São Paulo, sábado, 01 de dezembro de 2001

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FUTEBOL

Da Coréia, onde participa do sorteio dos grupos da Copa, ex-atleta diz que foi "traído" por Hélio Viana na PS&M

Pelé expulsa sócio depois de auditoria

FERNANDO MELLO
DO PAINEL FC

Hélio Viana não é mais sócio de Pelé. O ex-jogador alterou o contrato social da Pelé Sports & Marketing Ltda. e expulsou o empresário carioca da empresa.
Viana, amigo de Pelé e seu braço-direito por quase duas décadas, era dono de 40% das ações da PS&M Ltda.
A mudança no contrato foi protocolada na Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro na última quarta-feira.
Diz o texto: "Com fundamento no disposto na Cláusula 9 - Exclusão - itens (a) e (c) do contrato social, é excluído da sociedade o sócio Hélio Viana de Freitas (...) por grave violação dos direitos associativos, notadamente abuso, prevaricação e incontinência de conduta e infração e falta de cumprimento com os deveres de sócio".
Mais adiante, ainda no contrato social, Viana fica obrigado a pagar obrigações contraídas pela PS&M durante sua gestão e por "perdas havidas até o momento da exclusão". O empresário carioca também está proibido de entrar na sede da agência, no Rio.
Para mostrar os supostos crimes praticados por Viana, Pelé anexou ao contrato queixa-crime que protocolou na Justiça e que foi enviada ao Ministério Público.
Da Coréia do Sul, onde participa hoje do sorteio dos grupos da Copa de 2002, Pelé disse à Folha que foi traído por Viana. "Ele não precisava fazer o que fez. Fui traído. Mas não vou me pronunciar sobre o assunto. Meus advogados já estão cuidando de tudo", afirmou, por telefone.
A relação de Pelé e Viana já estava por um fio ainda antes da revelação, pela Folha, no último dia 18, de que a Pelé Sports & Marketing Inc., com sede nas Ilhas Virgens (Antilhas), recebeu US$ 700 mil para organizar um evento do Unicef que nunca se realizou e ficou com o dinheiro.
O ex-jogador, desconfiado da situação financeira da PS&M Ltda., contratou uma empresa para auditar as contas da agência.
Com resultados preliminares, decidiu fechar as portas da PS&M após o fim dos contratos que estão em vigência e abriu uma nova empresa de marketing esportivo, a Pelé Pro, em São Paulo.
De Busan, Pelé voltou a dizer que não ficou com nenhum centavo do evento da seção argentina do Unicef.
Seus advogados dizem que os US$ 700 mil foram parar em contas pessoais de Viana.
O ex-sócio de Pelé, que ontem não foi localizado para comentar sua expulsão da PS&M, tem insinuado que parte do dinheiro foi utilizada para comprar o passe do meia Giovanni, ex-Santos e hoje no futebol grego.


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