|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PINGUE-PONGUE
Ídolo maior, Tostão prevê boom de fãs
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
Considerado o maior jogador da história do Cruzeiro, Eduardo Gonçalves
de Andrade, o Tostão, 56,
acredita que a conquista do
título brasileiro pode ser a
"alavanca histórica" que
faltava para o time mineiro.
Para Tostão, que defendeu o Cruzeiro de 1963 a
1972, quando ganhou cinco
Estaduais e uma Taça Brasil, o troféu inédito fará o
clube ganhar mais torcedores no Nordeste, podendo
rivalizar no futuro com Corinthians e Flamengo, além
de se firmar de vez no cenário nacional do futebol.
""Na minha época, a torcida do Cruzeiro teve um
crescimento vertiginoso
entre 1965 e 1970, especialmente no interior. Depois
do título brasileiro e de outros que certamente virão,
porque o clube tem uma estrutura muito forte, a tendência é [atravessar] uma
nova fase de crescimento",
afirmou o ex-jogador e colunista da Folha.
Folha - Dá para fazer uma
comparação entre o time do
Cruzeiro que você defendeu
e o de hoje?
Tostão - Não há dúvida de
que o time da minha época
encantou muito mais, era
ofensivo, até porque as
equipes em geral jogavam
muito mais para a frente. O
time de hoje é diferente,
não privilegia o ataque, é
um time próprio do Luxemburgo, equilibrado,
pragmático. Nos anos 60 o
Cruzeiro era mais ousado,
dava show, igualzinho ao
Santos de hoje, um time de
garotos. Até a discussão sobre quem é melhor, Robinho ou Diego, acontecia sobre Tostão e Dirceu Lopes.
Folha - Aquele time apareceu como a grande novidade
do futebol brasileiro...
Tostão - Sem dúvida, meio
como o Santos campeão do
ano passado. O Cruzeiro
começou a ganhar dos times do Rio e dos de São
Paulo e virou notícia. Com
a construção do Mineirão, a
formação de um time bem
forte e as vitórias em campo, todos começaram a falar do Cruzeiro. Foi aí que a
torcida passou a crescer.
Quando eu comecei no
Cruzeiro, o grande clássico
de Minas era América x
Atlético, o chamado ""clássico das multidões".
Folha - Antes a torcida do
Cruzeiro era pequena?
Tostão - É que o pessoal
do interior não acompanhava o futebol mineiro, só
Rio e São Paulo. Com aquele time, conquistamos o interior do Estado e até hoje é
discutível quem tem mais
torcida em Minas. Na capital, ganha o Atlético, mas
no interior, o Cruzeiro.
Folha - Com o título brasileiro, como você vê o futuro
do Cruzeiro?
Tostão - A tendência é
conquistar mais torcedores, principalmente fora de
Minas Gerais. Acho que depois das conquistas dos
anos 60 o Cruzeiro conseguiu manter uma estrutura
vitoriosa e sempre se manteve entre os grandes clubes
do Brasil, mesmo sem ter
conquistado um Brasileiro.
Mas com esse título vai dar
para rivalizar com Corinthians, Flamengo e Vasco,
que são os mais populares
fora de seus Estados. O
Cruzeiro formou uma ótima estrutura e agora tem
tudo para se firmar como
uma das potências.
Folha - A administração
dos irmãos Zezé e Alvimar
Perrella é boa?
Tostão - O Cruzeiro se estruturou melhor que os outros, ainda tem prejuízo, é
verdade, mas em Belo Horizonte qualquer vendedor
de picolé vai dizer que os
Perrella são ótimos negociantes, vendem muito bem
e montaram uma estrutura.
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Sem virada, Santos perde série invicta e o sonho do bi Índice
|