São Paulo, domingo, 01 de outubro de 2000

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Revezamento 4 x 100 m supera adversidades e consegue a prata em Sydney
Puro sangue

"Queria falar para o povo brasileiro, sofredor, que trabalha, humilde, que esta medalha nâo é nossa, é de vocês. Esta medalha é um patrimônio do Brasil. Corremos com coração. Somos Brasil, não temos nome"
CLAUDINEI QUIRINO
Velocista brasileiro, depois da conquista da medalha de prata no revezamento 4x100 m do atletismo

No penúltimo dia da Olimpíada de Sydney, o Brasil, mesmo sem conseguir o ouro, sentiu finalmente o gosto da superação.
Após uma semana marcada por eliminações e derrotas do país nos Jogos, a equipe do revezamento 4 x 100 m do atletismo, contra todos os prognósticos, alcançou a prata na madrugada de ontem, perdendo apenas para o imbatível time norte-americano, encabeçado pelo recordista mundial Maurice Greene. Vicente Lenilson, 23, Edson Luciano, 27, André Domingos, 27, e Claudinei Quirino, 29, superaram o bronze de Atlanta-96 e as adversidades que perseguem a modalidade no país, que não conta, entre outras coisas, com uma pista decente para treinamentos.
Quirino, último homem do revezamento, brilhou, ultrapassando um adversário de Cuba nos metros finais da prova. Emocionado, o velocista, que viveu até os 15 anos em um orfanato e antes do atletismo chegou a trabalhar como pedreiro, catador de lata e frentista, dedicou a medalha aos "sofredores e humildes" brasileiros.
Com o resultado, o atletismo volta a alcançar o iatismo na lista dos esportes mais bem-sucedidos da história olímpica brasileira - ambos totalizam 12 medalhas até aqui.
E sai de Sydney como uma das poucas modalidades em que o Brasil demonstra ter evoluído desde os últimos Jogos...

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