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São Paulo, domingo, 02 de março de 2003

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FUTEBOL

Jorge Wágner, Gustavo Nery, Thiago Gentil e Rico tornam-se apostas de seus times na reta final do Paulista-2003

Renegados viram astros das semifinais

EDUARDO ARRUDA
MARÍLIA RUIZ
RODRIGO BERTOLOTTO
DA REPORTAGEM LOCAL

Na reta final do Campeonato Paulista, os semifinalistas apostam em atletas que no começo da temporada estavam em baixa -o meia-atacante corintiano Jorge Wágner, 24, o lateral são-paulino Gustavo Nery, 25, e os atacantes Thiago Gentil, 22, do Palmeiras, e Rico, 21, da Portuguesa Santista.
Dois deles, Gentil e Nery, que estavam perto da dispensa, desfizeram as malas, ficaram (contra a vontade de muitos) e estão conseguindo dar a volta por cima. Jorge Wágner e Rico arranjaram novos empregos e se deram bem.
Um dos artilheiros do campeonato, Rico, desprezado no São Paulo, foi emprestado para o time de Santos, surpresa do torneio.
O corintiano Jorge Wágner, dispensado do Cruzeiro após um atrito com o técnico Wanderley Luxemburgo, se transformou em peça imprescindível no esquema tático de Geninho. Aliás, o treinador do clube do Parque São Jorge adaptou seu esquema tático às características do atleta canhoto.
"Quando ele chegou aqui, já falávamos que não era o jogador que cadenciava a bola no meio, mas que tinha uma boa qualidade na aproximação dos atacantes e nos chutes de fora da área. Por isso, eu criei um sistema para encaixá-lo no meio-campo", diz Geninho sobre o atleta, que só veste a camisa corintiana hoje porque Deivid foi para o Cruzeiro.
"Quando eu vim para o Corinthians, tracei objetivos: ser titular e campeão do Paulista e da Libertadores", revela Jorge Wágner.
O corintiano deve se deparar na próxima quarta-feira com Thiago Gentil, que busca ainda um lugar ao sol na equipe de Jair Picerni.
Herói da dramática vitória do Palmeiras na quarta-feira, Gentil foi o autor dos dois gols que eliminaram o São Caetano 100%.
O atacante está no clube desde os 13 anos, mas quase nunca conseguiu mostrar seu futebol para virar titular da equipe.
Gentil foi içado ao time por Luiz Felipe Scolari, no final de 1997. O treinador, hoje na seleção de Portugal, estava promovendo garotos da base palmeirense para testar em jogos em que o Palmeiras não precisava lutar pelos pontos. Era uma época de vacas gordas.
Em 1998, Gentil teve poucas chances. Em 1999, uma fratura na perna comprometeu a temporada inteira. No ano seguinte, seu périplo teve início. Foi emprestado ao Santa Cruz, onde foi vice-artilheiro do Pernambucano. De lá foi ao Náutico e virou uma das estrelas do time campeão que quebrou um jejum de 12 anos.
No Brasileiro de 2001, voltou ao Palmeiras, então comandado por Celso Roth. Poucas chances de novo. Na limpa que o técnico Wanderley Luxemburgo fez no time, Gentil saiu de novo em 2002.
Foi ser bi pernambucano pelo Náutico no primeiro semestre. No Brasileiro, participou com nove gols da boa campanha do Figueirense, enquanto seu time do coração caía para a segundona.
"Tenho muita vontade de, desta vez, dar certo no Palmeiras. É o meu time de coração e seria a glória da minha vida ajudar a devolvê-lo à primeira divisão", disse.
O pensamento de Gustavo Nery no São Paulo é o mesmo. "Patinho feio" do Morumbi, chamado de "laranja podre" pelo ex-técnico do time Nelsinho Baptista, Nery foi oferecido a São Caetano e Inter-RS, mas preferiu seguir no clube, apesar de não ter escondido sua insatisfação com a contratação de Fabiano, ex-Atlético-PR.
"Isso é coisa do passado, não gosto de falar nesse assunto. Estou vivendo a melhor fase da minha carreira e só gosto de falar sobre os gols que tenho marcado e as vitórias do São Paulo", afirma o jogador, vice-artilheiro da equipe no Estadual, com quatro gols.
Questionado sobre a melhora no desempenho de seu lateral após a chegada de Fabiano, o técnico Oswaldo de Oliveira é irônico. "Então vamos trazer dois laterais esquerdos que então ele vai virar uma sumidade", disse.


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