São Paulo, sexta-feira, 01 de novembro de 2002

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FUTEBOL

Brinco de Ouro, local do tumulto entre PM e torcida, fica fechado até o governo do Estado garantir condições de jogo

STJD decide interditar o palco do "derby"

KLEBER TOMAZ
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS

O presidente do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), desembargador Luiz Zveiter, interditou ontem, por tempo indeterminado, o estádio Brinco de Ouro, em Campinas, após o confronto entre policiais e torcedores na última segunda, no jogo entre Guarani e Ponte Preta.
Segundo a Defesa Civil de Campinas, pelo menos 55 pessoas -29 policiais e 26 torcedores- ficaram feridas em um tumulto ocorrido 15 minutos antes do início do "derby". Uma grade de proteção cedeu e cerca de 30 pessoas caíram no fosso do estádio.
Segundo informou o STJD, por meio de sua assessoria de imprensa, o estádio permanecerá fechado até que o governo do Estado garanta à CBF que o local pode oferecer condições para a realização de um jogo sem colocar em risco os participantes do evento.
Com a decisão, o jogo entre Guarani e Santos, marcado para amanhã, não poderá ser realizado em Campinas e foi transferido pela CBF para o estádio Jaime Cintra, em Jundiaí, às 16h.
O Guarani informou que não teria tempo para recorrer da decisão devido ao feriado no STJD.

Segurança
O presidente da Associação Paulista de Cabos e Soldados da Polícia Militar, cabo Wilson de Oliveira Moraes, disse ontem que os clubes deveriam contratar seguranças particulares para fazer a segurança nos jogos. "A Polícia Militar não tem responsabilidade sobre esses tipos de eventos."
O comando da Polícia Militar do Estado de São Paulo já se pronunciou sobre o assunto, informando que é função da PM fazer a segurança nos estádios.
O confronto entre a PM e torcedores da Ponte Preta no "derby" da última segunda-feira começou depois que algumas pessoas conseguiram quebrar o concreto de uma calha na arquibancada, retirando pedaços de tijolos.
As pedras foram jogadas contra policiais que entraram na arquibancada para tentar impedir a destruição da calha. O ataque dos torcedores foi reprimido pela tropa de choque, que ocupou a arquibancada para isolar as pessoas.
Na ação, policiais usaram cassetetes, balas de borracha e até mesmo pedras. O comando da PM abriu sindicância para apurar se houve excesso.
O comandante da PM tenente-coronel Lúcio Ricardo de Oliveira, responsável pelo operação, admitiu que houve falha na ação.
A partida, que teve a vitória da Ponte Preta por 4 a 2, deveria acontecer no sábado, mas foi transferida pela CBF para a segunda a pedido da Justiça Eleitoral, que alegou falta de segurança.


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