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Fórmula santista de 2002 move o líder Atlético-PR
Como fez seu rival atual dois anos atrás, paranaenses apostam na mescla de jovens e veteranos, em técnico em baixa e em calendário folgado para chegar ao topo
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O que deu certo para o Santos
há dois anos funciona agora também para o Atlético-PR.
É muito parecido com o que
deu ao time paulista o título nacional de 2002 o modelo adotado
hoje pelos paranaenses, que assumiram pela primeira vez, anteontem, a liderança da edição 2004 do
Brasileiro, deixando para trás justamente o rival Santos.
Calendário, elenco, treinador e
trajetória dentro do torneio unem
o Santos-02 e o Atlético-04.
A montagem do time teve processo quase idêntico. O time do litoral de SP uniu uma penca de garotos a alguns atletas mais rodados, como faz agora o curitibano.
Até o perfil dos jogadores é próximo. Na lista das revelações santistas, destacavam-se um meia organizador, Diego, e um atacante
driblador, Robinho. Entre os novatos atleticanos, os holofotes ficam com atletas de características
parecidas à dupla Diego/Robinho
-Jadson e Dagoberto.
Com as duas duplas de garotos,
um centroavante rodado -Alberto no Santos e Washington no
Atlético-PR-, tanto o campeão
de 2002 quanto o líder de 2004
não alinham jogadores com mais
de 30 anos entre seus titulares.
E, para enfrentar a missão de fazer funcionar um elenco com essas características, cartolas santistas e atleticanos fizeram opções
semelhantes. Emerson Leão estava em baixa em 2002, após fracassar na seleção e no Juventude.
Era uma opção barata na ocasião e conhecia a casa -ficou
quase dois anos na Vila Belmiro
entre 1998 e 1999.
O Atlético-PR optou por Levir
Culpi, que, depois de ser cotado
para dirigir a seleção quando estava no São Paulo, entrou num inferno astral. Ele foi rebaixado com
o Palmeiras e disputou a segunda
divisão com o Botafogo, de onde
saiu depois de ficar fora até das semifinais do Estadual do Rio. Assim como Leão com o Santos, conhecia a Arena da Baixada -o
Atlético-PR foi o primeiro time
que treinou em um Brasileiro.
"Peguei um elenco bom e fiz o
time acreditar que poderia jogar",
diz Culpi, que dividiu outra coincidência com Emerson Leão.
O Santos de 2002 e o Atlético-PR atual tiveram tempo de sobra
para treinar e ganhar entrosamento. Os dois foram beneficiados por terem uma agenda livre.
Eliminado no Paulista-02, o
Santos teve três meses livres antes
da estréia no Nacional, que não
encavalou com outra competição.
Coisa similar acontece agora
com o Atlético-PR. O time não
conseguiu vaga nem na Copa do
Brasil em 2004. Assim, fez até agora apenas 49 partidas oficiais na
temporada, ou 11 a menos do que
o Santos, que divide suas atenções
atualmente entre o Nacional e a
Copa Sul-Americana.
E, para desgosto do Santos
atual, o Atlético-PR tem outro
ponto em comum com o time que
tirou o clube do litoral de uma fila
de 18 anos sem títulos de grande
expressão. Ele é como o esquadrão de Robinho e Diego, que começou desacreditado, ficou boa
parte do torneio em posições intermediárias e arrancou no final.
Na décima rodada, os comandados de Culpi ocupavam um
modesto décimo lugar. Em 32 rodadas, nunca haviam ficado na liderança. Agora, com 15 jogos de
invencibilidade, estão a 13 jornadas -e dependem só de si- para
provar que um raio pode sim cair
duas vezes no mesmo lugar.
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