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Franck Caldeira almeja nova fase com maratona
Campeão da São Silvestre segue rota de outros atletas em busca de status e Pan
Mineiro vai seguir treinos na altitude para correr os 42 km; base das práticas será Campos do Jordão (SP) ou Cochabamba (Bolívia)
Julia Moraes/Folha Imagem
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Franck Caldeira e Lucélia Peres posam com troféus da São Silvestre em hotel em São Paulo |
DA REPORTAGEM LOCAL
Utilizar o triunfo nos 15 km
da São Silvestre como incentivo para buscar status e prêmios
na modalidade mais desgastante do atletismo olímpico.
O roteiro que Franck Caldeira quer seguir em 2007 não é
novo e vai colocá-lo em confronto com esportistas bem
mais experientes.
Mas, após a acachapante vitória lograda nas ruas de São
Paulo, o atleta de 23 anos e seu
treinador acreditam que existem motivos de sobra para tornar a disputa de maratonas
uma prioridade em 2007.
"Ocorrem várias provas durante o ano e os prêmios são
ótimos. Além disso, quem ganha uma maratona fica mais
conhecido que um vencedor de
outra corrida em pista. O status
é outro, e o Franck está pronto", diz Henrique Viana, técnico do corredor mineiro.
Ele quer que Caldeira disputa sua primeira maratona
-prova de 42,195 km, a mais
longa das que integram o cardápio da Olimpíada- em abril, na
cidade de Roterdã (Holanda).
Seria o primeiro passo para
tentar uma classificação para o
Pan-Americano do Rio, programado para julho. "Temos chances na maratona e nos 10.000
m. Se conseguirmos vagas em
ambas, optaremos pela primeira", afirma Viana.
O novo rumo estabelecido
por Caldeira não é incomum. O
mesmo roteiro já foi seguido,
com sucesso, por outros ex-campeões da São Silvestre.
Marilson Gomes dos Santos,
por exemplo, triunfou na corrida paulistana em 2005. No ano
seguinte, com uma programação voltada para a disputa de
maratonas, conquistou a de
Nova York, uma das mais prestigiadas do calendário.
O prêmio que embolsou foi
de R$ 278 mil. Como comparação, a São Silvestre para R$ 21
mil ao campeão.
Marilson, 29, está à frente de
Caldeira no ranking brasileiro
da maratona. Afirmou, contudo, que pretende correr no Pan
os 5.000 m e 10.000 m.
Mesmo assim, não vão faltar
competidores qualificados na
disputa por duas vagas na prova
de 42 km. Vanderlei Cordeiro
de Lima, 37, bronze na maratona em Atenas-2004, já manifestou desejo de obter uma vaga na delegação brasileira.
"Respeito meus rivais e sei de
minhas condições. Sou a terceira geração e estou pronto para
correr com eles", diz Caldeira.
Os treinamentos para alcançar os novos objetivos não vão
ser muito diferentes dos que
realiza hoje. Viana já definiu
que seu pupilo vai seguir praticando na altitude, técnica que
ajuda a aumentar a oxigenação
do sangue. A dúvida é o local:
Campos do Jordão (SP), praça
utilizada atualmente, ou uma
cidade no exterior.
"A opção que trabalhamos é
Cochabamba, na Bolívia, que fica 2.600 m acima do nível do
mar. Só que, aqui no Brasil, podemos oferecer um tratamento
mais específico ao Franck, com
uma equipe multidisciplinar."
O comandante tem boas recordações de maratonas. Ele
treinava Ronaldo da Costa em
1998, quando o brasileiro estabeleceu a melhor marca do
mundo na prova. A façanha
ocorreu em Berlim (ALE). Ronaldo tinha 28 anos e cumpriu
o percurso em 2h06min05s.
A melhor marca de Caldeira
na prova é 2h14min06s. "Ambos são talentosos, mas vejo o
Franck como um atleta mais
focado que o Ronaldo. Isso é
muito importante", diz Viana.
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