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São Paulo, domingo, 02 de março de 2003

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FUTEBOL

O mais polêmico dos rankings

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

O assunto aqui não poderia deixar de ser outro: o ranking de clubes brasileiros feito pela Confederação Sul-Americana.
Antes de entrar nos detalhes dessa polêmica lista, é preciso já criticar a criação do mesmo. Por que uma confederação criaria um ranking de clubes? Na Europa, a Uefa tem o seu ranking de países. Por ele, distribuiu vagas às nações do continente de acordo com o desempenho de seus times. Mas não há ranking de clubes.
A Fifa, que rege o futebol mundial, tem um ranking de seleções, mas não de clubes (alguns leitores pensaram no final do ano que divulguei um ranking mundial de clubes feito pela Fifa, mas aquela lista foi elaborada pela coluna).
Rankings de clubes são comuns em veículos de comunicação ou em organizações estatísticas (o mais famoso é o da IFFHS, que é sério, embora muito discutível).
O ranking criado pela Conmebol nasce já com uma finalidade estranha: indicar times para suas competições, o que é condenável (Cruzeiro e São Paulo, líderes disparados do ranking da Sul-Americana, poderiam em tese sempre fazer campanhas medíocres no Brasil que seriam convidados para os torneios do continente).
Espera-se, sempre, que os indicados para torneios tenham ganho em campo suas vagas. Nos lugares em que o futebol é algo sério, os mais bem colocados nos torneios nacionais representam seus países (quem indica é a federação do país, não a confederação continental, que só define o número de vagas para cada nação).
A Conmebol já fez ranking para times brasileiros e argentinos. Segundo o secretário-geral e o porta-voz da entidade, até 2004 todos os países do continente terão seus rankings. O que aconteceu no Brasil poderá se repetir lá fora.
No domingo passado, a Folha revelou o tal ranking que apontou Cruzeiro e Flamengo como os dois últimos times do país na embrionária Copa Sul-Americana (o ranking foi usado porque a CBF marotamente abriu mão de indicar os oito times que deveria).
Uma infinidade de erros, muitos deles toscos. Alguns equívocos foram corrigidos, e o Palmeiras passou o Flamengo. As regras do ranking foram mudadas com a inclusão do Mundial interclubes (a Conmebol apita sim na disputa, mas essa não é um torneio da região e não deveria ser levada em conta). O time carioca apareceu no ranking revisado, também revelado pela Folha, de novo na frente do Palmeiras, o que justificaria a vaga na Sul-Americana.
Mas muitos erros seguem. Pelas minhas contas, com base nos critérios estranhos adotados pela Conmebol, o Flamengo deveria ter 106 pontos pela Libertadores, e não 113. O Palmeiras deveria ter 194 pontos, e não 215. Mesmo assim, não fosse a inclusão do Mundial interclubes, o time do Parque Antarctica estaria na frente do clube da Gávea (249 a 248 pontos) e jogaria a Sul-Americana.
Esse é só um exemplo de mancada (um exemplo que poderia mudar os indicados da Conmebol, é verdade) no ranking da Sul-Americana. A entidade que controla o futebol sul-americano poderia ter passado sem essa lista.
E o futebol brasileiro também.

Novo Mundial interclubes
Já está acertado entre os presidentes de Uefa e Confederação Asiática um jogo entre os seus clubes campeões, nos moldes do Mundial interclubes. Os vencedores das respectivas Copas dos Campeões duelariam já neste ano. O acordo ainda não foi passado aos clubes.

Novo ranking de torcida
Pesquisa do site stageup.com constatou que o Milan é o recordista de audiência na Copa dos Campeões: 68 milhões de telespectadores em oito jogos. O vice é o Real Madrid (51,6 milhões). O recorde de audiência foi no Milan x Bayern (21,9 milhões de telespectadores).

Novo filme de Pelé
O mais ousado filme do "Rei" não terá o nome Pelé no título.

E-mail rbueno@folhasp.com.br


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