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PERFIL
Vencedora já viveu de vender banana na rua
DA REPORTAGEM LOCAL
Até decidir se dedicar totalmente ao atletismo, aos 23 anos
-corria desde os 20 anos-, a
goiana Marizete Rezende exerceu as mais variadas atividades:
vendeu banana na rua, trabalhou em confecção, foi telefonista em escritório de contabilidade etc. O máximo que Marizete ganhou mensalmente foram dois salários mínimos.
"Desde cedo comecei a trabalhar. A única coisa que não fiz
foi cortar cana", brinca a fundista, que obteve o primeiro
patrocínio em abril deste ano,
da prefeitura de Araraquara.
"Tomara que o título da São
Silvestre atraia outros."
"Uma pessoa que me inspirou e me deu apoio quando comecei a correr foi a Selma [dos
Reis, que este ano não ficou entre as dez mais bem colocadas
na São Silvestre]", conta a vencedora da prova de 15 km.
"Uma coisa difícil logo quando a gente se torna atleta profissional é que às vezes a gente
nem tem dinheiro para comprar o tênis", acrescenta ela.
Fisicamente, um problema
que Marizete enfrenta até hoje
é uma alergia que atrapalha sua
respiração, impedindo que obtenha oxigênio pelo nariz.
Após duas intervenções cirúrgicas e um ano fora do esporte como consequência, a
atleta não eliminou o problema. "Me disseram que ia ficar
100%, mas não foi isso o que
ocorreu. É até feio [as caretas
que fazia na subida da av. Brigadeiro Luis Antonio, anteontem], mas hoje nem quero
mais ouvir de operação."
Em 2001, venceu as maratonas de São Paulo, dos Bandeirantes, de Curitiba e de Santa
Catarina. Em 2002, no entanto,
somente disputou uma maratona, a da Itália, em 6 de outubro, quando terminou na segunda colocação.
(EO)
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