São Paulo, quinta-feira, 02 de março de 2000


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FUTEBOL
Rede negocia com Clube dos 13 controle de publicidade e marcas
Acordo no Paulista será modelo para o Brasileiro

da Reportagem Local

Os moldes da parceira firmada entre Rede Globo e FPF (Federação Paulista de Futebol) poderão ser utilizados no Brasileiro-2000, por meio do Clube dos 13, associação que reúne os 20 principais clubes do país.
"As negociações nesse sentido já estão bem adiantadas. O acordo será um aperfeiçoamento das relações entre as duas partes (Clube dos 13 e Globo)", disse Jaime Franco, diretor de marketing do Clube dos 13.
A Rede Globo detém os direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro, negociados diretamente com a associação dos clubes.
Para isso, o Nacional deverá ter apenas 20 clubes neste ano em sua primeira divisão, podendo esse número ser reduzido para 18 em 2001. "O acordo é esse, vai ser cumprido", disse ontem Franco.
Em São Paulo, a Globo tem os direitos exclusivos de transmissão do Campeonato Paulista em TV aberta, mas vai negociá-los com outra rede.
Na TV paga, os jogos também serão transmitidos pela ESPN Brasil e pela Sportv, além do sistema pay-per-view.
Também com o Clube dos 13, a Globo negocia uma participação na exploração da venda de produtos oficias dos clubes.
Para os grandes clubes de São Paulo, a parceria no âmbito estadual pode alavancar o Paulista, que perdeu espaço para outras competições nos últimos anos.
"Esse investimento, esse negócio, revela que o Paulista ainda é uma competição muito atrativa e importante", disse Mustafá Contursi, presidente do Palmeiras.
A investida da Globo no campo da publicidade estática nos estádio paulistas aumentou radicalmente o preço do mercado, transformando o segmento em um negócio para poucos.
O mesmo reflexo deverá ser sentido no âmbito nacional. O preço da publicidade estática para todos os jogos do Paulista-2000, por exemplo, saltou de aproximadamente R$ 300 mil a cota cheia em 1999 para R$ 3 milhões em 2000. "Vamos começar cobrando R$ 3 milhões neste ano, mas a tendência é valorizar ainda mais esses espaços", disse Marcelo de Campos Pinto, diretor-geral da Globo Esportes.
De maneira geral, o que a Globo Esportes fez, junto com a FPF, foi cortar os "atravessadores" que comercializavam as placas nos jogos transmitidos pela TV.
Com isso, o preço das placas passa ser proporcional aos cobrados pela emissora durante sua programação normal.
Um estudo da empresa, que analisou as transmissões de diversas partidas de futebol, serviu para balizar a distribuição das placas nos estádios, 30, no total, medindo 7 metros por 1 metro cada.
Segundo a Globo, as transmissões buscarão valorizar as marcas, garantindo o tempo mínimo de exposição.
Apenas cinco cotas de publicidade serão comercializadas, com "marcas de ponta", na definição do diretor-geral.
""Nossa entrada nesse mercado é uma maneira de valorizar as marcas e garantir o tempo de exposição adequado a cada uma delas", disse Pinto, ontem.
Cada marca aparecerá cerca de 20 minutos por jogo, de maneira central ou periférica.
Brahma e Itaú, que também anunciam na programação esportiva da emissora, já fecharam o negócio. Outras duas empresas, que não tiveram os nomes divulgados, também.
Uma delas, segundo Pinto, atua no mercado da Internet. "No máximo, chegaremos a seis cotas."
O presidente da FPF, Eduardo José Farah, definiu a medida como um "saneamento" da poluição visual dos estádios brasileiros.
"Não adianta nada vender 400 placas em um estádio se só vão aparecer três", disse. O dinheiro proveniente da venda da publicidade será dividido com os clubes e a federação.
Apesar de controlar o calendário das principais competições, a bilheteria e a publicidade, a Globo refuta a idéia de estar formando um monopólio. "Não há monopólio. São parcerias na base dos rateios de resultados", disse.
Para evitar o conflito de marcas, a empresa vai adotar o "bloqueio de segmento", que limita o anúncio de marcas concorrentes.
O presidente do Palmeiras, clube que tem estádio próprio, acredita que a experiência deste ano vai determinar os caminhos para o futuro do futebol.
"É um período para testes, para análises. Se der certo, deverá continuar", disse .
Além de controlar pontos importantes do Paulista, a emissora, segundo a FPF, também passará a encampar a apresentação das animadoras de torcida.

Público virtual
A Rede Globo adquiriu metade dos 4 milhões de ingressos do Campeonato Paulista-2000.
Metade deles será comercializada a partir desta segunda fase. Para buscar uma boa distribuição -um dos maiores problemas enfrentados hoje pela FPF-, a empresa vai implantar em São Paulo um esquema já testado no Rio.
Os ingressos serão encontrados em bancas de jornal, além de fazerem parte de outras promoções.
A outra metade dos ingressos será de responsabilidade dos clubes. (JOSÉ ALBERTO BOMBIG)

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