São Paulo, terça-feira, 02 de janeiro de 2007

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Até forró e Hulk movem zebras em 07

No Norte-Nordeste, campeões estaduais que desbancaram tradição apostam em fórmulas criativas para ficar no topo

Equipes se apegam a patrocínios e mascotes inusitados, sonham com CT, veteranos, como Oséas, novo status e mais sócios


JULYANA TRAVAGLIA
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Em 2006, eles sentiram o gosto de levantar uma taça estadual pela primeira vez na história. Agora, em 2007, times do Norte-Nordeste se mexem para tentar o bi e deixar para trás a fama de caçulas nos Estaduais em que despontaram.
E vale tudo na árdua tarefa de se manter no topo. Desde projeto de marketing como "Sócio 1.000", a grupo de forró como patrocinador, passando por estrutura de universidade ao Incrível Hulk como mascote.
Fundado em 1º de março de 2003, o Coruripe, que carrega o nome da cidade, chegou para incomodar no Alagoano. Bateu na trave em 2004 e 2005 ao ficar com o vice, mas neste ano se sagrou campeão estadual.
"O Coruripe já nasceu grande. Temos o apoio total da cidade", afirmou Rosiwellington Ramos, diretor. O time tem sua força na uniformizada Álcool Verde, referência aos canaviais da área, simbolizada em Hulk.
"A nossa camisa é verde, né? Poderia ser também um periquito ou um papagaio, mas o Hulk demonstra bem a nossa força", falou Ramos.
Com estádio para 6.000 pessoas e apoio da prefeitura, que banca dez ônibus para os torcedores incentivarem o time, o Coruripe sonha alto. "Temos projeto de um CT e nos inspiramos no Inter, no Santos e no São Paulo", disse o dirigente.
Outra equipe que tem do que se orgulhar pelo que fez em 2006 é o Colo Colo, que quebrou uma hegemonia de 37 anos de Bahia e Vitória. Freqüentando a primeira divisão desde 2000, ficou sempre entre os cinco primeiros, até que neste ano levantou a taça.
"Nossa folha, que era de R$ 28.860,00, pulou para R$ 55 mil. E pagamos em dia. De setembro para cá, até adiantamos o salário. O mês aqui acaba no dia 25", comenta orgulhoso José Maria Almeida Santana, presidente da agremiação baiana.
Se antes os contratos eram de seis meses, agora os vínculos são de "quatro anos", disse o mandatário do time de Ilhéus.
Ele também exalta os valores revelados pelo clube: "O Ednei fez 21 gols e todos de bola rolando, nada de falta e pênalti". O feito do artilheiro baiano ultrapassa em três tentos a marca de Nilmar, goleador do Paulista de 2006 pelo Corinthians.
No Rio Grande do Norte, o Baraúnas promete mais marketing. "Vamos criar o projeto Sócio 1.000 para atrair renda e ajudar o time", falou o diretor Volnei Nunes.
Em Sergipe, o Pirambu quer aparecer bem no primeiro jogo da Copa do Brasil, ante o Corinthians. A diretoria corre atrás de um grande nome para ter mais espaço na mídia. Oséas, Túlio e Viola foram sondados. Outra curiosidade que cerca o time é seu patrocinador: o grupo de forró Calcinha Preta.


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