São Paulo, quinta-feira, 02 de março de 2000


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AÇÃO
Tradição adolescente

CARLOS SARLI

Em meio a promotoras e seus brindes, publicidade ocupando até mesmo o espaço aéreo e tendas gigantes para abrigar eventos menores, fui caminhando pela praia lotada em direção ao Red Bull Longboard International.
A grande e consistente estrutura montada no meio da praia de Maresias, em São Sebastião (SP), percebida à distância, contrastava com as ondas, que não apareceram.
Fui chegando perto da área de competição e encontrando alguns amigos competidores. Maduros que ainda não caíram do pé justificavam a prematura desclassificação com a juventude de boa parte dos 120 competidores e a falta de ondas: ""Contra essa molecada, fica difícil".
O longboard foi a origem do surfe. A prancha grande, o passeio sobre ela, o corte prolongado buscando velocidade, as manobras clássicas e o estilo refinado atravessaram décadas.
No final dos anos 60, com o surgimento das pranchas mini-models, no entanto, a modalidade caiu em desuso. Virou coisa para velho.
Mas, como prega a cultura popular, o tempo é a melhor solução. A população crescente nos line-ups também ajudou. E cada vez mais surfistas estão recorrendo à prancha grande para, com mais remadas, ""driblar" o crowd, especialmente nos dias de mar menor.
A modalidade se popularizou, e hoje veteranos dividem o prazer de deslizar sobre ondas em pranchões com uma molecada que ingressa no esporte utilizando a opção, que até há pouco, era a de fim de carreira.
Em sua segunda edição, o Red Bull se firma como o campeonato mais importante do calendário nacional de longboard. Tem a maior premiação, US$ 25 mil, e é prestigiado por alguns dos melhores atletas do mundo.
Na água, o contraste em harmonia. Eternos, como Mudinho, ao lado de garotos, como Danilo Rodrigo, 15, o mais jovem competidor. Na praia, a tradição. A cerimônia das águas, que propõe a união de todos os povos e mares do mundo, comandada pelo lendário havaiano Clyde Aikau.
E no pódio, bem no pódio... Apesar da expectativa em torno de Bonga Perkins, 26, campeão mundial em 1996 e líder do ranking havaiano, Colin McPhillips, 24, último campeão mundial, Dave Simons, 20, segundo no ranking australiano, entre outros jovens e talentosos estrangeiros, o campeão da categoria principal foi o veterano brasileiro Picuruta Salazar, 38, recordista nacional, com mais de 120 títulos.
Na master, acima de 43 anos, outro frequentador das ondas do Canal 1 de Santos, Cisco Araña, levou a melhor.
Só no feminino o título não ficou no país -Desiree Desoto o levou para o Havaí.
Outras quatro etapas estão programadas para o Circuito Brasileiro de longboard em 2000. A modalidade tem tudo para crescer no cenário do surfe nacional e projetar mais atletas no mundo.

NOTAS

Folia no ar
Tradicionalmente os pára-quedistas se encontram em Boituva durante o Carnaval. Neste ano, mais organizado, são esperados cerca de 400 praticantes de várias partes do mundo. O francês Eric Fradet é um dos destaques. Outro será o C-115 ""Búfalo" da FAB que estará à disposição.

Longboard
O Mundial deste ano será no Brasil. Quem garante é a Oxbow, marca francesa que patrocina o evento há alguns anos, e que está chegando ao mercado brasileiro. Estão previstas duas etapas, a segunda definindo o campeão, em outubro, no Brasil.

Surfe de dupla
Nova e boa, a idéia tem tudo para dar certo. Serão duas duplas na água, vencendo aquela que obtiver o melhor conjunto de notas. A Copa Ford de surfe profissional terá três etapas, em SP, no Rio e no Nordeste.

E-mail trip@zip.net


Carlos Sarli escreve às quintas-feiras

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