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AÇÃO
Tradição adolescente
CARLOS SARLI
Em meio a promotoras e seus
brindes, publicidade ocupando
até mesmo o espaço aéreo e tendas gigantes para abrigar eventos
menores, fui caminhando pela
praia lotada em direção ao Red
Bull Longboard International.
A grande e consistente estrutura
montada no meio da praia de
Maresias, em São Sebastião (SP),
percebida à distância, contrastava com as ondas, que não apareceram.
Fui chegando perto da área de
competição e encontrando alguns
amigos competidores. Maduros
que ainda não caíram do pé justificavam a prematura desclassificação com a juventude de boa
parte dos 120 competidores e a falta de ondas: ""Contra essa molecada, fica difícil".
O longboard foi a origem do surfe. A prancha grande, o passeio sobre ela, o corte prolongado buscando velocidade, as manobras
clássicas e o estilo refinado atravessaram décadas.
No final dos anos 60, com o surgimento das pranchas mini-models, no entanto, a modalidade
caiu em desuso. Virou coisa para
velho.
Mas, como prega a cultura popular, o tempo é a melhor solução.
A população crescente nos line-ups também ajudou. E cada vez
mais surfistas estão recorrendo à
prancha grande para, com mais
remadas, ""driblar" o crowd, especialmente nos dias de mar menor.
A modalidade se popularizou, e
hoje veteranos dividem o prazer
de deslizar sobre ondas em pranchões com uma molecada que ingressa no esporte utilizando a opção, que até há pouco, era a de fim
de carreira.
Em sua segunda edição, o Red
Bull se firma como o campeonato
mais importante do calendário
nacional de longboard. Tem a
maior premiação, US$ 25 mil, e é
prestigiado por alguns dos melhores atletas do mundo.
Na água, o contraste em harmonia. Eternos, como Mudinho, ao
lado de garotos, como Danilo Rodrigo, 15, o mais jovem competidor. Na praia, a tradição. A cerimônia das águas, que propõe a
união de todos os povos e mares
do mundo, comandada pelo lendário havaiano Clyde Aikau.
E no pódio, bem no pódio... Apesar da expectativa em torno de
Bonga Perkins, 26, campeão
mundial em 1996 e líder do ranking havaiano, Colin McPhillips,
24, último campeão mundial, Dave Simons, 20, segundo no ranking australiano, entre outros jovens e talentosos estrangeiros, o
campeão da categoria principal
foi o veterano brasileiro Picuruta
Salazar, 38, recordista nacional,
com mais de 120 títulos.
Na master, acima de 43 anos,
outro frequentador das ondas do
Canal 1 de Santos, Cisco Araña,
levou a melhor.
Só no feminino o título não ficou no país -Desiree Desoto o levou para o Havaí.
Outras quatro etapas estão programadas para o Circuito Brasileiro de longboard em 2000. A
modalidade tem tudo para crescer no cenário do surfe nacional e
projetar mais atletas no mundo.
NOTAS
Folia no ar
Tradicionalmente os pára-quedistas se encontram em
Boituva durante o Carnaval.
Neste ano, mais organizado,
são esperados cerca de 400 praticantes de várias partes do
mundo. O francês Eric Fradet é
um dos destaques. Outro será
o C-115 ""Búfalo" da FAB que
estará à disposição.
Longboard
O Mundial deste ano será no
Brasil. Quem garante é a Oxbow, marca francesa que patrocina o evento há alguns
anos, e que está chegando ao
mercado brasileiro. Estão previstas duas etapas, a segunda
definindo o campeão, em outubro, no Brasil.
Surfe de dupla
Nova e boa, a idéia tem tudo
para dar certo. Serão duas duplas na água, vencendo aquela
que obtiver o melhor conjunto
de notas. A Copa Ford de surfe
profissional terá três etapas,
em SP, no Rio e no Nordeste.
E-mail trip@zip.net
Carlos Sarli escreve às quintas-feiras
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