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BASQUETE
Equipe, que tinha conquistado a medalha de prata havia quatro anos, nos Jogos de Atlanta, garante a medalha de bronze em jogo que marcou também a despedida de Marta da seleção
Brasileiras vencem coreanas na prorrogação e voltam ao pódio
EDGARD ALVES
ENVIADO ESPECIAL A SYDNEY
A seleção feminina de basquete
do Brasil subiu ao pódio novamente. Desta vez para receber a
medalha de bronze. Há quatro
anos, em Atlanta, tinha sido prata.
A medalha veio na prorrogação,
com vitória por 84 a 73 contra a
Coréia do Sul. As brasileiras ficaram eufóricas com a conquista.
Afinal, durante a campanha em
Sydney ganharam quatro jogos e
perderam outros quatro.
Duas derrotas aconteceram na
fase de classificação, diante de
França e Canadá, quando tinham
a vantagem e acabaram superadas no final da partida, fato que
gerou intranquilidade na equipe.
Uma reunião entre as jogadoras, sob a liderança da capitã Janeth, recolocou as coisas no lugar.
A seguir, nas quartas-de-final, o
time eliminou a Rússia, apontada
como uma das favoritas.
Nas semifinais, o time voltou a
perder para a Austrália (havia sido superado pelas australianas
também na fase de classificação),
por 64 a 52. Por isso, a disputa pelo bronze com a Coréia trazia certa dose de desconforto, que se dissipou durante o confronto.
A partida marcou a despedida
da ala Marta, 36, da seleção.
"Teríamos que levar uma medalha de qualquer jeito. Nós não
viemos aqui para ficar em quinto
ou sexto. Viemos para ficar entre
as quatro melhores. Com certeza
essa foi minha última Olimpíada e
a última partida pela seleção", declarou Marta de Souza Sobral,
prata em Atlanta-96, ouro no Pan
de Havana-91 e hexacampeã sul-americana com a equipe nacional.
A armadora Claudinha, 25, promovida a titular, chorou muito
antes de subir no pódio. "Esta medalha eu acho que vou colar no
meu peito e não vou tirar nunca
mais", disse, lembrando que o sucesso era do grupo, das companheiras, e que o êxito do time teve
muito a ver com a liderança de Janeth, a experiência de Marta e a
tranquilidade de Helen.
Helen, que chegou a temer pela
sua participação contra a Coréia,
por causa de uma fissura que sofrera no dedo anular da mão esquerda, disse que não ficou intranquila quando as coreanas levaram a disputa do bronze para a
prorrogação, depois de empate de
65 a 65 no tempo normal.
"Eu estava com medo até de não
poder ajudar. Falei com o técnico
Barbosa para não me escalar no
início do jogo. Não estava com
confiança. Depois que entrei, meti
uma bola de três e esqueci dos
problemas. Só queria a vitória."
Para a pivô Cíntia Tuiú, 25, outra das titulares que esteve na
campanha da prata em Atlanta, o
bronze teve um sabor especial.
"Em 96 nós fomos para a final e
tal. Naquele dia, a gente ganhou a
prata, mas perdeu o jogo. Agora é
diferente. Foi bronze, mas comemoramos uma vitória. Valeu
também pela renovação da equipe. As jogadoras mais experientes
saíram da seleção, como a Paula e
a Hortência. E o time jovem continua no pódio, com a Rússia e
França atrás. Isso é ótimo", disse.
Houve muito equilíbrio no jogo
entre Brasil e Coréia, que teve o
primeiro tempo vencido pelas coreanas (34 a 30). No segundo tempo, o Brasil passou em 51 a 50. Liderou o marcador até 18s do final,
quando Jung-Ok Yang acertou
uma lance de três pontos, empatando (65 a 65) e provocando a
prorrogação. Na prorrogação, as
brasileiras não deram chance e fecharam o jogo em 84 a 73.
Nove jogadoras participaram
da partida (Claudinha, Adriana,
Janeth, Alessandra e Cíntia, time
inicial; mais Helen, Adrianinha,
Marta e Silvinha). Janeth, com 28
pontos, e Alessandra, com 26, foram as principais cestinhas.
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