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FUTEBOL
Brinco de Ouro, local do tumulto entre PM e torcida, fica fechado até o governo do Estado garantir condições de jogo
STJD decide interditar o palco do "derby"
KLEBER TOMAZ
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS
O presidente do STJD (Superior
Tribunal de Justiça Desportiva)
da CBF (Confederação Brasileira
de Futebol), desembargador Luiz
Zveiter, interditou ontem, por
tempo indeterminado, o estádio
Brinco de Ouro, em Campinas,
após o confronto entre policiais e
torcedores na última segunda, no
jogo entre Guarani e Ponte Preta.
Segundo a Defesa Civil de Campinas, pelo menos 55 pessoas
-29 policiais e 26 torcedores-
ficaram feridas em um tumulto
ocorrido 15 minutos antes do início do "derby". Uma grade de
proteção cedeu e cerca de 30 pessoas caíram no fosso do estádio.
Segundo informou o STJD, por
meio de sua assessoria de imprensa, o estádio permanecerá fechado até que o governo do Estado
garanta à CBF que o local pode
oferecer condições para a realização de um jogo sem colocar em
risco os participantes do evento.
Com a decisão, o jogo entre
Guarani e Santos, marcado para
amanhã, não poderá ser realizado
em Campinas e foi transferido pela CBF para o estádio Jaime Cintra, em Jundiaí, às 16h.
O Guarani informou que não teria tempo para recorrer da decisão devido ao feriado no STJD.
Segurança
O presidente da Associação
Paulista de Cabos e Soldados da
Polícia Militar, cabo Wilson de
Oliveira Moraes, disse ontem que
os clubes deveriam contratar seguranças particulares para fazer a
segurança nos jogos. "A Polícia
Militar não tem responsabilidade
sobre esses tipos de eventos."
O comando da Polícia Militar
do Estado de São Paulo já se pronunciou sobre o assunto, informando que é função da PM fazer
a segurança nos estádios.
O confronto entre a PM e torcedores da Ponte Preta no "derby"
da última segunda-feira começou
depois que algumas pessoas conseguiram quebrar o concreto de
uma calha na arquibancada, retirando pedaços de tijolos.
As pedras foram jogadas contra
policiais que entraram na arquibancada para tentar impedir a
destruição da calha. O ataque dos
torcedores foi reprimido pela tropa de choque, que ocupou a arquibancada para isolar as pessoas.
Na ação, policiais usaram cassetetes, balas de borracha e até mesmo pedras. O comando da PM
abriu sindicância para apurar se
houve excesso.
O comandante da PM tenente-coronel Lúcio Ricardo de Oliveira, responsável pelo operação, admitiu que houve falha na ação.
A partida, que teve a vitória da
Ponte Preta por 4 a 2, deveria
acontecer no sábado, mas foi
transferida pela CBF para a segunda a pedido da Justiça Eleitoral, que alegou falta de segurança.
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