São Paulo, Quarta-feira, 01 de Setembro de 1999
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TÊNIS
Primeiro passo

THALES DE MENEZES

Na estréia, pelo menos, não houve vexame. Gustavo Kuerten passou como quis pelo tcheco Bohdan Ulihrach. Enfiou 17 aces no coitado, quebrou um serviço do adversário em cada set e saiu da quadra sem suar muito.
Se a preocupação de Larri Passos é melhorar a imagem de Kuerten nos EUA, todo cuidado é pouco na próxima rodada. O brasileiro vai enfrentar o holandês Paul Haarhuis, e, nessa estratégia "antivexame", a vitória é obrigatória.
Haarhuis já tem 33 anos. Há um bom tempo, está longe dos tenistas "top" e, para falar a verdade, nunca foi grande coisa mesmo, até quando era jovem. É um senhor jogador de duplas, mas quando fica sozinho em seu lado da quadra não costuma meter medo.
Uma boa campanha de Kuerten vai ganhando mais importância. Pete Sampras e Tim Henman já estão fora, Yevgeny Kafelnikov e Patrick Rafter estão em chaves bem indigestas. Assim, apenas Andre Agassi parece ter um caminho tranquilo na primeira semana de US Open. E conta com a simpatia total do público, muito mais do que o contundido Sampras.
Dessa forma, umas vitórias bastariam para Kuerten brigar por uma fatia maior na mídia americana. O negócio é respirar fundo e ir em frente.
Falando em brasileiros, Fernando Meligeni deu um passeio em sua estréia. Seu adversário, o garotão norte-americano Kevin Kim, foi patético na quadra. Nervoso, não tinha a mínima estrutura para um Grand Slam.
Meligeni deve agradecer a facilidade de ontem. Ele poderia pegar na segunda rodada o ex-número um Jim Courier, e aí o caldo engrossaria, porque o americano seria empurrado pela torcida. Mas Slava Dosedel será seu rival. Dá para ganhar.
Último recado para a turma que não assina a Sportv e andou mandando mensagens para esta coluna. O site do Aberto dos EUA é www.usopen.org. Dá para acompanhar os jogos ao vivo.

NOTAS

Arrasador
A vitória mais fulminante registrada nos dois primeiros dias de US Open foi o massacre que o teen australiano Lleyton Hewitt impôs ao veterano suíço Marc Rosset. O placar contundente já diz tudo: 6/2, 6/2 e 6/0. E as estatísticas são assombrosas. Hewitt conquistou 85% dos pontos quando teve o saque. Acuado, Rosset tentou reagir com o canhão e cometeu 14 duplas faltas. Barbaridade.

Decepcionante
Quem também barbarizou nos números foi o cabeça-de-chave número seis, o inglês Tim Henman. Só que seus recordes foram negativos. Caiu na estréia, em três sets, com a façanha de cometer 52 erros não forçados. O pior: seu algoz foi o argentino Guillermo Cañas, que não fica à vontade no piso de Flushing Meadows. No sábado, Henman disse que o US Open seria sua redenção após um ano irregular. Pois é.

E-mail thales@folhasp.com.br

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