MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

A seleção brasileira perdeu ontem sua primeira decisão no Mundial de vôlei da Argentina.
Na partida considerada como a decisão do Grupo E, a equipe foi derrotada pelos EUA por 3 sets a 2 (22/25, 25/20, 27/25, 31/33 e 12/15) e dificilmente conseguirá avançar à segunda fase em primeiro lugar.
Para que isso aconteça, os brasileiros precisam passar pelo Egito hoje e ainda torcer por uma derrota dos norte-americanos para a fraca seleção da Venezuela.
"Espero que essa derrota sirva para crescermos durante a competição", afirmou o técnico Bernardinho após o jogo de ontem.
O treinador brasileiro começou o confronto diante dos EUA com a mesma formação da partida anterior -vitória por 3 a 0 sobre a Venezuela-, com Dante no lugar de Nalbert. E, como todo o time durante todo o jogo, o ponta teve atuação irregular.
No primeiro set, contando com uma boa sequência de saques e com o bloqueio bem posicionado, a seleção deslanchou no placar.
Com os pontas bem marcados pelo bloqueio adversário, o levantador Maurício abusava das jogadas com os centrais Henrique e Gustavo. O time chegou a abrir quatro pontos, vantagem que manteve até o placar marcar 12/8.
A partir daí, os brasileiros começaram a errar muito. Recepção -teve aproveitamento de apenas 62% no set- e defesa pararam de funcionar, permitindo a virada do rival. Diante de um Brasil apático, os EUA fecharam em 25 a 22.
No set seguinte, o time de Bernardinho continuou desatento, com a defesa mal posicionada e cometendo erros bobos.
Mas os norte-americanos não conseguiam acertar seus ataques e o Brasil fechou aproveitando-se dos erros do adversário, que cedeu 11 pontos no set -no jogo, foram 41 contra 40 dos brasileiros.
Apagado até então na partida, o oposto André Nascimento foi o destaque da seleção no terceiro set, o mais equilibrado da partida, com oito pontos marcados -no total, fez 21 contra 27 do atacante dos EUA Brook Billings.
Brasileiros e norte-americanos se alternaram na liderança no placar durante todo o set. Quando o jogo estava empatado em 25 pontos, o Brasil passou à frente em um erro do rival e, com um ponto de ataque, fez 2 sets a 1.
Afobada para fechar a partida, a seleção fez um quarto set ruim. No início, permitiu que o adversário abrisse 5 a 0 -a recepção novamente voltava a falhar.
Após pedido de tempo e muitos berros de Bernardinho, o time começou a pontuar. Com um ponto de saque, empatou em 13/13.
O jogo, então, ficou equilibrado. Quando passaram a barreira dos 24 pontos, as equipes começaram a alternar erros. O placar ia aumentando, o tempo ia passando.
No jogo de paciência que se transformou o set, o Brasil levou a pior. Em uma falha do atacante Dante, os EUA fecharam em 33/31 após 34 minutos -a partida durou duas horas e três minutos.
No tie-break, os brasileiros voltaram a apresentar instabilidade. Logo no início, viram o rival abrir dois pontos de vantagem, mas conseguiram, em três reações, empatar novamente o placar.
Mas os EUA souberam se aproveitar das falhas de posicionamento da defesa e do bloqueio brasileiros e encontraram espaços para fechar em 15/12, assegurando praticamente o primeiro lugar do Grupo E.
"Erramos muito. Estivemos apáticos em alguns momentos da partida. Foi muito difícil", lamentou o líbero Escadinha.
O técnico Bernardinho também criticou a atuação do time.
"Nosso saque teve variações, o bloqueio não funcionou, o Dante errou bolas bobas... Os EUA jogaram muito bem e nós jogamos abaixo do que podemos."