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São Paulo, sábado, 01 de novembro de 2003

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Único da Série B que joga melhor fora de casa, time inicia no RJ fase que pode devolvê-lo à elite

Palmeiras testa sua fama de visitante indesejado

Fernando Santos/Folha Imagem
O técnico Jair Picerni observa treino do Palmeiras, que busca sua sexta vitória seguida fora de SP


MARCUS VINICIUS MARINHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Botafogo recebe hoje um hóspede indesejado, às 21h40, em Niterói. Melhor visitante do campeonato, o Palmeiras vai ao acanhado Caio Martins atrás da sexta vitória seguida fora de casa, na estréia dos dois times no quadrangular final da segunda divisão.
Na Série B, todos os clubes têm aproveitamento melhor dentro de casa que fora de seus domínios. Como um visitante que ninguém quer receber, o Palmeiras é a única exceção à regra: joga ligeiramente melhor longe do Parque Antarctica (71,4% dos pontos conquistados) que nele (71,1%).
A diferença é ainda mais marcante se analisadas só as últimas partidas do clube paulista: nos seis últimos jogos fora de casa, o Palmeiras obteve cinco vitórias e um empate. Já em casa, nos últimos seis, venceu só três, todos com dificuldade, e perdeu um.
"A gente não se preocupa com a pressão lá fora. Não é porque a gente não respeita as outras torcidas, mas sim pelo estilo do nosso time, que ataca o tempo todo. Às vezes a gente está ganhando o jogo e não sabe a hora de recuar", declarou o goleiro Marcos.
Buscando otimizar o efeito do mando, o Botafogo resolveu confinar as duas torcidas de clubes campeões brasileiros, na estréia da fase decisiva que definirá um possível retorno dos dois times à elite, em um estádio em que só cabem 10.200 pessoas. Mil ingressos foram enviados ao Palmeiras.
"Acho que o jogo tinha que ser no Maracanã. Em Caio Martins, não vai haver nem 11 mil pessoas. Seria bem mais bonito num estádio maior", disse o meia Magrão.
"Dizem que lá é escuro para jogar à noite e que o refletor atrapalha o goleiro", afirmou Marcos. "De qualquer jeito, vale, é a casa deles. Também não vamos abrir mão do Parque Antarctica para ir ao Morumbi", disse Magrão.
Para vencer em Niterói, o treinador Jair Picerni resolveu repetir a preparação que seu time fez para a segunda fase. O Palmeiras inicia este quadrangular decisivo, no qual os dois primeiros ganham vaga na Série A em 2004, da mesma maneira que a etapa semifinal: após temporada de quatro dias em Extrema (MG), fora de casa e com os mesmos atletas que enfrentaram o Santa Cruz, no dia 4 de outubro, no Recife.
O clima de nova estréia preocupa o Palmeiras, que, apesar de ter a melhor campanha da Série B, sabe que os pontos estão zerados novamente. "O jogo de amanhã [hoje] é um jogo mais importante, pela própria etapa em que estamos entrando", afirmou Picerni.
"É jogo de estréia no quadrangular, igual ao do Santa Cruz. Se você ganha, pula na frente. Se perde, vai ter que correr atrás, e a pressão aumenta", disse Marcos.
A atual escalação da equipe, aliás, é a melhor formação do Palmeiras no campeonato. Atuando com os jogadores que entram em campo hoje, em três jogos, o time tem 100% de aproveitamento.
Picerni conta com o time titular completo: Lúcio, que estava suspenso, assim como Marcos, Marcinho, Élson e Diego Souza, poupados no último jogo, retornam.
O meia Pedrinho, que só jogou dez partidas no campeonato, contundiu-se no joelho e é ausência no banco de reservas. "Jogar por ele será uma motivação a mais daqui para a frente", diz Magrão.

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