|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Luxemburgo recebeu dinheiro de Nike e Traffic
DO ENVIADO A BRASÍLIA
No período em que comandou
a seleção, além do salário pago pela Confederação Brasileira de Futebol, Wanderley Luxemburgo
declarou ter recebido dinheiro da
Nike e da Traffic, a agência que intermediou o contrato da multinacional com a CBF.
Em sua declaração de Imposto
de Renda, consta o recebimento
de R$ 10.041,38 da Nike do Brasil e
de R$ 4.859,26 da Traffic.
Ele não soube explicar os motivos para os pagamentos. ""Deve
ter sido alguma palestra", limitou-se a afirmar.
Durante seu depoimento, o técnico fez questão de defender a
multinacional, dizendo que ela jamais interferiu em seu trabalho.
Usou como exemplo o fato de ter
convocado Edmundo, apesar de o
atacante ter feito críticas à Nike e à
CBF depois da Copa da França.
Ele admitiu, no entanto, que
Luís Alexandre, ex-funcionário
da Nike, acompanhava a seleção.
""Mas como qualquer um", disse
Luxemburgo. ""Fazíamos uma
concentração aberta."
Além da relação com a Nike e a
CBF, o técnico teve de explicar sua
ligação com José Carlos Santiago
de Andrade.
Sócio de Luxemburgo, Santiago, como árbitro de futebol, chegou a trabalhar em partidas de times comandados pelo treinador.
""Ele até foi o bandeirinha de um
jogo do Corinthians contra o Vitória", afirmou.
""Mas com ele apitando eu só ganhei uma vez", completou, após
ter admitido que foi Santiago
quem assinou, por procuração,
suas declarações de Imposto de
Renda de 1996 e 1997.
""Aí vem minha desorganização", disse o técnico, ao justificar
o porquê de ter demorado a admitir que foi o árbitro quem assinou sua declaração.
""É lamentável que uma pessoa
que se diz tão desorganizada tenha dirigido a seleção. Ele não era
preparado para dirigir o Brasil",
afirmou Geraldo Althoff, relator
da CPI e um dos senadores favoráveis a promover a acareação do
técnico com Renata Alves no ano
que vem.
Também responsabilizando sua
desorganização, Luxemburgo
disse que não poderia explicar o
porquê de ter recebido um depósito de Mauro Morishita, que ele
próprio identificou como sendo o
empresário de Arinélson.
O atleta, que era do Iraty, clube
presidido por Sérgio Malucelli,
sócio de Luxemburgo, foi transferido do Paraná para o Santos por
indicação do treinador.
""Eu viajei para o Paraná com o
José Paulo Fernandes, que era o
diretor do Santos, para convencer
o Arinélson a jogar na Vila Belmiro", voltou a dizer Luxemburgo.
""Em nenhum momento recebi
qualquer comissão por compra
ou venda de jogador."
Para comprovar que Arinélson
era um jogador muito importante
para o Santos, Luxemburgo disse
que acompanhou suas atuações
no Campeonato Paranaense e que
Pelé, ligado à diretoria santista da
época, ligou para o atleta a fim de
convencê-lo a se transferir para
São Paulo.
(JCA)
Texto Anterior: Técnico enviou dinheiro ao exterior, suspeita comissão Próximo Texto: Painel FC Índice
|