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VÔLEI
Ana Moser, maior destaque da seleção desde 1987, decide se aposentar por causa das dores no joelho
Brasil perde a sua melhor atacante
JOSÉ ALAN DIAS
da Reportagem Local
Não se passaram mais que três
minutos, do momento em que
entrou numa sala, onde era esperada por jornalistas, até que Ana
Moser, a maior atacante do vôlei
brasileiro na história, anunciasse
sua retirada das quadras.
Ana Moser, 31, titular da seleção
desde 1987, disse que abandona a
carreira ""por não ter mais a mínima condição de jogar", em decorrência de contusões nos joelhos.
Durante a carreira, passou por
quatro quatro cirurgias, duas em
cada joelho. A primeira delas, aos
16 anos, no esquerdo. A última, e
mais delicada, no direito, em janeiro de 1996, na preparação para
a Olimpíada de Atlanta.
""O problema agora é o joelho
esquerdo. Não adianta mais eu
poupar. Ele não reage mais. Eu
sinto muita dor", explicou a atacante. ""Sei que, se continuar (jogando), vou quebrar em janeiro."
Duas semanas atrás, participou
de sua última competição, a Copa
do Mundo, em que o Brasil assegurou vaga nos Jogos de Sydney.
Das 11 partidas da seleção, ela esteve presente em 6 -naquele que
ficará como o último jogo de sua
carreira, contra o Japão, dia 16,
assinalou 13 pontos.
A atacante havia estabelecido
que a meta era disputar a quarta
Olimpíada -fora sexta em Seul-88, quarta em Barcelona-92 e
bronze em Atlanta-96. Depois,
pararia. Foi demovida da idéia
durante a Copa do Mundo.
""Dois meses antes da Copa, só
fazia a parte física. Para o primeiro jogo (contra a Croácia ), não
treinei dois dias. De um jogo para
outro, eu não fazia nada. E isso tomando dois tipos de antiinflamatórios", disse Ana Moser.
""Coloquei a seleção em risco.
Avisei o Bernardo (Bernardinho,
técnico da equipe) que poderia
não dar. Não consigo repetir isso", completou.
Ontem, foi cancelado o contrato
que mantinha até abril de 2001
com o BCN, que a contratara seis
meses atrás e pelo qual jogou só
quatro partidas -o restante do
período esteve na seleção. Devido
à falta de atletas de nível no mercado, a equipe não poderá se reforçar para a Superliga, que começa amanhã. ""Vamos disputar
com o grupo que temos", disse o
técnico Sérgio Negrão.
Em 15 anos como profissional,
ela atuou em oito equipes. Em
duas teve passagens marcantes.
Pelo Sadia (88 a 90), em que conquistou três títulos nacionais, jogando ao lado de Fernanda Venturini. Depois, de 93 a 95, pelo Leite Moça, em que junto com Venturini e Ana Paula levaria mais
três títulos nacionais.
Foi numa partida do Leites Nestlé, em 22 de dezembro de 95, que
sofreu contusão que a levaria à
quarta cirurgia. Nos últimos cinco anos, para jogar, recorreu a
uma série de métodos, desde cirurgias espirituais, RPG (Reeducação Postural Global), exercícios
em piscina e terapia corporal.
""Nos últimos cinco anos, contrariei todas as expectativas, todas
as previsões de que não poderia
mais jogar. Eu me sinto privilegiada por tudo o que passei, mesmo
com as contusões", disse.
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