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Por Pequim, ginástica perde Copa
Pela 1ª vez em quatro anos, país não irá abrigar torneio do circuito mundial
Mesmo com dificuldade orçamentária, Rio, que bancaria evento, estudaria
o projeto; CBG atribui perda ao calendário apertado
CRISTIANO CIPRIANO POMBO
LUÍS FERRARI
DA REPORTAGEM LOCAL
Pela primeira vez em quatro
anos, o Brasil não irá abrigar
um dos grandes eventos do circuito internacional de ginástica
artística. E é por opção.
Isso porque a CBG (Confederação Brasileira de Ginástica)
abriu mão de realizar uma etapa da Copa do Mundo no país,
mesmo tendo o compromisso
da Prefeitura do Rio de Janeiro
que bancaria o evento.
"Foi escolha nossa. Preferimos abrir mão da Copa para
preparar as ginastas para a
Olimpíada de Pequim. O calendário estava apertado demais",
afirma Eliane Martins, supervisora de seleções da CBG.
Até os Jogos Olímpicos ocorrerão cinco etapas da Copa do
Mundo, sendo três na Europa,
uma no Oriente Médio e outra
na Ásia -o Brasil enviará atletas a pelo menos quatro delas.
A promessa de trazer o evento para o país fora feita pelo
prefeito do Rio, Cesar Maia
(DEM), às vésperas do Pan.
"Está bancado", bradou o político à época, após Eliane pedir-lhe ajuda para realizar a Copa.
Para organizar uma etapa do
circuito mundial da FIG, como
em 2004 (Rio), 2005 (São Paulo) e 2006 (São Paulo) -em
2007, o país abrigou o torneio
do Pan-, é preciso investimento de cerca de R$ 600 mil, que
vão de prêmios até gastos com
antidoping e hospedagens.
Após a Prefeitura do Rio ter
começado 2008 com menos
verba em caixa -perda de cerca
de 35% em relação ao início de
2007-, Cesar Maia também recuou, não exibindo mais tanto
ímpeto para bancar o evento.
"Mesmo não havendo previsão, o projeto [se for] apresentado será analisado", disse ele
por e-mail. Neste mês, o Rio havia anunciado que receberia jogos da Copa Davis de tênis,
mas, após não conseguir levantar a cifra de R$ 500 mil, perdeu
o torneio para Sorocaba.
A Copa do Mundo de ginástica, ao lado do Mundial, é o
evento em que o Brasil tem
consolidado sua ascensão internacional e onde ostenta
maior número de medalhas.
Atletas e treinadores endossam a decisão da CBG. "Etapa
no Brasil tinha que ser no começo do ano, quando ninguém
está 100% preparado, ou no final do primeiro semestre,
quando nenhum estrangeiro
viria para cá, pegar fuso horário
e correr risco de se machucar
perto da Olimpíada. Então foi
acertada a decisão", afirma o
técnico Renato Araújo, do Flamengo e da seleção masculina.
A CBG até cogitava contatar
a Prefeitura do Rio para abrigar
em dezembro a finalíssima da
Copa, que ocorre a cada dois
anos. Mas a federação internacional não esperou a proposta
do país e pôs Madri como sede.
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