UOL


São Paulo, segunda-feira, 01 de dezembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PINGUE-PONGUE

Ídolo maior, Tostão prevê boom de fãs

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

Considerado o maior jogador da história do Cruzeiro, Eduardo Gonçalves de Andrade, o Tostão, 56, acredita que a conquista do título brasileiro pode ser a "alavanca histórica" que faltava para o time mineiro.
Para Tostão, que defendeu o Cruzeiro de 1963 a 1972, quando ganhou cinco Estaduais e uma Taça Brasil, o troféu inédito fará o clube ganhar mais torcedores no Nordeste, podendo rivalizar no futuro com Corinthians e Flamengo, além de se firmar de vez no cenário nacional do futebol.
""Na minha época, a torcida do Cruzeiro teve um crescimento vertiginoso entre 1965 e 1970, especialmente no interior. Depois do título brasileiro e de outros que certamente virão, porque o clube tem uma estrutura muito forte, a tendência é [atravessar] uma nova fase de crescimento", afirmou o ex-jogador e colunista da Folha.

Folha - Dá para fazer uma comparação entre o time do Cruzeiro que você defendeu e o de hoje?
Tostão -
Não há dúvida de que o time da minha época encantou muito mais, era ofensivo, até porque as equipes em geral jogavam muito mais para a frente. O time de hoje é diferente, não privilegia o ataque, é um time próprio do Luxemburgo, equilibrado, pragmático. Nos anos 60 o Cruzeiro era mais ousado, dava show, igualzinho ao Santos de hoje, um time de garotos. Até a discussão sobre quem é melhor, Robinho ou Diego, acontecia sobre Tostão e Dirceu Lopes.

Folha - Aquele time apareceu como a grande novidade do futebol brasileiro...
Tostão -
Sem dúvida, meio como o Santos campeão do ano passado. O Cruzeiro começou a ganhar dos times do Rio e dos de São Paulo e virou notícia. Com a construção do Mineirão, a formação de um time bem forte e as vitórias em campo, todos começaram a falar do Cruzeiro. Foi aí que a torcida passou a crescer. Quando eu comecei no Cruzeiro, o grande clássico de Minas era América x Atlético, o chamado ""clássico das multidões".

Folha - Antes a torcida do Cruzeiro era pequena?
Tostão -
É que o pessoal do interior não acompanhava o futebol mineiro, só Rio e São Paulo. Com aquele time, conquistamos o interior do Estado e até hoje é discutível quem tem mais torcida em Minas. Na capital, ganha o Atlético, mas no interior, o Cruzeiro.

Folha - Com o título brasileiro, como você vê o futuro do Cruzeiro?
Tostão -
A tendência é conquistar mais torcedores, principalmente fora de Minas Gerais. Acho que depois das conquistas dos anos 60 o Cruzeiro conseguiu manter uma estrutura vitoriosa e sempre se manteve entre os grandes clubes do Brasil, mesmo sem ter conquistado um Brasileiro. Mas com esse título vai dar para rivalizar com Corinthians, Flamengo e Vasco, que são os mais populares fora de seus Estados. O Cruzeiro formou uma ótima estrutura e agora tem tudo para se firmar como uma das potências.

Folha - A administração dos irmãos Zezé e Alvimar Perrella é boa?
Tostão -
O Cruzeiro se estruturou melhor que os outros, ainda tem prejuízo, é verdade, mas em Belo Horizonte qualquer vendedor de picolé vai dizer que os Perrella são ótimos negociantes, vendem muito bem e montaram uma estrutura.


Texto Anterior: Frases
Próximo Texto: Sem virada, Santos perde série invicta e o sonho do bi
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.