São Paulo, quinta-feira, 02 de março de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUTEBOL
Clube começou a negociar jogadores que recebiam juntos R$ 119 mil por mês sem participar dos jogos
São Paulo tem prejuízo com inativos

RICARDO PERRONE
da Reportagem Local

O São Paulo tem um gasto mensal de R$ 119 mil com jogadores que não entram em campo. Alguns nem treinam com o time.
São atletas que estão fora dos planos do técnico Levir Culpi, além de Sandro Hiroshi, suspenso desde o ano passado.
Ontem, a diretoria começou a reduzir esses gastos ao acertar o empréstimo do volante Sidney para o Sport e do zagueiro Picon para o Mogi Mirim.
Sidney recebia um salário de R$ 15 mil (não declarados) e ficará no Sport até o final do ano. Picon, emprestado até o fim do Paulista, ganhava R$ 6 mil (não declarados) por mês. Os valores dos empréstimos não foram divulgados.
A saída dos dois reduz o prejuízo, mas a diretoria ainda não conseguiu negociar os zagueiros Nem e Rogério Pinheiro, que provocam os maiores gastos entre os atletas não aproveitados.
Nem foi dispensado pelo técnico em janeiro e não treina com os companheiros. Mas ele tem contrato com o clube até o próximo mês e continua recebendo R$ 37 mil (não declarados) por mês.
Rogério Pinheiro ganha R$ 36 mil (não declarados) e o seu contrato vai até junho. Ele treina com os companheiros, mas não é escalada para as partidas. Mesmo com Pinheiro à disposição, Culpi pede a contratação de um zagueiro.
"A situação dos jogadores que não estão sendo aproveitados preocupa muito, por isso estamos nos desdobrando para negociá-los", afirmou o diretor de futebol José Carlos Ferreira Alves.
O volante Fabrício completa a lista de jogadores desprezados pelo técnico, mas que continuam recebendo salários. Ele ganha R$ 5 mil (não declarados) por mês. "Não podemos fazer nada em relação aos jogadores que têm contrato com o clube e não jogam. Temos que pagar os salário deles", disse Alves.
Entre os atletas que ficam fora das escalações, Rogério Pinheiro é o que está nessa situação há mais tempo. Ele passou por duas operações no joelho direito, uma em 97 e outra em 98, se recuperou no ano passado, mas ainda não conseguiu um lugar na equipe.
"Só quero deixar claro que me sinto muito bem e tenho condições de jogar", afirmou o zagueiro, que participou ontem de parte do jogo-treino contra o Ituano.
Já o zagueiro Nem reclama de não poder treinar no clube. "Estou tendo que pagar uma academia do meu bolso", afirmou o jogador. A diretoria negou que tenha proibido Nem de usar o CT.
Outra situação que incomoda os dirigentes é a do atacante Sandro Hiroshi, suspenso por 180 dias em outubro de 99 por usar uma certidão de nascimento falsa, como a Folha revelou.
Seu salário é de R$ 20 mil por mês e ele terá que cumprir suspensão até o final de abril.
"Acho que o clube não pode arcar sozinho com o prejuízo quando o jogador está suspenso. Já entramos em um acordo com Sandro Hiroshi", disse o diretor de futebol José Carlos Dias. Ele não explicou qual o acordo feito com Hiroshi já que reduzir o salário não é permitido.

Contratações
Termina amanhã o prazo para os clubes inscreverem os seus jogadores no Paulista, mas a diretoria do São Paulo ainda não conseguiu contratar um zagueiro e um atacante, reforços que foram pedidos por Culpi.
Se nenhum negócio for fechado até o fim do prazo, o clube só poderá inscrever novos atletas no caso de se desfazer de outros que já estejam inscritos.
A diretoria está tentando contratar o zagueiro Maldonado, do Colo Colo (Chile).


Texto Anterior: Painel FC
Próximo Texto: Frases
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.