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Corinthians tem trégua para o clássico
Vitória sobre o Pirambu e classificação na Copa do Brasil aliviam clima no clube antes de jogo com arqui-rival Palmeiras
Corinthians 3
Pirambu 0
LUÍS FERRARI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Corinthians evitou ontem
um vexame histórico no Pacaembu. Mais que isso, a classificação na Copa do Brasil, com
uma convincente vitória por 3 a
0 sobre o Pirambu, alivia o clima no Parque São Jorge e motiva o elenco para o clássico contra o Palmeiras, pelo Paulista.
Os dois gols do volante Magrão, ex-palmeirense que fez
questão de comemorar junto
da maior uniformizada corintiana, deram um ingrediente a
mais nesse sentido.
Mas o placar folgado não retrata exatamente o que foi o jogo no primeiro tempo.
O campeão sergipano entrou
em campo acuado e, sempre
que possível, atrasou o jogo nas
reposições de bola, tanto que o
goleiro Alan e dois zagueiros já
haviam levado cartão amarelo
por fazer cera antes da metade
da etapa inicial.
Essa postura facilitou para o
Corinthians, que envolvia a defesa rival em triangulações entre Roger, Arce e Nilmar.
Foi justamente num lance
assim que surgiu o primeiro
gol. Após jogada tramada pelo
trio, Alan espalmou um chute
do atacante boliviano para escanteio. Na cobrança de Willian, a bola foi escorada para o
gol e, no rebote, Magrão marcou seu primeiro gol no ano.
Em vez de enervar o Pirambu
e dar mais tranqüilidade ao Corinthians, a abertura do placar
provocou efeito contrário.
Mesmo sem levar grande perigo, os visitantes arriscaram finalizações, enquanto o time de
Emerson Leão batia cabeça para articular contragolpes.
Mas os sergipanos começaram a se preocupar demais com
a arbitragem. Primeiro o preparador físico foi expulso por
reclamação; depois, Gideon recebeu o vermelho por um carrinho. A gota d'água, a não-marcação de pênalti de Betão em
Saci. "Em Aracaju nos roubaram. Aqui estão fazendo o mesmo. O Corinthians é grande e
não precisa disso", esbravejou
Edmílson Santos no intervalo.
Ontem indiferente ao apito, o
Corinthians fez sua parte. Com
a vantagem de um jogador, sobrava espaço pela direita. E
Eduardo, que voltava ao time,
aproveitou. Antes do fim do
primeiro tempo, o lateral ergueu a bola na área em cobrança de falta. Magrão subiu mais
que a defesa e desviou: 2 a 0.
No segundo tempo, o Pirambu voltou do vestiário mais recuado, com o meia Mazinho no
lugar do atacante Saci. Isso facilitou para o Corinthians, que
passou a alternar Roger e Willian mais próximos à dupla de
frente, como terceiros atacantes, e não sofreu ameaças.
Nesse panorama, a ampliação do placar era questão de
tempo. Só não aconteceu com
Arce porque seu chute parou
no corpo de Nilmar.
Aos 8min, no entanto, o volante Carlão, improvisado na
lateral esquerda, superou Chininha na corrida e acertou cruzamento preciso na cabeça de
Marcelo Mattos, que ampliou.
Depois, Willian invadiu a
área e perdeu gol feito. Nilmar
também teve sua chance, defendida por Alan.
A chance de golear fez Leão
deixar o time mais ofensivo,
com as entradas de Amoroso e
Jean Carlos. Mas a ausência de
Roger, que obrigou o time a
tentar a ligação direta ao ataque, e algumas intervenções
precisas do goleiro do Pirambu
impediram o Corinthians de
ampliar. O coro da torcida no
fim ("Vamos comer porco,
ôôôôô"), porém, mostrou bem
a utilidade da vitória.
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