São Paulo, sábado, 01 de dezembro de 2007

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Corinthians quer Série A com jogadores de Série B

Grupo que tenta escapar do descenso é recheado de atletas de origem periférica

Ex-atletas de Bragantino, Noroeste e Ponte Preta, que não estão na elite, são a espinha dorsal do elenco do técnico Nelsinho Baptista

RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Para permanecer na elite do futebol, um elenco de segunda linha. É assim que o Corinthians pretende se safar do descenso diante do Grêmio, amanhã, em Porto Alegre.
Endividado, o clube apostou no bom e barato para montar o grupo do Brasileiro. Para isso, trouxe peças de equipes das séries B e C do Nacional.
Apenas do Bragantino, que acaba de ascender da terceira divisão, vieram cinco jogadores: o goleiro Felipe, o zagueiro Zelão e o volante Moradei, titulares na gestão do técnico Nelsinho Baptista, além do zagueiro Kadu, encostado na reserva, e do atacante Everton Santos, que se recupera de cirurgia no ombro esquerdo.
Destes, o único que vingou e se transformou em unanimidade para a torcida foi Felipe, principal responsável por conduzir a equipe até a última rodada ainda com chances de não ser rebaixada.
Fora a turma de Bragança Paulista, o time-base de Nelsinho -sem contar lesionados e suspensos- tem o zagueiro Fábio Ferreira, vindo do Noroeste, time que não disputou a terceira divisão nacional em 2007 e terminou a fase de classificação do Paulista em sétimo.
O elenco ainda conta com o ala Iran, que teve rápida passagem pelo Botafogo antes de ser dispensado, mas que se projetou na Ponte Preta. Do time de Campinas, que disputa a Segundona, veio também o atacante Finazzi, artilheiro corintiano no Nacional (12 gols) e suspenso do jogo de amanhã.
Da elite, mesmo, apenas o volante Carlos Alberto, oriundo do Figueirense, o ala Gustavo Nery, que "visitou" o Zaragoza, da Espanha, antes de retornar ao Parque São Jorge, e três atletas formados na base corintiana: o zagueiro Betão e os meia-atacantes Lulinha e Dentinho.
E, se no time principal Nelsinho não possui nenhum jogador de ponta, a situação não é diferente quando precisa recorrer ao banco de reservas. Com exceção, mais uma vez, de quem se formou no próprio clube, as opções têm origem similar à dos titulares.
Para a vaga de Finazzi, ele tem o boliviano Arce, cuja seleção é a lanterna das eliminatórias sul-americanas para a Copa de 2010. Ou Clodoaldo, que chegou do Criciúma, da Série B.
No meio-campo, os nomes são Aílton, vindo do modesto San Luis (MEX), e Héverton, outro trazido da Ponte Preta.
Daqueles com origem mais "nobre", o único que tem disputado vaga na equipe é o zagueiro Fábio Braz, ex-Vasco. O ala Amaral, ex-Palmeiras, e o volante Ricardinho, ex-Cruzeiro, vêm sendo pouco utilizados nesta campanha alvinegra.
"O Corinthians não pode ficar fazendo experiências. É um time que tem de trazer jogadores consagrados, para resolver", disse o zagueiro Betão.


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