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FUTEBOL
Rede negocia com Clube dos 13 controle de publicidade e marcas
Acordo no Paulista será
modelo para o Brasileiro
da Reportagem Local
Os moldes da parceira firmada
entre Rede Globo e FPF (Federação Paulista de Futebol) poderão
ser utilizados no Brasileiro-2000,
por meio do Clube dos 13, associação que reúne os 20 principais
clubes do país.
"As negociações nesse sentido
já estão bem adiantadas. O acordo
será um aperfeiçoamento das relações entre as duas partes (Clube
dos 13 e Globo)", disse Jaime
Franco, diretor de marketing do
Clube dos 13.
A Rede Globo detém os direitos
de transmissão do Campeonato
Brasileiro, negociados diretamente com a associação dos clubes.
Para isso, o Nacional deverá ter
apenas 20 clubes neste ano em sua
primeira divisão, podendo esse
número ser reduzido para 18 em
2001. "O acordo é esse, vai ser
cumprido", disse ontem Franco.
Em São Paulo, a Globo tem os
direitos exclusivos de transmissão do Campeonato Paulista em
TV aberta, mas vai negociá-los
com outra rede.
Na TV paga, os jogos também
serão transmitidos pela ESPN
Brasil e pela Sportv, além do sistema pay-per-view.
Também com o Clube dos 13, a
Globo negocia uma participação
na exploração da venda de produtos oficias dos clubes.
Para os grandes clubes de São
Paulo, a parceria no âmbito estadual pode alavancar o Paulista,
que perdeu espaço para outras
competições nos últimos anos.
"Esse investimento, esse negócio, revela que o Paulista ainda é
uma competição muito atrativa e
importante", disse Mustafá Contursi, presidente do Palmeiras.
A investida da Globo no campo
da publicidade estática nos estádio paulistas aumentou radicalmente o preço do mercado, transformando o segmento em um negócio para poucos.
O mesmo reflexo deverá ser
sentido no âmbito nacional. O
preço da publicidade estática para
todos os jogos do Paulista-2000,
por exemplo, saltou de aproximadamente R$ 300 mil a cota cheia
em 1999 para R$ 3 milhões em
2000. "Vamos começar cobrando
R$ 3 milhões neste ano, mas a tendência é valorizar ainda mais esses espaços", disse Marcelo de
Campos Pinto, diretor-geral da
Globo Esportes.
De maneira geral, o que a Globo
Esportes fez, junto com a FPF, foi
cortar os "atravessadores" que
comercializavam as placas nos jogos transmitidos pela TV.
Com isso, o preço das placas
passa ser proporcional aos cobrados pela emissora durante sua
programação normal.
Um estudo da empresa, que
analisou as transmissões de diversas partidas de futebol, serviu para balizar a distribuição das placas
nos estádios, 30, no total, medindo 7 metros por 1 metro cada.
Segundo a Globo, as transmissões buscarão valorizar as marcas, garantindo o tempo mínimo
de exposição.
Apenas cinco cotas de publicidade serão comercializadas, com
"marcas de ponta", na definição
do diretor-geral.
""Nossa entrada nesse mercado
é uma maneira de valorizar as
marcas e garantir o tempo de exposição adequado a cada uma delas", disse Pinto, ontem.
Cada marca aparecerá cerca de
20 minutos por jogo, de maneira
central ou periférica.
Brahma e Itaú, que também
anunciam na programação esportiva da emissora, já fecharam
o negócio. Outras duas empresas,
que não tiveram os nomes divulgados, também.
Uma delas, segundo Pinto, atua
no mercado da Internet. "No máximo, chegaremos a seis cotas."
O presidente da FPF, Eduardo
José Farah, definiu a medida como um "saneamento" da poluição visual dos estádios brasileiros.
"Não adianta nada vender 400
placas em um estádio se só vão
aparecer três", disse. O dinheiro
proveniente da venda da publicidade será dividido com os clubes
e a federação.
Apesar de controlar o calendário das principais competições, a
bilheteria e a publicidade, a Globo
refuta a idéia de estar formando
um monopólio. "Não há monopólio. São parcerias na base dos
rateios de resultados", disse.
Para evitar o conflito de marcas,
a empresa vai adotar o "bloqueio
de segmento", que limita o anúncio de marcas concorrentes.
O presidente do Palmeiras, clube que tem estádio próprio, acredita que a experiência deste ano
vai determinar os caminhos para
o futuro do futebol.
"É um período para testes, para
análises. Se der certo, deverá continuar", disse .
Além de controlar pontos importantes do Paulista, a emissora,
segundo a FPF, também passará a
encampar a apresentação das animadoras de torcida.
Público virtual
A Rede Globo adquiriu metade
dos 4 milhões de ingressos do
Campeonato Paulista-2000.
Metade deles será comercializada a partir desta segunda fase. Para buscar uma boa distribuição
-um dos maiores problemas enfrentados hoje pela FPF-, a empresa vai implantar em São Paulo
um esquema já testado no Rio.
Os ingressos serão encontrados
em bancas de jornal, além de fazerem parte de outras promoções.
A outra metade dos ingressos
será de responsabilidade dos clubes.
(JOSÉ ALBERTO BOMBIG)
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