São Paulo, sábado, 2 de janeiro de 1999 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice Olivera surpreende até técnico
da Reportagem Local O interesse da iugoslava Olivera Jevtic, 21, pela São Silvestre foi despertado por seu treinador, o ex-corredor Slavko Kuzmanovic, que chegou a disputar a prova, sem sucesso, nos anos 70. "Eu sempre disse que um dia ela correria a São Silvestre. Só não esperava que ela ganhasse logo na primeira vez, porque se trata de uma prova difícil e o dia estava muito quente", disse o técnico. Kuzmanovic tomou conhecimento da prova logo após a Copa do México, quando o Brasil foi tricampeão mundial de futebol. "Além de atletismo, adoro futebol, ainda mais o brasileiro. Quando o time ganhou a Copa (em 70), decidi conhecer o Brasil. Assim que soube da São Silvestre, uni o útil ao agradável", afirmou. Se a vitória de Olivera surpreendeu seu treinador, o mesmo não se pode dizer do italiano Federico Rosa, empresário da atleta. "Ela tinha me dito que, se conseguisse chegar à subida (da Brigadeiro Luís Antônio) no pelotão da frente, não perderia a prova." E, de fato, com o tempo de 51min35s, a iugoslava, anunciada antes do início da prova como eslovaca pelos organizadores, começou a surpreender a favorita Martha Tenório, do Equador, vencedora no ano anterior, a partir da subida da Brigadeiro. "Estou machucada na coxa direita e senti dificuldades na descida", explicou Olivera. "Na hora de subir, estava mais fácil." Segundo a campeã, sua estratégia foi manter o mesmo ritmo desde o início. "Não podia me distanciar das que estavam na frente." O calor -a prova feminina começou sob temperatura de 33C- não chegou, segundo Olivera, a atrapalhá-la. "Estava treinando na Iugoslávia com -10C, mas também estou acostumado ao calor, apesar de não gostar de sol", disse a corredora, que tem a pele muito branca. Depois de ter treinado ontem cedo, no Ibirapuera, Olivera pretende aproveitar o dia de hoje para fazer compras. Amanhã retorna à Europa, embora só volte a competir na Espanha, no final de janeiro. Para dezembro de 99, quando voltar para a próxima corrida, a iugoslava promete melhorar o inglês. "É importante para quem pensa em fazer carreira internacional", disse Olivera, que, em 97, foi campeã européia dos 10.000 m até 23 anos. "Ela está com um professor particular e da próxima vez falará melhor", disse o empresário da atleta. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice |
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