São Paulo, quinta-feira, 02 de fevereiro de 2006

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Por dinheiro, Corinthians dribla Justiça, MSI e Luizão

Equipe deixa mais de R$ 4 milhões "escondidos" para evitar que valor acabasse com atacante ou parceira

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC

Em meio ao imbróglio com o atacante Luizão, a diretoria do Corinthians driblou a Justiça, o atacante e a MSI ao segurar, em conta do Clube dos 13, três parcelas da cota de TV do Brasileiro.
Os valores, referentes ao meses de novembro e dezembro de 2005 e janeiro de 2006, não foram repassados pela entidade ao clube.
Com a medida, Alberto Dualib, que tenta hoje se reeleger presidente corintiano, evitou que cerca de R$ 4,5 milhões fossem depositados judicialmente para quitar o débito com Luizão. O atacante cobra quase R$ 9 milhões do clube por direitos de imagem atrasados e bloqueou conta da parceria onde entram as receitas do futebol.
Os corintianos tentam ainda que o TST (Tribunal Superior do Trabalho) acate recurso do clube contra a ação movida pelo jogador. As cotas de TV não estão bloqueadas pela Justiça, mas as contas do clube estão, até que seja atingido o valor pedido pelo atacante, hoje no Flamengo.
Se não agisse perante o C13 para evitar que o dinheiro fosse repassado pela entidade, toda a verba ficaria retida pela Justiça.
Pelo contrato de parceria, as receitas e as despesas do futebol pertencem à MSI, que administra o departamento. Em dezembro do ano passado, a Folha revelou que Dualib avisou a MSI que ela não poderia contar com o dinheiro da parcela de novembro.
À época, segundo aliados do dirigente, a justificativa era que o dinheiro seria usado para quitar a dívida com o atacante. A quantia, no entanto, permanece na conta do C13. O próprio Koff afirmou que só reconhece os clubes.
As cotas de setembro e outubro, que somam pouco mais de R$ 2 milhões, também foram repassadas para uma outra conta do Corinthians, a pedido do clube.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a MSI informou que todas as receitas do futebol foram repassadas à Justiça e que o caso Luizão está encerrado. Só aguarda comunicado oficial da Justiça.
Aliados de Alberto Dualib dizem que o presidente tomou a decisão de segurar o dinheiro no C13 porque falta pouco para atingir os R$ 9 milhões. Assim, a quantia de R$ 1,4 milhão ultrapassaria o valor exigido pelo jogador e ficaria com a parceira.
Dualib alega que a empresa de Kia não tem honrado seus compromissos, por isso quer administrar sozinho o dinheiro, o que na prática representa o fim do acordo entre as duas partes.
Porém, pessoa próxima a Luizão tem versão bem diferente sobre o valor que já foi arrecadado pelo bloqueio. Disse que menos de R$ 4 milhões estão depositados em juízo para saldar o débito.
Os corintianos deram outro número. Primeiro, por meio de sua assessoria de imprensa, disseram que o clube teria de depositar R$ 1,8 milhão para saldar o débito. Pouco depois, à Folha, o presidente Alberto Dualib disse que faltava R$ 1,5 milhão.
Apesar de não trocarem farpas publicamente sobre o assunto, o caso deteriora ainda mais o relacionamento entre os parceiros.
No Parque São Jorge, poucos acreditam que os dez anos de contrato serão cumpridos.


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