente perdeu o Campeonato Mineiro, para o Atlético, e não conquistou nenhum
Brasileiro. Nesses jogos decisivos, o técnico cometeu alguns
erros. Percebo que ele não é receptivo a críticas, seja da imprensa ou da torcida.
Espero que o treinador reflita
sobre o assunto, pois, do contrário, esses erros se repetirão
em futuras decisões.
Rivaldo foi o brasileiro que
mais se destacou na última rodada dos campeonatos europeus. Ele fez um gol maravilhoso. O jogador do Barcelona e
da seleção não é um organizador nem um distribuidor de jogo, mas talvez seja hoje, em todo o mundo, o atleta com a
maior capacidade individual
de decidir uma partida.
Recentemente, estava viajando, confiei em minha memória -que anda falhando-
e citei trechos do poema "Ausência", de Carlos Drummond
de Andrade. Cometi vários erros. Perdoem-me os eternos admiradores -sou um deles-
do poeta maior. Agradeço a
correção do leitor Ângelo Alexandre Marzano, de Santos.
Tostão escreve aos domingos e às quartas-feiras
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