São Paulo, segunda, 2 de março de 1998

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FUTEBOL
Técnico atribui à falta de constância a derrota para o Botafogo, anteontem, nas finais do Rio-São Paulo
Oscilações são preocupação do São Paulo

da Reportagem Local

Oscilações, falta de ritmo e desatenção. Esses são os argumentos apontados pelos jogadores e comissão técnica do São Paulo para justificar a derrota da equipe para o Botafogo, anteontem, por 3 a 2, pela primeira partida das finais do Torneio Rio-São Paulo.
Para ficar agora com o título da competição, o São Paulo precisa superar a equipe carioca por dois gols de diferença na próxima quarta-feira, no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro.
A vitória do São Paulo por um gol de diferença leva a decisão para as cobranças de pênaltis. O empate ou a vitória dão o título ao Botafogo.
"Você não pode perder 45 minutos numa decisão. Durante esse tempo, aceitamos o ritmo do Botafogo. Quando impusemos o nosso estilo, fomos muito superiores", afirmou Nelsinho Batista, técnico do São Paulo.
O treinador referiu-se a grande parte do primeiro tempo e o período final da segunda etapa, quando o Botafogo empatou a partida.
Nelsinho afirmou que sua equipe precisava ter tido mais iniciativa na partida de anteontem.
"Tivemos a oportunidade de fazer três ou quatro gols. Infelizmente, não fizemos."
Segundo o técnico, seu grande desafio nos treinos de hoje e amanhã será tentar diminuir as oscilações da equipe.
"Esse é um problema que já vinha ocorrendo. Não sei a razão, mas temos que trabalhar para sanar esse problema", afirmou.
Mesmo assim, Nelsinho e os jogadores do São Paulo ainda acreditam que o título seja possível.
"Não teríamos chances se a diferença de gols tivesse sido grande. Temos todas as chances de reverter a situação", afirmou.
O meia Denílson concorda com as posições do técnico. "Não estamos dando sequência nas partidas. Mas podemos vencer no Rio."
Bico
O zagueiro Márcio Santos criticou muito a performance dos atacantes do São Paulo na partida contra o Botafogo. Segundo o atleta, os são-paulinos querem fazer apenas "gols bonitos".
"Já conversei muito com eles sobre o assunto. O Romário é meu exemplo preferido. Dos mais de 600 gols que ele já marcou, uns 300 foram de bico", afirmou.
Santos disse que os atacantes da sua equipe "sempre tentam dar um drible a mais antes de chutar".
"Numa decisão como essa, não poderíamos ter perdido tantos gols. Numa final aparecem poucas oportunidades", disse Santos.
Segundo levantamento do Datafolha, o São Paulo fez 19 finalizações. Desse número, 11 (58%) foram erradas -bolas que não foram em direção do gol do Botafogo. Os são-paulinos acertaram sete (37%). Uma bola foi na trave.



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