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TÊNIS
País só é favorito contra a Colômbia, na terceira divisão, se boicote acabar
Brasil enfrenta incógnita na Davis
DA REPORTAGEM LOCAL
Só o cenário político, como
aconteceu durante todo este ano,
poderá definir o status do Brasil
em sua estréia na terceira divisão
da Copa Davis em 2005.
Se até março Nelson Nastás tiver deixado a presidência da confederação e os principais tenistas,
liderados por Gustavo Kuerten,
cumprirem a promessa de acabar
com o boicote, o país é favorito.
O adversário da primeira rodada, de 4 a 6 de março, é a Colômbia. Seus quatro jogadores mais
bem ranqueados, juntos, somam
505 pontos. É menos do que os
595 pontos que Ricardo Mello, segundo melhor brasileiro e 67º do
mundo, adquiriu sozinho.
Com ele, Gustavo Kuerten, André Sá e Flávio Saretta, o Brasil é
forte candidato a abrir 5 a 0 no retrospecto dos confrontos entre os
dois países na história do torneio.
A última vez em que as duas seleções se encontraram foi em Porto Alegre, em 1985. Dacio Campos, Marcos Hocevar, Cassio
Motta e Carlos Alberto Kirmayr
marcaram 4 a 1 no saibro. Kirmayr foi o capitão do Brasil no
confronto da queda para a terceira divisão, diante do Peru.
Desde que iniciou seu calvário
na Davis, a equipe brasileira nunca esteve diante de um adversário
tão mal ranqueado no torneio.
A Colômbia é 69º país do ranking. O Canadá, que derrubou o
Brasil para a segunda divisão em
2003, é o 19º e mais bem colocado.
O Paraguai ocupa o 20º posto, e a
Venezuela, o 26º. O Peru, último
algoz do Brasil, é o 31º.
"Não vejo grandes problemas
para o Brasil voltar ao Grupo 1,
atuando com o elenco principal.
Acredito na qualidade dos nossos
jogadores, que em março estarão
aptos para voltar a jogar pelo
país", afirmou Nastás.
O dirigente, porém, não confirmou se realizará o pleito até o início de março. Seu mandato termina em dezembro, mas, segundo
ele, o estatuto permite a eleição
até o primeiro trimestre de 2005.
Caso o imbróglio político não
seja decidido até lá e o boicote
continue, o cenário se altera.
A Colômbia jogará em casa e
tem como melhor jogador Alejandro Falla, 118º do ranking. É, teoricamente, o adversário mais difícil do grupo se o Brasil apelar novamente para equipes inferiores.
Michael Quintero, segundo melhor colombiano (410º), supera,
por exemplo, Ronaldo Carvalho
(438º), destaque da equipe C que
despencou diante dos peruanos.
No último fim de semana, o
Brasil viveu o último ato da crise
que o levou à sua pior posição na
Copa Davis desde a criação do
Grupo Mundial, em 1981.
Os problemas começaram com
a queda para o Grupo 1 do Zonal
Americano -a segunda divisão-, ainda com o time principal, em 2003. O país estava no
Grupo Mundial desde 1997.
Em seguida, Guga e cia. fizeram
um boicote: só voltariam ao torneio se Nastás deixasse o cargo.
Acusam o presidente de má administração à frente da CBT.
Como o dirigente não saiu, o
país teve de apelar a times inferiores e até a juvenis e foi, passo a
passo, despencando no torneio.
Se passar pela primeira rodada
da Davis, a equipe pegará o vencedor de Bahamas x Antilhas Holandesas. Será o segundo degrau.
O time só volta à segunda divisão
se ultrapassar a terceira rodada.
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