|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ATLETISMO
Vicente Lenílson, Edson Luciano Ribeiro, André Domingos e Claudinei Quirino melhoram as marcas nacional e sul-americana no 4 x 100 m
Time do revezamento bate recordes e conquista prata
FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A SYDNEY
Exatos 37s90 separaram uma
largada discreta, distante das
atenções do público australiano,
de uma comemoração entusiasmada pela pista do estádio Olímpico de Sydney. Em exatos 37s90,
quatro atletas brasileiros bateram
os recordes nacional e sul-americano do revezamento 4 x 100 m e
conquistaram a medalha de prata.
Vicente Lenílson, Edson Luciano Ribeiro, André Domingos e
Claudinei Quirino, correndo nessa ordem, só ficaram atrás da poderosa equipe norte-americana
-em 20 finais olímpicas da história da prova, os EUA levaram ontem a sua 15º medalha de ouro.
Com Jonathan Drummond,
Bernard Williams, Brian Lewis e
Maurice Greene, recordista mundial e ouro olímpico nos 100 m rasos, os vencedores completaram a
volta na pista em 37s61.
A equipe cubana, que terminou
a prova a 0s14 dos brasileiros, ficou com a medalha de bronze.
"Poderia ser melhor", afirmou
Jayme Netto Júnior, técnico da
equipe brasileira. "A passagem do
bastão do André para o Claudinei
foi confusa, um pouco complicada. Acho que a gente não ganharia, mas daria para ir para cima
dos Estados Unidos."
Escalado para abrir o revezamento, o potiguar Lenílson, 23,
teve desempenho razoável. Dos
oito atletas alinhados para a largada, ele foi o quarto mais rápido a
reagir ao sinal dos juízes.
Já atrás do norte-americano,
mas embolado com os velocistas
de Cuba, Jamaica e França, Lenílson entregou o bastão para o paranaense Ribeiro, 27, em uma
passagem sem problemas. O mesmo se repetiria 100 m adiante com
o paulista Domingos, 27, iniciando a sua participação.
Ele correu bem, abriu vantagem
em relação aos concorrentes, mas
viu o seu trabalho ser anulado na
passagem para Quirino, que demorou para dar a sua saída.
"Os dois encavalaram naquela
passagem. Nós poderíamos ter
ganho cerca de dois décimos de
segundo ali", disse Netto Júnior.
Já com o bastão, o paulista Quirino, 29, cumpriu seu papel na
equipe: o de homem mais rápido,
decisivo. Vice-campeão mundial
dos 200 m rasos, ele ganhou o
duelo com jamaicanos e cubanos
e pressionou os norte-americanos, como admitiria Greene mais
tarde (leia texto nesta página).
Ao fechar a prova e bater os recordes brasileiro e sul-americano,
Quirino encerrou também uma
participação que vinha ganhando
destaque desde as eliminatórias.
Nas quartas-de-final, o Brasil foi o
primeiro de sua bateria, com o segundo melhor tempo no quadro
geral. Nas semifinais, ficou em segundo na série e atrás de EUA e
Cuba no geral.
Foi a segunda medalha olímpica
do país na prova. Em Atlanta-96,
com Domingos, Ribeiro, Róbson
Caetano e Arnaldo de Oliveira, o
Brasil ficou com o bronze.
Texto Anterior: Puro sangue Próximo Texto: Atletas dos EUA elogiam atuação dos brasileiros Índice
|