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São Paulo, sábado, 01 de novembro de 2003

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Cartola faz rival mudar "da água para o vinho"

SÉRGIO RANGEL
ENVIADO ESPECIAL A ANGRA DOS REIS

Com um estranho no ninho da cartolagem brasileira à frente do clube, o Botafogo vai tentar a primeira vitória no quadrangular final da Série B diante do Palmeiras, hoje à noite, no estádio Caio Martins, em Niterói (a 15 km do Rio).
O ex-técnico de vôlei das seleções brasileira e italiana Bebeto de Freitas, 53, que assumiu a presidência do clube em janeiro em meio à maior crise da história do clube, é apontado por jogadores e torcedores como o principal responsável pela reestruturação do Botafogo.
"Isso aqui mudou da água para o vinho. Por isso, os resultados estão aparecendo. Para se ter idéia, eu só recebi o meu salário três vezes no ano passado. Agora, já temos uma estrutura, e todos acreditam no Bebeto. Eu só fiquei aqui por causa dele", disse o zagueiro Sandro, destaque da equipe neste ano.
Em quase um ano com o novo presidente, além da boa campanha na Série B, o clube carioca já conseguiu aprovar a criação da Companhia Botafogo, empresa que vai gerir os negócios do time carioca a partir do próximo ano, e reformou seu estádio, com capacidade para até 14 mil pessoas.
Mesmo assim, o clube está longe de ser modelo. A nova direção, que herdou uma dívida de cerca de R$ 100 milhões, ainda não conseguiu criar novas receitas e continua com os salários atrasados. Atualmente, deve um mês aos atletas.
Para conseguir o sucesso dentro de campo, Freitas surpreendeu ao fazer o mais longo contrato da história do futebol brasileiro com um treinador. O presidente do Botafogo, que teve apenas uma experiência anterior no futebol, como executivo no Atlético-MG, contratou Levir Culpi por três anos.
"Fui treinador e sei da importância de um trabalho a longo prazo. Além disso, acredito que um time vencedor não se compra, mas se forma", disse Freitas, que assistiu aos últimos treinos do time em Angra dos Reis de bermudão e sandália, um estilo diferente ao dos presidentes dos grandes clubes.
Durante os jogos, o presidente do Botafogo se comporta como um torcedor. Ele grita, xinga e chegou a invadir o campo do Caio Martins para reclamar da atuação de um árbitro neste campeonato. Em um treino do time, atuou como gandula.
"Gosto muito de futebol e me envolvo demais durante os jogos", afirmou o dirigente. Ele é parente de dois botafoguenses históricos: sobrinho do jornalista João Saldanha, que foi técnico do time, e primo de Heleno de Freitas, um dos maiores craques da história do clube.
O meia Valdo machucou o braço direito ontem e é dúvida para a partida de hoje. Se ele não puder jogar, Dill entra em seu lugar, e Almir será recuado.


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