São Paulo, domingo, 01 de outubro de 2000

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ATLETISMO
Vicente Lenílson, Edson Luciano Ribeiro, André Domingos e Claudinei Quirino melhoram as marcas nacional e sul-americana no 4 x 100 m
Time do revezamento bate recordes e conquista prata

FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A SYDNEY

Exatos 37s90 separaram uma largada discreta, distante das atenções do público australiano, de uma comemoração entusiasmada pela pista do estádio Olímpico de Sydney. Em exatos 37s90, quatro atletas brasileiros bateram os recordes nacional e sul-americano do revezamento 4 x 100 m e conquistaram a medalha de prata.
Vicente Lenílson, Edson Luciano Ribeiro, André Domingos e Claudinei Quirino, correndo nessa ordem, só ficaram atrás da poderosa equipe norte-americana -em 20 finais olímpicas da história da prova, os EUA levaram ontem a sua 15º medalha de ouro.
Com Jonathan Drummond, Bernard Williams, Brian Lewis e Maurice Greene, recordista mundial e ouro olímpico nos 100 m rasos, os vencedores completaram a volta na pista em 37s61.
A equipe cubana, que terminou a prova a 0s14 dos brasileiros, ficou com a medalha de bronze.
"Poderia ser melhor", afirmou Jayme Netto Júnior, técnico da equipe brasileira. "A passagem do bastão do André para o Claudinei foi confusa, um pouco complicada. Acho que a gente não ganharia, mas daria para ir para cima dos Estados Unidos."
Escalado para abrir o revezamento, o potiguar Lenílson, 23, teve desempenho razoável. Dos oito atletas alinhados para a largada, ele foi o quarto mais rápido a reagir ao sinal dos juízes.
Já atrás do norte-americano, mas embolado com os velocistas de Cuba, Jamaica e França, Lenílson entregou o bastão para o paranaense Ribeiro, 27, em uma passagem sem problemas. O mesmo se repetiria 100 m adiante com o paulista Domingos, 27, iniciando a sua participação.
Ele correu bem, abriu vantagem em relação aos concorrentes, mas viu o seu trabalho ser anulado na passagem para Quirino, que demorou para dar a sua saída.
"Os dois encavalaram naquela passagem. Nós poderíamos ter ganho cerca de dois décimos de segundo ali", disse Netto Júnior.
Já com o bastão, o paulista Quirino, 29, cumpriu seu papel na equipe: o de homem mais rápido, decisivo. Vice-campeão mundial dos 200 m rasos, ele ganhou o duelo com jamaicanos e cubanos e pressionou os norte-americanos, como admitiria Greene mais tarde (leia texto nesta página).
Ao fechar a prova e bater os recordes brasileiro e sul-americano, Quirino encerrou também uma participação que vinha ganhando destaque desde as eliminatórias. Nas quartas-de-final, o Brasil foi o primeiro de sua bateria, com o segundo melhor tempo no quadro geral. Nas semifinais, ficou em segundo na série e atrás de EUA e Cuba no geral.
Foi a segunda medalha olímpica do país na prova. Em Atlanta-96, com Domingos, Ribeiro, Róbson Caetano e Arnaldo de Oliveira, o Brasil ficou com o bronze.



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