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Por dinheiro, Corinthians dribla Justiça, MSI e Luizão
Equipe deixa mais de R$ 4 milhões
"escondidos" para evitar que valor
acabasse com atacante ou parceira
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
Em meio ao imbróglio com o
atacante Luizão, a diretoria do
Corinthians driblou a Justiça, o
atacante e a MSI ao segurar, em
conta do Clube dos 13, três parcelas da cota de TV do Brasileiro.
Os valores, referentes ao meses
de novembro e dezembro de 2005
e janeiro de 2006, não foram repassados pela entidade ao clube.
Com a medida, Alberto Dualib,
que tenta hoje se reeleger presidente corintiano, evitou que cerca
de R$ 4,5 milhões fossem depositados judicialmente para quitar o
débito com Luizão. O atacante cobra quase R$ 9 milhões do clube
por direitos de imagem atrasados
e bloqueou conta da parceria onde entram as receitas do futebol.
Os corintianos tentam ainda
que o TST (Tribunal Superior do
Trabalho) acate recurso do clube
contra a ação movida pelo jogador. As cotas de TV não estão bloqueadas pela Justiça, mas as contas do clube estão, até que seja
atingido o valor pedido pelo atacante, hoje no Flamengo.
Se não agisse perante o C13 para
evitar que o dinheiro fosse repassado pela entidade, toda a verba
ficaria retida pela Justiça.
Pelo contrato de parceria, as receitas e as despesas do futebol
pertencem à MSI, que administra
o departamento. Em dezembro
do ano passado, a Folha revelou
que Dualib avisou a MSI que ela
não poderia contar com o dinheiro da parcela de novembro.
À época, segundo aliados do dirigente, a justificativa era que o dinheiro seria usado para quitar a
dívida com o atacante. A quantia,
no entanto, permanece na conta
do C13. O próprio Koff afirmou
que só reconhece os clubes.
As cotas de setembro e outubro,
que somam pouco mais de R$ 2
milhões, também foram repassadas para uma outra conta do Corinthians, a pedido do clube.
Por meio de sua assessoria de
imprensa, a MSI informou que
todas as receitas do futebol foram
repassadas à Justiça e que o caso
Luizão está encerrado. Só aguarda
comunicado oficial da Justiça.
Aliados de Alberto Dualib dizem que o presidente tomou a decisão de segurar o dinheiro no C13
porque falta pouco para atingir os
R$ 9 milhões. Assim, a quantia de
R$ 1,4 milhão ultrapassaria o valor exigido pelo jogador e ficaria
com a parceira.
Dualib alega que a empresa de
Kia não tem honrado seus compromissos, por isso quer administrar sozinho o dinheiro, o que na
prática representa o fim do acordo entre as duas partes.
Porém, pessoa próxima a Luizão tem versão bem diferente sobre o valor que já foi arrecadado
pelo bloqueio. Disse que menos
de R$ 4 milhões estão depositados
em juízo para saldar o débito.
Os corintianos deram outro número. Primeiro, por meio de sua
assessoria de imprensa, disseram
que o clube teria de depositar R$
1,8 milhão para saldar o débito.
Pouco depois, à Folha, o presidente Alberto Dualib disse que
faltava R$ 1,5 milhão.
Apesar de não trocarem farpas
publicamente sobre o assunto, o
caso deteriora ainda mais o relacionamento entre os parceiros.
No Parque São Jorge, poucos
acreditam que os dez anos de contrato serão cumpridos.
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